Chapter two

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Acordara pela manhã com alguém chamando pelo meu nome. Abri os olhos lentamente franzindo o cenho, e vi a imagem de Dean Winchester em minha frente.

— Sam quer ver você — disse ele tirando uma mecha de cabelo do meu rosto. — Bom dia.

— ..... bom dia — virei pro lado oposto. — Mais cinco minutos.

— Nada disso, vamos levantar — ele abriu a janela fazendo a luz do sol entrar e arder meus olhos. O Winchester se aproximou e puxou meu edredom com um ato de me despertar, mas corei de imediato, estava só do camisola. — Desculpe... eu não sabia.

— Tudo... tudo bem — percebi seu olhar em meu decote e me cobri. — Pode sair por favor? Preciso me trocar.

— Claro, claro.

Dean saiu me deixando com a linda luz do sol. Me levantei lentamente e fui ao banheiro tomar um banho rápido.

***

Depois de um longo tempo tomando coragem para descer, vi Castiel nas escadas.

— Estava esperando por você, Sam vai ter algumas dúvidas — ele me estendeu a mão, e um pouco tímida segurei. — Pronta?

Assenti e descemos juntos. Vi um homem alto e cabelos longos, o mesmo em que via nas fotos. Ele tomava um bom gole de café olhando o jornal, aparentemente, parecia um cara sério, mas ao olhar pra mim deu um sorriso.

— Olá, Charlie — sua voz era calma, e senti um ar paterno acolhedor.

— Oi — disse extremamente tímida, e então ele me abraçou. Sorri fraco retribuindo seu ato.

Ficamos por um bom tempo assim, até ele dizer que eu me parecia muito com minha mãe.

— Lembra de Carolina? — Dean franziu o cenho. — Estava bêbado.

— Estava bêbado, não doido — seguro uma risada e ele olha pra mim. — Preciso saber como veio parar aqui, Charlie. Como me achou, como tem certeza que é minha filha?

— Sei que possivelmente não vai acreditar no que eu vier a dizer, mas pode fazer um teste de DNA se quiser, mas se quer saber, eu irei contar-lhe — me sento. — Depois que mamãe e você passaram a noite juntos, ela voltou pra Irlanda, mas acabou brigando com a minha avó e foi para Flórida. Eu não sei o motivo da briga, mas ouvi mamãe dizer a uma amiga que minha vó não aceitava o fato dela estar grávida de um bêbado que a deu uma noite de prazer — ele deu um suspiro com um ar de "desculpas". — Depois que eu nasci, mamãe conseguiu terminar a faculdade, e escreveu seu primeiro livro de contos, foi bem popular na minha cidade, sabe? Mas em menos de cinco meses ninguém mais lembrava.

— Como foi o acidente dela?

— No dia se ação de graças... ela saiu pra comprar algumas coisas e acabou não voltando mais, depois veio a ligação de seu acidente. E sabe, nós estávamos na melhor fase de nossa vida. Ela havia terminado seu novo livro, e uma editora famosa queria pública-lo. Ela estava prestes a assinar o contrato, e depois disso iríamos morar na França, porque era nosso maior sonho... — limpo as lágrimas que ja escorriam. — E um acidente idiota matou a pessoa que eu mais amava, e eu fiquei... fiquei sozinha. Eu chamava por ela a noite, e ela não estava la pra me abraçar, e então... eu peguei a grana que juntavamos e decidi vir atrás do meu pai, do homem de cabelos longos que ela tanto admirava e dizia "ele me deu meu melhor presente, e eu o agradeço".

— Conte a ele como veio parar aqui — pediu Castiel.

— Como eu ja disse, peguei a grana que juntavamos e vim. Eu morria de medo de avião — Sam olhou Dean. — E então eu decidi vir de trem. Eu gastei muito, cansei muito. Fiz meu aniversário de dezessete anos dentro do metrô, e eu não ganhei os parabéns de minha mãe, e nem de ninguém. Eu deixei meu namorado, minha casa, meus amigos, meu curso de língua alemã, só pra vir encontrar meu pai, porque eu precisava dele, porque eu queria ter o prazer de poder dizer "eu tenho um pai, e ele é o melhor do mundo". E mesmo que... que fosse rancoroso comigo, e não me aceitasse, eu queria dizer que eu tenho um pai, que eu o conheço. Se você quiser, eu posso ir embora, e mesmo que não acredite, eu sou sua filha — levanto. — E eu amo você, porque você é meu pai!

Ele não estava diferente de mim, seu rosto também tinha lágrimas, e então ele me abraçou fortemente, e posso dizer que, verdadeiramente, sinceramente, foi o melhor abraço da minha vida.

— Eu acredito! — bastaram apenas duas palavras para eu saber, que, agora, Sam Winchester era oficialmente, meu pai.

— Cuidei de Charlie pra você — disse Castiel. — E confirmo tudo o que ela disse.

— Obrigado, Cas.

Não queria mais soltar meu pai, ele era tudo o que eu precisava, e mesmo que fosse a primeira vez que nos vemos, nos falamos, nos tocamos, eu o amava incondicionalmente, e amaria cada dia mais.

— Então... ela vai ficar aqui mesmo? — Dean comia torta, lembro-me dele ter dito que acabou.

— Sim, eu quero Charlie comigo, do meu lado — ele beijou minha testa. — Minha filha, minha menininha.

Sorri e olhei pra Castiel que assentiu e sumiu.

***

Fiz minha primeira refeição com papai, e ele me contou um pouco sobre a família, e amigos que eram família também. Dean me contou sobre a importância que meu nome tinha pra ele, e eu tive vontade de matar Eldon Styne. Mas ele ja estava morto, e sua família também.

Muitas pessoas dizem que uma família perfeita, tem de ter pais casados, dois irmãos, mas no meu caso, tinha apenas eu, meu pai e um tio viciado em tortas, e pra mim, era a família perfeita. E não posso me esquecer de Castiel, o anjo que me protegeu, e me trouxe até meu pai. Que confirmou tudo o que eu disse, e esteve comigo quando eu mais precisei.

— Vamos dar sua primeira volta na baby? — disse Dean.

— O que é isso?

— Meu carro — ele sorriu. — Vamos?

— Não vou poder ir, tenho que terminar aquele caso — meu pai se pronunciou.

— Não convidei você, convidei ela — o mais velho deu uma piscadela, se levantou e estendeu a mão pra mim, segurei e me levantei. — Pode deixar que eu vou cuidar da sua filhinha, Sammy.

Os dois riram e Dean Winchester me levou para uma volta de carro.

***

Coloquei Black Sabbath pra tocar e murmurei a música que tocava.

— Essa eu não conheço — comentou Dean.

— Nem eu, mas aprendi o refrão já — rimos e ao colocar a mão no rádio pra trocar a musica, ele fez o mesmo, e sua mão ficou em cima da minha. Nos entreolhamos.

— Deixa essa... combina com a gente. You are the first to have this love of mine
Forever with me 'till the end of time — ele cantarolou.

— Você não é Lucifer — ri fraco. — E você não me ama.

— Obviamente. Eu nem lhe conheço direito — ele virou uma curva. — Mas isso não significa que eu não venha amar você, Charlie.

Olhei pra ele e deitei em seu ombro, e então, o Winchester segurou a minha mão.

A Big ProblemOnde histórias criam vida. Descubra agora