A Pangeia da Raça Humana

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"[...] E quando as esperanças foram mortas pela ampulheta do destino, por entre as terras batidas, pegadas revelam um longo trajeto em meio aos diversos tempos. Uma história há muito escondida em meio ao inferno chamado realidade, quando as areias do tempo enfim revelam o mapa para a verdadeira localização do que um dia foi chamado de o grande reino de Pangeia. Não me refiro ao supremo continente, mas, a formação do que chamamos de raça humana [...] Quem diria, que de uma pedra negra, a qual carrega em seu interior o universo, surge à luz para desenrolar do novo enredo. Agora a real trama será contada [...] Ascenda novamente, Pangeia [...]"

Úmbrio, Galácia, ano de 1888. Marcados pela incansável escravidão dos povos africanos, os séculos XVI – XIX foram palcos das lutas pela emancipação e liberdade que outrora fora retirada sem nenhuma hesitação. Eis que da escuridão nasce Mallumo, cavaleiro negro caracterizado pelo seu enorme poder e pelo exército que o segue, os cazumbis. E da luz, surge a imperatriz das almas, Flama, com um único propósito em guiar Mallumo para a localização da chave capaz de trazer de volta Pangeia ao seu reinado, e assim, libertar todos os seus irmãos aprisionados.

Mallumo acorda espantado na madrugada do décimo quarto dia do ano corrente às 03h20min da manhã, em meio à gritaria e sons de luta ao lado de fora de sua tenda. Ao levantar-se e dirigindo-se ao exterior, percebe a invasão dos seus inimigos, os escapulas. Quando se pôs de pé na entrada de sua morada foste atingido por um escapulo que portava a Kazaerus - a prisão das almas, uma espada capaz de roubar e ofertar ao esquecimento a alma do inimigo. Com isso, o guerreio a muito temido, perde suas forças e o direito de comandar os cazumbis. Jogado ao esquecimento, desmaia com o ataque proferido, ficando inconsciente por dez longas horas. Quando desperta do ataque rápido e inesperado, sofre o choque. A visão de ver toda a sua aldeia devastada e seus familiares mortos. Não mais detentor de poder algum. O único ser presente ao seu lado, liberando os últimos sopros de vida é a profetisa da vila, Sibila.

Mallumo corre para prestar os devidos socorros a sua amiga de infância, ao aproximar-se, Sibila rui nos braços de seu amigo. Indignado com o ocorrido e triste pela cena que vos apresenta, cai em prantos. A profetisa em seus últimos atos profere então a seguinte sentença: "Do receptáculo sombrio e sobre a lua de sangue, as filhas do destino e guardiãs do poderoso reino se apresentarão. Sob o comando da luz, as opalas negras surgirão. E só a vós, príncipe dos mortos, Pangeia à de ser revelar". Em sinal de aprovação ao que lhe fora dito, promete em honra ao sangue derramado, vingar-se.

No vale da neblina, domínio dos deuses da destruição, surge em meio à escuridão uma molécula de luz. Fundindo-se aos desejos mais obscuros, moldando assim as trevas em dia, origina-se Flama, mulher apenas em aparência, ser onipotente e espectral, distante das falhas humanas. A personificação da luz e da beleza. Jamais poderá ser possuída por algum mortal. Destinada a ser mentora e guardiã dos segredos de Pangeia. Prometida a guiar o príncipe dos mortos à sua glória eterna.

Ao deixar Úmbrio, Mallumo depara-se com Ibeji, o deus com poder sobre o nascimento. O príncipe dos mortos sabia que para a profecia cumprir-se deveria ter em mãos todos os dons ao seu alcance. A única coisa que lhes restara fora o conhecimento de batalha. Mallumo então firma um acordo com Ibeji: - Se me ofertares vosso dom, quando minha busca pelo grande reino for cumprida, eu libertarei vosso espirito a muito preso nessa forma humana. O deus fica instigado em acreditar naquele que o transformou em mortal. Porém, Ibeji responde: - Dar-te-ei meu dom, sob uma condição. Se por ventura vieres a me trair mais uma vez. Farei de vós poeira em meio ao imenso deserto. O deus do nascimento, junto com os outros onze grandes faz parte dos guardiões primordiais de Galácia. Cada um condenado à mortalidade, quando num passado distante entregaram-se aos desejos humanos. Todos aprisionados pelo próprio Mallumo. Seu título de senhor dos mortos surgiu quando julgou sua própria mãe – Iansã. No dia de seu casamento, quando iria desposar Sibila ao seu filho, a sacerdotisa Iansã é corrompida pela arrogância. Então como num momento de cegueira, roga sobre a então quase nora, o castigo que a transformou em profetisa. Arrancou de vossos braços o seu verdadeiro amor. Quando uma mulher torna-se profetisa, são tomados todos os seus sentimentos. Apenas servindo de instrumento para os deuses incorpóreos.

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⏰ Última atualização: Apr 08, 2017 ⏰

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Opala Negra, do Inferno à LuzOnde histórias criam vida. Descubra agora