12° Capítulo

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- Credo, garota, o que você está fazendo aqui?! – Eu disse ainda assustada, enquanto me levantava em um pulo. – Como descobriu esse lugar?

- Eu ouvi a conversa de vocês dois hoje mais cedo, então fiquei na esquina do Benedict esperando ele sair, depois foi só segui-lo até aqui e me esconder atrás das cortinas. – Ela sorriu orgulhosa – Você acha mesmo que eu deixaria o meu namorado num lugar como esse com a ex?!

- Claro que não, até porque seria a oportunidade perfeita para eu te desmascarar.

- Exatamente.

- Que diferença faz agora? Ele vai terminar o namoro mesmo.

- Ele não vai.  – Ela riu.

- Bom, você não é surda, ouviu muito bem o que ele disse.

- E você acreditou? Que tolinha. Sabe que ele diz essas coisas por impulso.

Eu fiquei em silêncio.

- Então. – Ela retomou. – É bom continuar bem quietinha, porque se você disser algo, já sabe o que vai acontecer.

- Não precisa ficar me ameaçando toda hora.

- É sempre bom relembrar.

- Quer saber o que eu acho sobre isso? – Eu perguntei, já com raiva.

- Não.

- Mas eu vou dizer mesmo assim. – Já estava a ponto de voar em cima dela. – Você está insegura, fica me “relembrando” porque sabe que está em minhas mãos.

- É o contrário, querida. Eu estou te chantageando, caso não tenha notado ainda.

- Mas eu não dou à mínima. – Eu disse firme, mesmo que fosse mentira. – Eu poderia ir agora mesmo atrás dele e contar tudo.

- Mas você não vai.

- Pois é. – Eu ri. – Eu não vou, mas não é por você. Eu não quero mais nada com o Benedict, você pode fazer bom proveito dele.

Eu sai e não houve uma resposta. Ashley estava tão surpresa quanto eu em relação a isso. Não era bem a atitude que eu pretendia tomar, mas era a mais sábia diante de todos os acontecimentos.

Andando pelas ruas desertas, peguei meu celular e pretendia ligar para um taxista, mas notei que a bateria tinha acabado e já fui me preocupando, até que um carro preto estacionou ao meu lado e teve sua janela aberta.

- Oi. – Um jovem dentro do carro disse. – Você é a Lucy Smith, certo?

- Sim... – Eu confirmei e tentei reconhece-lo, sem sucesso. – E você é...?

- Andrew Scott. – Ele disse, sorrindo. – Eu sou da sala do Benedict.

- Ah. – Eu tentei sorrir.

- Bem, o que faz por aqui?

- Eu... – Não quis contar sobre o lugarzinho do Ben. – Me perdi.

- Então me deixa te dar uma carona.

- Não tenho como não aceitar. – Eu ri e entrei no carro dele.

Passei meu endereço e conversamos por todo o logo percurso, ele parecia ser uma pessoa incrível, culta, sincera, simpática e extremamente confiável.

- É aqui. – Eu disse, fazendo ele estacionar.

- Foi muito bom te conhecer. – Ele disse.

- Igualmente. – Eu sorri. – Aliás, é uma pena não ter te conhecido antes.

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