As Cronicas do Príncipe Rá - Uma Historia do Universo de Hades

Capítulo 6

Kaas Iomhi

Um chuva torrencial desaguava sobre a Pirâmide gigantesca que despontava no horizonte. Já estavam bem próximos do embate final contra o Monastério de Rá. Quinhentos Rás armados e montados, prontos para invadir tal local e mesmo assim Iomhi temia o pior. Não por que duvidava da coragem dos Rás que com ele estavam, mas por que os Kaas que estão por trás daqueles muros conhecem coisas que podem fazer a diferença em um combate. As catapultas que trouxeram da cidade de Rá são para fechar o cerco a muralha que protege as entradas da Pirâmide. Entretanto um embrulho no estomago não deixava de atormenta-lo. O Capitão Mele estava sob seu comando, mas ordenando as tropas em grupos e subgrupos, para facilitar a organização. O assalto ocorreria em minutos. Estavam alinhados em fileiras de cem e Iomhi estava bem ao centro junto com o Capitão. Um bosque na lateral da Pirâmide e ao longe a montanha de Elendil. Não era bem assim que Iomhi sonhara ver o Monastério no futuro.

- Senhor, quais as ordens? – Questionou o Capitão.

- Já lhe expliquei como os Kaas agem. São velozes, ferozes e possuem dons mágicos além do que já naturalmente aprendemos com nossa raça. Vistam as Armaduras do Sol que nos é fornecida pela Raça. E se preparem para o embate. Só alerto que eles usarão de truques sujos contra nós e temos que estar preparados. – Falou ao Capitão.

- Sinto que teme esse confronto senhor. Não posso passar esse receio aos Rás que aqui estão. – Avisou o Capitão.

- Então diga a eles que façam esse serviço logo, que estou cansado de montar neste cavalo. – Sorriu.

- Sim senhor.

O Capitão saiu frente a todos os grupos, ordenando que empunhassem suas espadas e ativassem suas armaduras magicas do sol. Como se algo invisível se materializasse sobre cada soldado, uma luz derramou-se sobre eles e ela se formou uma armadura que cobria o peito, as pernas, os braços e a cabeça. Eram douradas e reluzentes. As espadas, lanças e arcos da mesma formas surgiram nas mãos do exército e Melek passou por todos eles com a espada no alto, batendo em todas as espadas do fronte que estavam erguidas. Uma cena linda enquanto a chuva caia sobre todos. Assim que ele cessou a cavalgada de ordem e parou ao lado de Iomhi, o sinal de avançar foi dado com um subido grito "Marchem" advindo de Iomhi. O som dos cavalos em marcha num trote leve para início, era ensurdecedor. Aquele som causaria um frio na espinha de qualquer adversário. Não se tratava de arruaceiros armados com lanças tentando mostrar que sabiam lutar. Tratava-se de Rás experientes e bem treinados. Marcharam como se fossem um só. Descendo aquela aclive rumo ao confronto.

A agua escorrendo pelo elmo, e o tilintar do metal reluzente ressoando entre os trovões que ribombavam pelo céu enegrecido. Hora ou outra rasgava o céu aquele fio branco do raio, resplandecendo o relâmpago sobre eles e iluminando com aspecto assustador a marcha que começava a aumentar seu ritmo. Nesse instante Iomhi ouviu o capitão gritar "Dispersar", e por um instante não pode acreditar no que vinha voando na direção deles. Sobretudo, lançou o cavalo para qualquer lado afim de fugir do ataque. Sobre eles uma espécie semelhante a um dragão, com envergadura de oito metros, descia cuspindo ácido pela boca. Sua face era semelhante a de um falcão, e suas penas eram negras como um corvo. E sobre suas costas havia alguém montado. A besta que ali voava tinha os olhos roxos e suas patas estavam com armadura. Um animal de combate. O ácido choveu na terra molhada, mas os Rás conseguiram escapar do ataque. Todavia no rasante a criatura agarrou dois cavaleiros com suas garras e os levantou do chão a uma altura enorme. Os cavaleiros que estavam montados, rápidos como raposas, saltaram da sela de seus cavalos antes de estar a uma altura fatal, rolando pelo chão. A chuva pareceu aumentar, e o animal fazia a curva no céu entre os raios, para retornar em um ataque mais violento.