Único

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©Essa história foi escrita por Kaline Bogard sem fins lucrativos, feito de fã para fãs. Cópia parcial ou total, assim como o uso do enredo, está terminantemente proibido. Plágio é crime.

***

Wolf Trap, Virginia

Will abriu a porta da sala e a deixou aberta usando um pequeno peso de ferro que ficava num canto apenas para isso. Observou o vasto terreno que se estendia a frente de sua casa, reverberando um silêncio desértico.

Respirou fundo e assobiou de forma curta e rápida. O sinal foi reconhecido por seus cães que debandaram para fora da casa e ganharam o campo levantando uma nuvem de poeira seca.

O rapaz avançou até os três degraus de madeira da varanda e sentou-se. Os olhos claros pousaram sobre a gaiola de ferro onde seu novo amigo peludo estava um tanto inquieto e ansioso para juntar-se a matilha.

– Calma, Winston. Logo será sua vez.

O animal ganiu e Will sorriu imaginando que aquele som soara quase como um resmungo.

O grande Pastor Alemão foi o primeiro a voltar até o dono que acariciou atrás da orelha erguida de forma atenta.

– Seja um bom menino, General Lee – falou de forma firme pouco se importando de ter colocado o nome de um herói nacional em seu mascote – Você será o responsável em dar as boas vindas ao Winston e...

O moreninho respirou fundo dando um breve olhar para os outros cães que ainda corriam. Sua maior preocupação era o vira-latas de pêlo arrepiado cujo mau gênio era absurdamente inverso ao tamanho do bichinho. Como uma criatura tão pequena podia arrumar tanta encrenca e assumir o posto de "líder" entre os outros? Se o vira-latas não gostasse de Winston, teriam problemas.

– Fique de olho em Samurai. Não o deixe intimidar nosso novato.

Só então abriu a porta da gaiola e deixou o castanho escapar. Assim que se viu livre Winston disparou para fora e General Lee disparou atrás dele. Em segundos os medos de Will foram espantados. O novo mascote se juntou ao bando e começou a correr com os outros para todos os lados.

Nada mal.

O dono da casa levantou-se para pegar água fresca e deixar a disposição de seus amigos que logo estariam sedentos pela brincadeira. Antes que se afastasse divisou o que parecia ser uma nuvem de poeira se erguendo a distância. Levou uma mão ao rosto de forma a proteger os olhos do sol e tentar enxergar melhor. Estava certo: era nuvem levantada por um carro que se aproximava serpenteando pela estrada de terra que rasgava a propriedade de Will ao meio.

A curiosidade o manteve no lugar. Perguntou-se se seria Alana e sua preocupação cercada de frieza profissional ou Crawford com mais um caso para ser investigado?

Não era nenhum dos dois.

A medida que o veículo se aproximava tornava-se inconfundível: era o carro de Hannibal Lecter.

Take a breath, take it deep

"Calm yourself," he says to meIf you play, you play for keepsTake the gun, and count to threeI'm sweating now, moving slowNo time to think, my turn to go

Os dois homens se observaram em silêncio por um longo momento. Os cães de Will tinham vindo cheirar o carro de Lecter por pouco tempo, parecendo decidir que aquilo não oferecia perigo e correr era mais interessante do que ficar vigiando o grande "treco" estacionado próximo a casa onde moravam.

– Olá, Will.

O moreninho franziu as sobrancelhas deixando os olhos baixarem da face do psiquiatra para a sacola que ele trazia.

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⏰ Última actualización: Oct 08, 2020 ⏰

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