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Ohana - Johnlock

Finalmente uma oneshot feliz! Me sinto realizada, espero que gostem kkkk all the love xx

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"Ohana quer dizer família. Família quer dizer nunca abandonar ou esquecer."

-O QUÊ?

- Calma, não precisa gritar, vai acordar Rosie. Eu só achei que poderia contar com você e a Sra. Hudson para cuidar dela só por hoje.- John sussurra enquanto embala Rosie em seus braços.

-Sem chances.- Sherlock se jogou no sofá com uma cara emburrada.
Se John não conhecesse seu companheiro tão bem, diria que ele estava fazendo drama ou não quer cuidar de sua filha. Mas, se tratando de crianças, ele sabe que Sherlock tem um ponto fraco, mas não havia outra pessoa com quem pudesse deixar a pequena. John decidiu continuar sua vida e acabou arrumando um encontro depois de atender uma cliente na noite passada. Eles se deram muito bem, mas John tem suas dúvidas que isso é mais um motivo para Holmes não querer cuidar de Rosie.

-Você sabe que eu não consigo lidar com essas..."coisinhas"! Elas são terríveis!- Holmes falou e apontou pra pequena que dormia tranquilamente no colo do pai. No momento que John revirou os olhos, Sra. Hudson apareceu​ na porta com o maior sorriso que poderia dar.

-Ah, John! Eu estava entrando e não deixei de escutar que eu e Sherlock vamos cuidar da princesinha Rosie hoje!- Sherlock olhou com espanto e abriu a boca para falar algo, mas foi interrompido.- Vá se divertir, John! Ela será muito bem cuidada nas nossas mãos, não é mesmo, Sherlock?

- NÃO!- ele falou com espanto

- ah, bobinho. Não diga essas coisas, você é muito bom com crianças.- John entrega Rosie para Sra. Hudson e não deixou de soltar uma gargalhada com aquele comentário.

-Ok, muito obrigado. Volto mais de noite, não esqueçam de colocá-la para dormir. Boa sorte para vocês, tchau Sherlock e obrigado, Sra. Hudson.- John preferiu sair o mais rápido que pode para caso Sherlock desistisse da ideia.

Alguns minutos depois de John sair, o cômodo permaneceu com Sherlock olhando para o teto no sofá com uma expressão pensativa e Sra. Hudson dizendo coisas aleatórias com uma voz estranha, na esperança de que Rosie entenda algo.
De repente, Sherlock sentiu um peso em seu colo. Rosie.

-Sherlock, preciso dar uma saidinha com minhas amigas, sua vez de cuidar dela.- ela falou, levantando-se.

- Você vai sair com suas amigas? Desde quanto você é tão sociável assim?

- Quer dizer que só por que eu sou velha não posso ter amigas e sair? Meu amigo, eu tenho cabelo branco mas estou num estado melhor que o seu.- ele a encarou de boca aberta enquanto ela saiu pela porta.

Sherlock ainda tentou processar o que estava acontecendo. Estava sozinho com Rosie.
O silêncio dominou o quarto e Rosie encarava Sherlock com os grandes olhos esbugalhados. Por um instante, a pequena fez ele lembrar de John, então começou a falar.

- Então...Parece que mesmo você vivendo aqui sempre, nunca paramos para ter uma conversa decente. O que você gosta de fazer? Correr atrás de bolinhas? Cantar? Escalar paredes? Rabiscá-las com giz de cera até vocês cansar e ficar chorando querendo mais?- a pequena continua encarando-o e Sherlock suspirou.- esqueci que você não anda ainda. Nem fala. Será que vou ter que falar com aquela voz insuportável pra você entender?- Sherlock fez uma tentativa falha de falar com a voz que Sra. Hudson conversou com ela, a mesma voz que pessoas conversam com bebês e cachorrinhos.- O que a criaturinha quer fazer?Hem?Fala pro tio Holmes porque eu não sou adivinho de bebês ainda.- Rosie começou a rir e colocou a mãozinha no rosto de Sherlock, fazendo o mesmo ficar corado com o gesto e sorrir.

Normalmente​ as pessoas não gostam dele, vai ver que enquanto são​ bebês, o coração delas é maior e conseguem ter algum contato com ele, porque quanto crescem, o mundo acaba estragando aquele coração puro e bom.
O quarto, que até então era silencioso, fora tomado por risadas dos dois.

-Okay pequena, vamos concordar que nós dois temos algo em comum apenas em concordar que sou péssimo nisso.- Sherlock colocou Rosie no chão e sentou ao seu lado, brincando com alguns dos brinquedos que estavam ali. Rosie estava mostrando o seu universo para ele, mas ele também queria mostrar o seu, então pegou seu "amigo" crânio e contou a história dele enquanto ela olhava atentamente, até pegar a peça e começar a roer, deixando Holmes em pânico.

Por incrível que pareça, Holmes estava se saindo muito bem como pai de primeira viagem, tirando a parte de que teve que trocar a fralda de Rosie, o que fez ela dar altas gargalhadas com as caretas que ele fazia.

Depois de tudo isso, de seu chapéu (que insistiu em colocar em Rosie pra vez como ficava) terminar completamente babado e de contar suas histórias sobre os novos "brinquedos" de Rosie (que na verdade eram lembranças de alguns dos melhores casos de Holmes) que ela pegara nas mobílias do apartamento, ele percebeu​ que já se passara mais de onze horas da noite e ela precisava dormir.

Sherlock procurou o berço por todo canto e só depois se lembrou que John dormia com a filha todas as noites, então preparou seu sofá e deixou Rosie ali. A pequena começou a chorar e se debater até que Sherlock deitou com ela, embalando-a em seu colo.

-Tudo bem, vou contar uma história então e depois você vai ter que dormir, okay princesa?-Ele suspira-Então, eu e seu papai nos conhecemos a um tempão, ele era muito chato e metódico e eu era super legal.-ele riu com suas próprias palavras- ok, pode ser que seja ao contrário, mas conforme os anos foram passando, eu fui me tornando uma pessoa muito melhor, graças a ele. Parece assustadora a ideia de você do nada ser tão dependente de uma pessoa a ponto de dar sua vida por ela, mas eu era assim com seu pai. Sou assim.-Rosie não desgrudava os olhos de Sherlock- Bom, conforme o tempo foi passando, fui percebendo que no fundo, bem no fundo, eu tinha um coração que renasceu com ele. Sentia uma coisa muito estranha a cada encontro que ele arrumava, tinha a necessidade de estar presente em todos os momentos para ver como ele estava. No casamento com sua mãe, eu sentia um aperto tão grande no peito, era inesplicável, mas ao mesmo tempo eu estava feliz porque ele estava feliz.
Nesses últimos anos tudo foi tão rápido que, num piscar de olhos, você já tinha nascido. Ele ficou com raiva de mim por muitas coisas que não gosto de lembrar, mas, para um cara como eu, não esperava que fosse tão horrível ter que ouvir tudo aquilo de seu papai. As palavras e gestos vindo dele, me machucam mais que a de qualquer um. No fim tudo ficou bem, mas tudo isso, com certeza, foi graças a sua mãe e a você, que nos uniu de novo. Gostou da história?- a pequena olhava com os olhinhos estreitos e sussurrou uma coisa. Sherlock ficou espantado, já que a pequena não sabia falar.- Espera, o que você disse?- ela repetiu um fraco e baixinho "papai" e segurou no braço de Sherlock.- Sim,seu papai John!- ela repetiu mais alto "papai Sheloqui" e Sherlock riu espantado- N-nao, eu não sou seu papai.- Mas Rosie já havia dormido, mesmo sendo um mal entendido, Sherlock ficou muito feliz com a primeira palavra de Rosie e começou a pensar como será quando John souber disso. Ele ia ficar feliz ou bravo? Mas Holmes nunca sabe o que passa na cabeça de Watson. segundos depois, foi tomado pelo cansaço e dormiu ali mesmo.

Sra. Hudson observava com um lencinho àquela cena do canto da porta e saiu como uma criança feliz pelos corredores até seu quarto.

John chegou pouco tempo depois, de volta de seu desastroso encontro, como todos os outros. Esperava encontrar a casa uma bagunça, mas aquelas coisas espalhadas pelo apartamento não importaram quando viu eles no sofá e ele ficou encantado com a cena dos dois dormindo juntos. Ele não negou em tirar uma foto daquela cena tão adorável. John pôde observar o rosto tranquilo de seu companheiro e de sua filha juntos e um arrepio correu por seu corpo.  John conhecia bem Sherlock Holmes, mas nunca parou para conhecer um outro lado dele. Como ele realmente é, e não o que ele pensava que ele fosse. O Sherlock com coração tão grande quanto o dele, o que adorava crianças e que amava John com todas as forças do universo.