O frio chegava a incomodar. O vento estava forte como sempre na Itália. Não havia quase ninguém no hospital naquele momento, era madrugada. Para haver mais precisão, 3 horas da manhã.
Em uma sala no quarto andar, havia um ser prestes à vir ao mundo. Não estava se importando com que horas era, se deixaria a mãe sem a noite para dormir ou se lhe causaria dores fortes, ele apenas queria viver.
Anahí estava ali desde às 20h00.
Anahí: Está doendo muito. Eu não sei se irei aguentar. - Mais uma vez, apertava a mão de Antonello. Ele já havia trocado de mão de tanto que Anahí apertava. Suas unhas já haviam criado pequenos pontos de sangue na mão.
Estava em contrações.
Antonello: É claro que você irá aguentar. Você é forte. - Sorriu apesar da dor que sentia na mão.
Anahí: Você ligou para Maite mesmo? Já era para ela ter chegado. - Perguntou, ainda ofegando. A contração passara.
Antonello: Sim, ela me disse que está a caminho. Estava em um táxi à 15 minutos. - Anahí agora se levantava, diziam que ficar sentada piorava a contração. Ela não queria testar.
Anahí: Estou com pena dela. Estava previsto para nascer amanhã, ela pensava que iria conseguir dormir num hotel primeiro antes de vir para cá. Deve estar exausta pelo fuso horário. - Ela já falava mais calma porém já receosa da próxima contração vir sem piedade.
Antonello: Não sei porque ela não aceita ir para nossa casa. - Anahí revirou os olhos. Valia tanto para Maite quanto para Antonello. Maite era teimosa, Anahí insistiu com ela até o final que ficasse na casa junto à ela, mas ela não aceitou. E à Antonello, Anahí não aceitava quando ele dizia “nossa casa” quando afinal a casa era dele.
Anahí: Será que vai demorar muito? - Perguntou se referindo ao nascimento.
Antonello: Creio que não. Disseram que você chegou aqui já com dilatação. - Anahí suspirou. Ela já não aguentava em dores, e ainda faltariam horas.
7 meses haviam se passado. Antonello e Anahí estavam mais próximos que nunca. Tinham intimidade para qualquer assunto que fosse. Eles estavam mais amigos que nunca.
Menos de um mês que Anahí havia chegado a Itália, eles se casaram e logo ela poderia ficar ali quanto tempo fosse já que havia casado com um que havia nascido lá.
No começo foi difícil. Anahí não havia acostumado à Itália, as pessoas, tinha amizade apenas com Antonello e aos inúmeros empregados da casa. Havia empregados ali para fazer funções até sem necessidade.
No primeiro mês pensou em voltar para casa. Sua casa. A casa de sua tia. Era estranho dizer isso agora já que ela considerava agora a Itália como sua casa. E além do mais, e antes de sua tia, sua antiga casa era onde ela e seus pais viviam antes de falecer.
Além de tudo ela chorava sempre. Chorava à noite por Alfonso, pelos pais que faleceram, pelos primos e pela tia, por Maite, por não saber como ser mãe, pelos hormônios… Antonello todas as noites ficava lá, esperando que ela se acalmasse e dormisse. Ele nunca perdia a paciência, sabia que quando fosse para seguir em frente e se recuperar, Anahí iria. Esperaria o tempo dela.
Diante de tantos empregados, e sem poder fazer nada, Anahí disse à Antonello logo nos primeiros meses que iria procurar um emprego. Ele não aceitou, não porque queria vê-la trancada em casa, mas ele havia dito que pagaria todos os custos de seus estudos.
No início ela hesitou, mas ela insistira dizendo que todo dinheiro que precisasse, ele não hesitaria em gastar com ela nem com seu filho. Ela aceitou no fim das contas, mas com a condição de que iria procurar um emprego logo. Ele aceitou, mas sabia que ela não iria dar conta de ser mãe e estudar ao mesmo tempo.
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Intensity - 1° Temporada
RomanceEssa não é uma história de contos de fadas. Não é uma história difícil de se encontrar por aí mas também não é uma história que acontece todos os dias. Mas é uma história única, talvez pela personalidade de seus personagens ou talvez pela intensidad...