Musical

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Quarta Feira 29 de dezembro de 2019

Despertei com o sol nascente batendo em meu rosto, espreguicei-me com alegria pois, finalmente o último dia no collège chegou. Para as aulas terminarem com chave de ouro, duas turmas do último ano apresentaram um musical, entitulado, O Fantasma da Ópera. O restante dos alunos foram convidados e poderiam levar amigos ou familiares.

Lavei o rosto, escovei os dentes e desci para o café da manhã. Papai estava me esperando com tudo posto. Havia café com leite, croissant, baguete com geleia de frutas e brioches com manteiga. Perguntei se ele iria ao musical, mas o mesmo disse que estaria ocupado e que não poderia ir. Perguntei onde estava a minha mãe e minha irmã caçula, ele disse que mamãe tinha acabado de sair pois, iria visitar alguns amigos que moravam na cidade vizinha e minha irmã estava na casa de uma colega; ela disse que musicais eram entediantes. Não me importei muito com o fato da minha família não comparecer, afinal eu não me apresentaria, eu apenas faria parte da plateia.

Voltei ao meu quarto e peguei o celular, me deparei com um amontoado de mensagens e ligações perdidas no WhatsApp. Eram as minhas amigas avisando que depois do musical, o garoto mais popular da escola ia dar uma festa e todos estavam convidados. Apesar de repudiar certas atitudes do anfitrião, fiquei bastante animada, afinal eu teria uma noite divertida junto com as meninas. Mia, Amélie e Emy são minhas melhores amigas desde que me entendo por gente, por isso elas se convidaram e vieram à minha casa trazendo algumas peças de roupas para que pudéssemos montar looks diferentes para festa do James. Nós iríamos nos trocar no banheiro do teatro, pois não faria sentido irmos com roupas grunge para um musical onde todos estariam vestidos formalmente. Mia, escolheu um par de botas pretas, calça jeans com meia arrastão por baixo e uma blusa da série American Horror Story. Amélie, optou por uma blusa de manga longa com listras pretas e brancas intercaladas e uma blusa de manga com a logo azul da Nasa para colocar por cima, shorts jeans, e um all star clássico. Emy, escolheu um vestido preto e um tênis vans. E eu optei por uma blusa preta de gola alta, saia xadrez e um all star vermelho. Depois de horas escolhendo as roupas, as meninas foram embora e eu aproveitei para dormir um pouco antes do horário do musical.

Cinco horas depois

Acordei com o celular tocando, era Emy perguntando onde eu estava. Rapidamente olhei as horas e já eram seis e quinze, eu estava muito atrasada. Desliguei-o e me arrumei rapidamente. Saí de casa já ligando para um táxi. Ele demorou uns dez minutos para chegar e depois demorou mais quinze por causa do engarrafamento ou seja, eu estava 25 minutos atrasada. Ao sair do táxi e atravessar a rua deserta já pude ouvir a música que tocava e que por sinal, era a minha favorita -The Phantom of the Ópera. Então corri, mesmo estando de scarpin, não queria perder minha parte predileta, mas desatenta e apreçada tropecei em um galho seco e caí em meio à arbustos, torcendo o tornozelo.

Após a dor insuportável aliviar, tentei me levantar mas me deparei com uma cena peculiar junto de uma figura suspeita que usava vestes pretas e em seu rosto, uma máscara de chacal que apenas mostrava os seus lábios. Em suas mãos segurava um galão de gasolina e caídos pelo chão haviam vários outros já vazios. Logo entendi o que ele tramava e paralisei, só o que eu conseguia fazer era chorar, tremer e suar, mal pude discar o número da polícia ou da emergência. Não pude fazer nada além de observar.

Enquanto todos apreciavam a peça, o chacal terminou de jogar gasolina envolta do teatro seguindo para o hall de entrada impedindo que todos que lá estavam pudessem escapar. Do lado de fora o psicopata riscou e atirou o fósforo, logo o fogo se espalhou pelo local destruindo e roubando a vida de tudo e de todos que estavam em seu caminho. Cada vez mais os gritos de dor e desespero se tornavam mais estridentes. Foi uma cena infernal e traumatizante. Com a desgraça feita, o homem acendeu um cigarro, e com um sorriso sádico estampado no rosto saiu andando aparentemente tranquilo, desaparecendo dentre a fumaça negra que lentamente invadia os meus pulmões. Antes de perder a consciência pude sentir os braços de alguém me levantando e me carregando, e nesses mesmos braços apaguei.

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⏰ Última atualização: Jul 22, 2019 ⏰

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