Caminhei pela praia, deserta, o sol já estava se pondo no horizonte, tingindo o céu em vários tons de roxo e rosa.
Qual foi a minha surpresa, quando avistei uma pessoa na beira da água, desacordada. Corri ate lá, para ajudar. Mas, a minha surpresa foi ainda maior, não pelo fato de ser uma mulher semi nua, ali desacordada mas sim, pelo fato da mulher desmaiada não ter pernas, no lugar dessas, uma enorme cauda em tons rosa e lilás.
- Uma sereia... - Fui até ela, um pouco suspreso. Toquei o seu pescoço, para saber se ainda respirava. Por sorte, senti a sua veia pulsar. - Ainda está viva!
Observei o machucado no seu braço e os pedaços de rede que enroscaram na sua cauda. Ela se mexeu, sua íris de cor azul escura, tão vividos quanto o mar, me olharam.
- ... Não me machuque... - Ela pediu amedrontada, tão baixo que se eu não estivesse abaixando ao seu lado não teria escutado.
- Não vou te machucar! - Falei, para acalma-lá. Ela fechou os olhos e deitou a cabeça na areia. Ela tinha desmaiado.
Estava tão fascinado com a sua beleza que nem lembrei que estávamos em uma praia pública, o que seria um grande problema, caso alguém aparecesse.
Cheguei a conclusão que seria melhor leva-lá para a minha casa e quando ela acordasse, perguntaria o que fazer.
Fiquei em dúvida se deveria mesmo tirar ela da água. Mas, como ela ainda estava espirando achei que não tivesse problema.
Pegar ela no colo foi o mais complicado, sereias são muito pesadas!
A carreguei com dificuldade pela areia. E como tinha deduzido, pessoas apareceram. Elas curiosas passaram a nos observar.
- Ela deve fazer sereismo! - A mulher falou para os companheiros. Fui em direção ao carro. - Deixa que eu abro para você! - A mulher se prontificou. - Ela é tão bonita, parece até de verdade! - Comentou, enquanto eu colocava a sereia no banco.
- Ela é uma folgada, dormiu na praia e eu tenho que carrega-la! - Ela riu e eu dei a volta ate o banco do motorista. - Tchau! - Acenei antes de entrar no carro.
Só esperava que o meu carro não ficasse cheirando a peixe.
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Escutei passos no corredor. Olhei a tempo de ver a garota que parecia perdida, molhada com uma short parecendo de escamas da cor de sua antiga cauda e os cabelos tapando os seios entrar na sala/cozinha. Ela se apoiou na parede para caminhar, parecendo não familiarizada com suas pernas.
Ela me olhou assutada e se desequilibrou, caído sentada no chão.
- Você está bem? - Ela se distanciou quando me aproximei. - Eu não vou te machucar! - Ela não disse nada. - Acho melhor arranjar algo para você usar... - Desviei o olhar do seu corpo para outro canto. Levantei e fui até o quarto, peguei uma das minhas camisetas e voltei para a sala. Ela ainda estava sentada no canto, encolhida. - Veste isso! - Entreguei a blusa para ela.
- Veste isso? - Ela perguntou, me olhando sem entender.
"Claro que uma sereia não vai saber o que é vestir, né Jimin!", pensei.
- Coloque isso para se cobrir! - Tentei explicar, mostrando a camiseta que eu uso. Ela não expressou nenhuma reação. Suspirei. - Vou colocar em você! - Aproximei-me, ela se encolheu. Passei a camiseta pela cabeça dela, pedi que passasse os braços pelo buraco e assim ela fez, deixei a camiseta cair sobre as coxas dela. - Agora você está vestida!
Ela alisou o tecido de algodão, sorriu com a sensação do pano entre os seus dedos. Sorri, vendo a sua inocência. Ela me olhou curiosa e olhou para a cozinha. Senti o cheiro de algo queimando.