Décimo sétimo inverno

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Se por algum momento
Do tempo
Eu pudesse ouvir
E sentir
Teu amor por mim
E fim
Me encontraria
Em profundo estado de alegria
E harmonia

Canto porque minh'lma
Precisa de calma
Alma que grita
Numa canção aflita
Canto a alma amargurada
A vontade desesperada
E a urgente necessidade de paz

De certo só tenho
O amor que não tenho
E nunca terei

Se eu tivesse por um instante
Um segundo insignificante
Se seu amor se permitisse
Ver o que não foi visto
Sentir o que não foi sentido
E a chance
De dizer o que não nos dissemos

Enxergaria o que existe
de mais triste
Num coração que chora
E implora
Compaixão e perdão

Aí sim, seria amor
De resto é só ilusão!

Canto para repelir de dentro do peito esta triste saudade
Que me invade
Saudade que insiste
E persiste
Em permanecer plantada
E cravada
Em todo meu ser
Saudade que me acompanha
Em todos os meus dias
De tristezas e alegrias
Desta pequena vida

Uma vida curta
Para um amor tão grande
Ou talvez
Um amor grande de mais para um coração tão pequeno

Dos dezessete invernos que vivi
Das emoções que senti
Alegra-me
Ter sido para ti
O calor na tarde fria de inverno!

Quem me dera o tempo regressasse
Para trazer-me de volta
O amor
E a gota de luz do teu olhar
Mas, o inverno vai passar
E assim,
Como pássaro novo
Bate asas pelo céu
E paira pelo ar
O rouxinol canta a mais bela canção
E voando pela forte brisa
Padece sutilmente pelo chão!

Canto...
E assim acalma-se toda a tristeza!
Escrevo...
E assim o momento se eterniza!
E a dor se cala
Meu coração palpita
Na ânsia de que
Tudo vai passar
E sera apenas uma doce
E fria lembrança
Em minha mente arquivada

Mas o inverno sempre volta!
Trazendo-te mais uma vez
para mim
E quando o frio me gela
E o vento me empalidece
Meu corpo trêmulo
Deseja o seu
Recordando em minha mente
Algo que a muito adormeceu
Fazendo-me relembrar
O melhor inverno
Dos dezessete invernos que vivi!


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