Capítulo único.

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Era dia de jogo, tinha um tempo que eu não entrava ali. Desde que Murilo e eu começamos a sair eu evitei ir aos jogos, e acompanhava somente pela televisão com medo de alguém me flagar com ele após as partidas. Nós não éramos um casal, e o ponto é que nenhum de nós queria um relacionamento sério.

Cheguei perto do horário do início da partida, Murilo não havia colocado os olhos uma vez sequer em mim, já eu, não conseguia parar de olhar para ele. Como o filho da mãe conseguia ser tão atraente?

O saque começou com o time do Murilo, apesar de assistir jogos de vôlei, eu não tinha nenhum time definido além da seleção brasileira, mas passei a simpatizar mais pela camisa que Murilo defendia.

Antes do jogador fazer o saque, Radke me encontrou nos assentos. Pelo menos eu acho que isso aconteceu. Ele sorriu e eu meio que retribui, mesmo sem ter certeza de que ele estava se direcionando a mim e não a outra pessoa que estaria tomando o meu lugar. Ciúmes? Acredito que não.

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O jogo havia sido apertado, mas o Sesi levou a vitória. A disputa de três sets foi emocionante, o primeiro foi de 26 a 24. No segundo, o time adversário saiu na frente por cinco pontos, mas então o placar foi recuperado e o time levou de 25 a 22. Já o terceiro foi disputadíssimo. 28 a 26.

Eu estava em meu apartamento, esperando um sinal de vida dele. Aquela noite ele não viria. Nós nos encontraríamos em uma festa. Quando Murilo me enviou o convite eu fiquei um pouco confusa, mas segundo Radke, ele estava arrumando um jeito de passar mais tempo comigo sem faltar em seus compromissos. Ok.

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Murilo.

Eu a olhava com desejo. Ana parecia nem notar minha presença a poucos metros de onde ela estava, ela adorava fazer esses joguinhos. Ana era extrovertida, então não me espantei ao perceber que mesmo chegando sozinha, ela já havia se entrosado com diversas pessoas.

Ana me olhou fixamente por alguns segundos e então de repente começou a andar em direção a saída.

— Eu já volto. — avisei para Rodrigo antes de sair atrás dela.

Ela não se afastou tanto, e às vezes virava a cabeça para trás para saber se eu estava indo ou não. Cheguei até Ana, peguei em sua cintura e a puxei para perto de mim. Ela olhou de relance para mim, virando rapidamente o rosto para frente, Ana sorriu e eu afastei seus cabelos para beijar a curva do seu pescoço.

— Já estava indo embora? — questionei, Ana se virou e colocou as mãos ao redor do meu pescoço, encostando nossas testas.

— Achei que você estivesse ocupado demais para mim. — ela respondeu alto até demais, ri.

— Para você eu nunca estou ocupado, gatinha. — apertei sua cintura, aproximando ainda mais nossos corpos — E se você quiser, podemos ir para casa.

— Achei que você não quisesse que eu fosse sua mulher. — Ana disse bem próximo a minha orelha e depositou um beijo, seguido por uma mordida em meu pescoço. Filha da mãe. Eu queria transar com ela ali mesmo.

— E eu achei que você não gostasse de monotonia. — respondi — Mas talvez eu tenha mudado de ideia. — completei, ela riu, balançando a cabeça negativamente.

— Você me confunde. — ela resmungou e tombou a cabeça para trás — Anda, vamos logo. — Ana me deu um beijo rápido e me puxou pela mão.

Talvez eu realmente tivesse mudado de ideia, mas por enquanto continuaríamos sem compromisso, sem contrato, do jeito que eu e ela estávamos acostumados.   

Sin ContratoOnde histórias criam vida. Descubra agora