Capitulo 9

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Bato na porta de Quinn e ele a abre com violência. Sua cara de desprezo é evidente enquanto se afasta para me deixar passar. 

- O que você tá fazendo aqui? 

- Sua mãe me deixou entrar. 

Ele revira os olhos e fecha a porta, se jogando em sua cama com os braços abertos e encarando o teto. Sento no pufe que ele deixava na frente da TV. Ele tinha aquele pufe desde os sete anos de idade, e nós sempre brigavamos por ele. Dessa vez Quinn nem se manifesta.

- Eu vim aqui pra te pedir perdão por ser um babaca. 

Quinn apenas me encara, como se me encorajasse a continuar. 

Sei que ele está morrendo de vontade de concordar comigo, mas continua a manter sua pose. 

- E também por estar sendo o pior amigo de todos. Um amigo de merda. 

- Desculpa, eu não ouvi. - ele faz uma cara que mistura cinismo e inocência - Pode repetir essa parte?

- Eu sou um amigo de merda! Aliás, eu sou um merdinha completo! - não aguento e começo a rir de sua cara. - Desculpa, eu acabei de me lembrar quando tínhamos dez anos e você tentou me bater com um taco de baseball, caiu e quebrou o dente. 

Ele não aguenta e começa a rir também, sentando na ponta de sua cama. 

- Tudo bem - Quinn concorda com a cabeça - Desculpa por ter falado com você daquele jeito também. Eu tava meio louco. 

Nunca conseguimos ficar brigados por muito tempo. 

- É, eu percebi - ergo as sobrancelhas - Mas fala aí, você beijou mesmo a Gia ou só brincando com a minha cara? 

Quinn joga uma almofada em minha direção, mas erra vários centímetros para a direita. Me inclino para pegá-la e jogo de volta, acertando em sua cara. 

- Foi na festa do Sage Hawk. Ele e Trevor Jacob ainda estavam super animados e ela estava lá fora. Foi estranho, quase como um agradecimento porque eu ajudei ela com uns caras que estavam tentando se aproveitar. Falei que era pra eles vazarem porque ela era minha namorada, ou algo assim. É lógico que quando ela me beijou eu parei ali mesmo, porque aí quem iria se aproveitar da menina bêbada era eu, né? - ele ajeita a postura e junta as mãos, como fazia toda vez que ia contar uma história e se empolgava demais - Tudo bem, eu deixei ela em casa e... 

- Espera aí, como você deixou ela? - o interrompo. 

- Eu a coloquei na garupa da minha bike e fui pedalando até a casa dela. 

Coloco o punho na boca para não rir. 

- Bem a cara dela, sendo a madame que é. 

- Pra começo de conversa ela estava bêbada. Não iria perceber a diferença entre a garupa da minha bike e um Porshe

- É um bom ponto. Continue. 

- Certo. Dois dias depois eu estava andando normalmente pelo corredor da escola depois de uma aula cansativa de Literatura e advinha quem aparece do além e me puxa pra dentro do armário de vassouras do zelador? 

- Mentira. - o encaro, atônito. 

- Verdade. 

- Uau.

- Eu sei! Quando ela trancou a porta achei que estava dentro de um filme pornô de má qualidade. 

- Que nojo, Quincy. 

- Enfim, ela me disse que ninguém, absolutamente ninguém poderia saber daquilo. E eu concordei, já que não tinha muitas opções óbvias.

- Mas você não falou que teve uma segunda vez? 

Não se Apaixone por Mim 🥀 - (Livro 01) DESVENTURAS DE UM CORAÇÃO PARTIDOOnde histórias criam vida. Descubra agora