FUI O PRIMEIRO A ENTRAR NO CASTELO. EU QUERIA APENAS ESQUECER AQUELE SHOW DE horrores, descansar um pouco os meus pensamentos e tomar um banho bem longo, o mais demorado possível, fechei meus olhos por um segundo e em seguida ouvi aquela voz detestável.
— Como eu te odeio Alec, como eu te odeio, você sabia não é? — Era a voz irritante da Cassie.
— Já vai começar com esse showzinho? Eu sabia do que? Pode explicar por que eu não estou entendendo querida irmã.
— Você sabia que o carrasco era eu, por baixo daquele manto longo que... — Interrompi.
Por essa eu não esperava, bem que estranhei ele, era totalmente diferente do último, tanto que achei que poderia ser até um substituto, nunca poderia imaginar que minha irmã Cassie fosse tão louca a chegar este ponto, fazer isto.
— Você? Más como você? Eu não consigo entender como você poderia chegar cometer esta loucura. — Disse sem preocupa-me com minhas palavras.
— Irmão você não imagina como é ser mulher neste mundo? E ainda mais ser uma princesa que servirá apenas para se casar com alguém de influência. Tantas coisas que eu desejaria fazer mais, mais não posso. — Pude notar a tristeza no seu semblante e o peso daquelas palavras.
Ela continuou a falar. — Hoje foi dia fantástico, acho que foi um dos melhores momentos da minha vida, nunca fiz algo tão mágico, matar um homem, deu-me tanta emoção.
— Como ousa falar uma coisa horrenda desta? Ninguém deve sentir prazer em matar alguém. São seres humanos, será que você não sabe. — Chutei minha indignação uma oitava acima do normal.
— Seu marricas, não acredito que logo você será o próximo rei, alguém tão frouxo, não digno de tamanha honra. — Ela posicionou suas mãos na cintura, sua palavras agora estavam enfurecida, avistei seus olhos brilharem como fogo.
Em seguida ela veio em minha direção, passou por mim, posicionou suas mãos nas minhas nádegas, depois seus dedos foram tateando subindo aos poucos pelas as minhas costas, senti seu corpo mais próximo do meu, logo após senti seu hálito e por fim sua voz. — Preferia que fosse um garoto, meu querido irmão?
Suas palavras foram interceptadas pelo o estrondo dos portões principais do castelo, era apenas meu pai que estava chegando.
— Estou vendo que vocês parecem estarem se dando bem, — Ele sorriu e continuou. — Fico feliz em ver isto.
Ela se afastou rapidamente correndo para os braços do meu pai. — Papai, papai. — Era um abraço caloroso, e pensar que ele nunca me deu um, era estranho, ele nunca me dera um abraço, apenas gritos e recriminações. A voz de Cassie fez com que eu voltasse a prestar atenção no que estava a minha frente, um pai amoroso e uma irmã falsa. — Eu estava dando apenas parabéns para meu querido irmão, foi um belo julgamento.
Agora era hora de eu atacar. — Como pode saber o que acontecera lá, minha doce e amada irmã, se você não estava presente? — Sua postura de princesa frágil, mudara no mesmo instante, se transformando na bruxa megera que era.
— Eu tento ser educada papai, más o Alec sempre trata-me assim. — Sua atenção saiu do meu pai e virou-se para mim. — Eu perguntei para um dos guerreiros da guarda do manto real.
— Vocês fiquem aí, que eu estou indo para os meus aposentos, preciso trocar de roupa, terei uma reunião com os conselheiros, precisamos discutir... Melhor não falar nada para vocês. — Esta foi suas últimas palavras antes de sumir pelas as escadarias do castelo.
Logo que meu pai saiu, ela soltara suas garras novamente, seus passos firmes começaram a correr em minha direção. Suas palavras saíram afiadas como uma farpa.
— Amanhã, matarei aquele verme pecador que você polpou hoje. Por que será que você o livrou da morte? Sera que você... — Neste momento ela começou a gargalhar sem parar.
Ela tinha um poder sobre mim, que eu não conseguia evitar, não conseguia de forma alguma contra atacar. E isso acabava me deixando indefeso, como eu a odiava, os impulsos da minha cabeça, saltitantes, parecia que eu iria ter um troço se ela continuasse a rir, eu tinha que fazer ela parar, mas o que? Foi então que parti para violência.
Fui em sua direção e apertei seu braço com bastante forma, levantando-o um pouco. — Pare já com suas insinuações descabidas, sua cobra traiçoeira.
— Está soltando as garras querido? — Ela sorriu e gesticulou com o outro braço, fazendo um movimento com as garras. — Estou morrendo de medo.
Apertei o braço dela com maior força e sua voz saiu miando. — Está me machucando, solte-me por favor.
— O que está acontecendo aqui? — Esta era a voz da minha mãe, a Rainha Leonora.
A cena de filha amorosa, e frágil começara novamente, ela conseguira se largar de minha mão e saiu correndo para os braços da rainha. — Mamãe, eu não fiz nada. Olha mamãe o que o Alec fez. — Ela apontara para seu braço um pouco marcando pelos os meus dedos.
— ALEC, ALEC, quantas vezes tenho que falar para vocês não brigarem, vocês são irmãos e mais ainda, são da realeza, não pode quererem se matar a cada instante. — Minha mãe, como sempre a pacificadora.
— Ela me desrespeitou minha mãe.
— Você pode repetir tudo para a nossa amada mãe, meu irmão e ela pode tirar suas próprias conclusões, se eu te desrespeitei ou não. — Este era um contra ataque que eu não esperava. Neste joguinho, a Cassie com certeza era muito melhor que eu.
— Desisto. — Sussurrei saindo do salão principal.
— ALEC, ALEC, eu ainda não terminei, não vire-me as costas. Alec. — Eu já estava longe para parar, e não queria tão pouco escutar sermão de uma rainha, por que ela fazia tão bem este papel, que esquecia que era mãe.
Enquanto eu seguia fugindo do salão em disparada, não pude deixar despercebido o que a Cassie falara, ela vai se passar pelo o cavalheiro da morte novamente, para dá fim a vida do Vicent.
Sorri um pouco, garanto que o sorriso não foi intencional, mesmo que eu quisesse eu não poderia pensar nestas coisas.
Era pecado.
Mais era adorável pensar nestas coisas, e melhor ainda seria fazer.
Idiota! — Xinguei-me, não pense nisto.
Era exatamente o que eu estava pensando, em deitar-me com ele, ainda mais depois do que eu vira.
Eu tinha que fazer alguma coisa, não poderia deixar ele morrer, simplesmente morrer, ele apenas tentara salvar a vida de sua mãe.
Eu não só tinha que fazer alguma coisa, e era exatamente o que eu iria fazer.
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O Filho do Rei
FantasyEm uma sociedade dominada pela a religião, onde a maioria dos crimes levam a pena de morte, o que você acha que aconteceria com quem cometeu a maioria deles? Esta é a história de Alec, o filho do rei, um garoto que nasceu destinado para ser o próxim...