Spring Day - Min Yoongi

Bônus 1 - J-Hope

Hoseok

Fazia uma semana que eles tinham se mudado, fazia exatamente uma semana que eu e minha família tínhamos novos vizinhos. Eu não sabia nada sobre eles, a única pessoa que tinha falado com a família foi minha mãe.

Não sabia se tinham filhos, não sabia se era um casal e infelizmente não sabia se era uma bruxa má. Eles eram totais desconhecidos... Até aquela tarde.

Mama estava me levando para casa, estava nublado e ventando muito com certeza iria chover.
Minha mãe parecia cansada, com olheiras profundas e suspirava muito. Ela estava fazendo de tudo para conseguir uma promoção, assim ganharia mais dinheiro e pagaria aulas de dança para mim.

Eu não gostava que ela fizesse tanto por mim eu tentava ajudar na casa com tudo, mas mama só queria uma coisa, ver o "hope" dela sorrindo.

Estávamos quase na nossa rua, já havia começado a chover, bem forte na verdade. Minha mãe deu a curva na nossa rua e parou de repente, me assustei mais com grito da minha mãe do que com a freada. Me estiquei para ver o que aconteceu, será que ela atropelou um cachorro? Do banco de trás, só pude ver os olhos assustados de uma menina encharcada,  deveria ter uns 7 anos, minha idade praticamente. Ela olhou para nós por um segundo e continuou andando, depois de chegar na calçada pude ver o que ela fazia no meio da rua. O guarda-chuva que ela segurava, ao invés de proteger a si mesma, dava cobertura a um gato pequeno que parecia de rua.

Minha mãe voltou a dirigir e eu acompanhei a garota com os olhos, ela tinha parado na porta da casa dos "vizinhos", pegado o gatinho no colo e entrado correndo.

- Hey! Mama! - chamei minha mãe como sempre.

- Sim?

- Quem era ela? - pergunto realmente curioso.

Ela deu uma risadinha antes de continuar:

- O nome dela é Kae Myung-Hee, ela é a filha dos vizinhos.

- Porque você nunca falou sobre ela?- Perguntei enquanto ela estacionava.

- Você nunca perguntou!- ela sorriu enquanto tirava o cinto.

Eu não sei se eu ficava aliviado por não ser uma bruxa, ou se eu ficava agitado por ter uma futura amiga.

Depois de dois dias eu a vi novamente, dessa vez foi de uma forma mais preocupante. Eu estava dormindo, quando acordei sem razão específica. Esfreguei meus olhos e olhei em volta, estava longe de amanhecer. Não queria acordar minha Mama, ela precisava descansar, portanto fiquei perambulando pela casa fazendo uns passos de dança aqui e ali. Até que meus pensamento foram interrompidos por uma batida na porta.

Olhei pela janela para ver quem era, e por alguma razão meu coração bateu mais rápido que o normal. Era a vizinha, ela usava um pijama cheio listras que parecia ser o dobro do seu tamanho, o seu cabelo estava completamente bagunçado e ela parecia estar com sono, mas os olhinhos dela que me chamaram mais atenção. Ela estava chorando e muito, não soluçava ou gritava igual as meninas da minha escola faziam, mas as lágrimas não paravam de rolar.

Eu só me toquei que fiquei olhando por muito tempo quando ela bateu na porta novamente. Atendi correndo, ela estranhou eu ter atendido a porta e não meus pais, mas ela pareceu ignorar esse fato é começou a falar:

- Boa noite, desculpa te acordar, mas eu posso ficar aqui por um tempo?- Ela disse secando as lágrimas como se tenta-se escondê-las.

- Uh... Sim! É claro - respondi sem pensar.

Ela olhou em volta enquanto tirava os sapatos, parecia com frio e tremia muito.

- Você está bem? - perguntei um tanto que preocupado - Quer um cobertor? Você já comeu hoje?