Capítulo 28

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Mesmo com uma piscina na sala eu não perdia a oportunidade de me refrescar na piscina do Michel. Há um mês passei a visitá-lo semanalmente, para tomar sol e me lembrar que havia um mundo além das paredes lá de casa.

Como sempre Dylan me acompanhou, e naquele momento aproveitávamos juntos a agradável tarde ensolarada.

Pela piscina do Michel ser muito maior, Dylan aproveitava para se exibir, fazendo altas piruetas na água e bancando o machão alfa em parte para me provocar, e em parte para lembrar o Michel que aquele garoto grávido tinha dono. Era infantil, mas também um tanto fofo.

Michel, claro, não dava a mínima para o bate-cabelo pouco sutil do Dylan. Ele permanecia em sua escrivaninha, revisando por centenas de vezes seu trabalho final de graduação. Eu me sentia mal por atrapalhá-lo em um momento tão delicado, mas ele me garantiu que apreciava a companhia, desde que não fizéssemos muito barulho.

Relaxado e tranquilo, eu pesquei um punhado de pistaches da travessa à beira da piscina e comi com gosto, ajudando a descer com suco de melancia fresquinho. A mansão do Michel era como um paraíso, e eu realmente apreciava descansar o peso da barriga na água.

Com oito meses de gestação eu me sentia carregando várias bolas de boliche pelo umbigo, e as menores caminhadas faziam latejar todas as minhas miseráveis vértebras. Mas num aspecto minha situação melhorou: Após tantos banhos de sol minha pele recuperou seu bronzeado bonito, e eu também me sentia mais disposto.

Dylan não podia permanecer na água doce por muito tempo, então assim que ele deixou a piscina eu o segui até as esteiras, e sentei entre as suas pernas como se Dylan fosse uma poltrona. Ele me vestiu o óculos de sol para me proteger do sol forte, e passou a massagear meus ombros.

Nossa, as mordomias da gravidez eram boas demais. Se não fosse a dor nas pernas eu até gostaria de ficar grávido pra sempre, sendo bajulado pelo Dylan da manhã até a noite.

Certo, isso era exagero. A cada dia eu me sentia mais ansioso em conhecer o Hian, e sempre sonhava com isso, e com a sensação de ter meu bebezinho no colo. Michel pediu que eu não me preocupasse com o parto, ou com nada, realmente, e disse que cuidaria de tudo. Então entreguei meu destino nas mãos dele.

Já estávamos no fim de Janeiro, e a cesariana aconteceria dia 14 de fevereiro, dois dias após a formatura do Michel. Ele mesmo realizaria o procedimento. Eu podia ver em sua estante diversos livros novos sobre obstetrícia e cuidados neo-natais.

Michel e Dylan eram tão dedicados, cada um do seu jeito. Eu me sentia meio burro em só ficar ali, curtindo comidas boas e massagens. Mas havia um bebê enorme crescendo na minha pobre barriga de bola de basquete, talvez eu merecesse um desconto.

Sob as deliciosas carícias do Dylan, eu adormeci com a cabeça em seus gominhos confortáveis. Acordei pouco depois, ouvindo Dylan conversar com Michel.

"...não deixa de ser uma cirurgia, peixe-boi. O Gabe ficará alguns dias no hospital, precisaremos de um bom plano."

"Já estou concordando com essa loucura, pelo meu predestinado. Não vou permitir que o separe do bebê."

A última frase me fez saltar do colo do Dylan.

"Como assim, me separar do bebê?" Eu tirei o óculos de sol e fuzilei Michel com meu olhar.

Ao me perceber acordado, Michel ajeitou o óculos e limpou a garganta.

"Conseguirei que você dê baixa como um paciente de apendicite, e darei um jeito de ser seu único cirurgião. É a única forma de realizar a cesariana sem chamar todos os jornais do mundo. Durante sua recuperação o Dylan ficará com o bebê."

O Amante Do Tritão (AMOSTRA)Onde histórias criam vida. Descubra agora