Capítulo 38 - Um Ponto de Vista?

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P.O.V Jane

Meu estômago estava revirando com aquela cena, acho que a qualquer momento irei colocar para fora tudo que comi nos últimos meses. Dois cadáveres no chão da cela suja da prisão em que estávamos.

Lá fora estava escuro e frio, um perfeito cenário assustador para um bom filme de terror. Acho que meu pai iria gostar.

Theo me chamou para dar uma olhada nesse caso. Os presos dessa cela simplesmente amanheceram com seus corpos envelhecidos e secos, parecia que suas vidas foram sugadas. No rosto deles havia uma feição assustadora que deixaria qualquer um sem dormir por dias.

O cheiro forte dos mortos também está contribuindo bastante com o meu enjoo, e bem, contando que lá fora há centenas de presos gritando palavras nada agradáveis para mim, esse não é o momento pra um enjoo idiota.

Acho que eles têm raiva por eu ter prendido eles aqui e acabado com a vida boa que Liam Kane dava para eles.

Sinto muito pessoal, mas me chamar de vadia, puta e cachorra só me faz ter pena de vocês.

O nome dos mortos eram Michael Road e Hilbert Road. Eram primos que gostavam de sequestrar crianças, retirar os seus ossos e mandar de presente para a família. Psicopatas da pior espécie. Ainda assim não são o meu pior problema, meu verdadeiro problema é a coisa que fez isso com eles.

- Eu tenho um relatório para você, Veneno. - Disse Theo. Ele estava em uma cadeira de rodas enquanto se recuperava da sua lesão.

Ele quase morreu por se aproximar de mim, por ser um informante da Veneno. Eu quis cortar laços com ele, mas quando Theo descobriu, ele simplesmente começou um discurso emocional sobre amizade e afins.

- O que acha?

- Eu acho que não deveria estar aqui. - Fui direta e cruzei meus braços. Minha família diz que quando faço isso pareço ameaçadora, essa é a imagem que quero passar aqui.

Theo revirou os olhos. Acho que a minha cruzada de braços não funciona com ele. Ou talvez fosse apenas o fato de que essa era a centésima vez que falo isso com ele desde que me contou que já estava trabalhando.

O fato é que aqui é um lugar perigoso para ele, e não quero mais um amigo morto por Liam. Beatrice será a última, ela foi o ponto final desse jogo.

Ele iria responder alguma coisa quando ouvimos um som como o de um estalo. A luz caiu e então voltou mais uma vez.

Uh oh.

Quando a luz voltou, a cela que estávamos se fechou e trancou. Eu apenas olhei para Theo. Imediatamente ele tentou as abrir com as chaves manuais, mas não conseguiu.

Antes que eu fosse arrebentar as grades com as minhas próprias mãos, houve mais um estalo e mais uma queda de luz. Então, as celas de todos os presos desse corredor se abriram.

[...]

P.O.V Annie

Eu queria matar o Lincoln. Não o Lincoln em si, mas o maldito chefe do setor de T.I que me fez vir aqui e até agora não apareceu com a tal modificação no sistema qual precisava de uma autorização específica e minha assinatura para continuar com um projeto.

Ah pai, é bom que volte logo com esses pirralhos.

Agora o chefe da equipe de segurança pediu demissão e eu tive que assinar sua carta. O pior foi que o seu motivo foi: A cidade está muito perigosa.

Eu queria dizer à ele que ele é um segurança idiota, mas me contive em levantar o dedo do meio por baixo da mesa e o xingar mentalmente.

Agora era quase nove horas da noite e o cara dos computadores disse que teve um incidente. Eu iria demiti-lo também se Lincoln não me falasse que foi a esposa dele que entrou em trabalho de parto.

ClintonOnde histórias criam vida. Descubra agora