NEW SONG OF THE BRAZIL

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margens plácidas

povo brado

raios fúlgidos

triste fado

o penhor desta igualdade

se perde na fraude

nosso braço forte nasceu

com defeito congênito

enquanto a liberdade

é nocauteada pela morte

raios fúlgidos

raios vívidos

vidas mortas

ó pátria amada

nos salva ou somos nós

que precisamos te salvar?

um dia

rezarei eternamente

um terço explêndido

rezarei infinitas ave-marias

num sonho profundo

depois de ter passado por ti

ó pátria armada

buscando colher flores em teus campos grilados

sem me lembrar

d'alguma glória do passado

não, não era glória qu'ela se chamava

era aparecida

mas eu esperava

paz no futuro desta vida

e a única

e a última paz que encontrei

foi a própria morte

por não ter fugido

da luta e nem do raio da ditadura

ó pátria amada

quis eu feliz amamentar-me

da liberdade de teus seios

descobri em vinte e dois de abril então

que sou filho deserdado, bastardo

entendi então

por que não me deste um berço explêndido

e nem em meu som falava

de mar, dos teus lindos mares

e nem da lua no teu céu

mas te questionava

"que país é esse?"

"pátria amada

de quem você é afinal

é do povo nas ruas?

ou do congresso nacional"

ó pátria armada

minada e violada na própria natureza

em tuas terras farpadas

jaz os meus restos mortais sem certidão de óbito

UNI VERSOSOnde histórias criam vida. Descubra agora