Capítulo 5

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O dia amanheceu, porém para Erica era como se a luz simplesmente não penetrasse em sua pele. Sentia-se perdida na escuridão de seus medos e frustrações, na falta de perspectivas. Em outras palavras, odiava saber que estava nas mãos de Brian.

Completamente desanimada caminhou pelo apartamento. Ainda tinha algum tempo até o horário da empresa, entretanto, pela primeira vez desejou que as horas parassem. Desejou não ter que enfrentar Brian e sua obsessão.

- Argh! Que droga! – exclamou, inclinando-se sobre a janela aberta da sala. A brisa matinal espalhou alguns fios de seu cabelo fazendo-a fechar os olhos em contentamento.

Erica não conseguia pensar com clareza, seu raciocínio estava distorcido naquele momento. Ela se questionava sobre sua fraqueza tão evidente diante daquela situação inusitada, considerando que já havia enfrentado tanta coisa no decorrer de sua vida.

O barulho da campainha a assustou.

Desconfiada, verificou o horário no relógio de parede e no caminho até a porta, foi se preparando psicologicamente para o caso de se deparar com Brian do outro lado.

Com respirações curtas e ritmadas, Erica abriu a porta espantando-se.

Uma rosa na cor, rosa claro, havia sido deixada no chão em frente à sua porta. Um pequeno bilhete estava ao lado:

"Lembrei do rubor de suas bochechas."

Olhando de um lado ao outro no corredor, Erica não conseguiu ver ninguém. Sua curiosidade acentuou-se ao voltar os olhos para aquela bela rosa em suas mãos. Em sua concepção, era um gesto tão delicado presentear uma mulher com uma rosa.

Havia sido o Brian?

Ao fechar a porta, Erica pegou-se mordendo os lábios em nervosismo e inteiramente perdida em suas contradições. Brian deveria ser seu inimigo, pensou desgostosa.

Assim que ajeitou cuidadosamente a rosa em um copo com água, guardou o bilhete na gaveta juntamente com o do dia anterior e resolveu deixar aquele assunto para outra ocasião.

Apressou-se na direção do banheiro, a fim de tomar um bom banho. Ansiava que aquilo revitalizasse suas forças e sua coragem em enfrentar toda e qualquer situação crítica que a vida lhe impusesse.

Quarenta minutos mais tarde, Erica adentrou na sala em que compartilhava com Mathews e Eliza na Smith&Landon. Uma leve dor de cabeça a incomodava, porem respirou profundamente.

- Bom dia. Você está bem? – Mathews chamou-lhe a atenção.

- Bom dia. Estou bem. – mentiu ela, disfarçando um meio sorriso. – Eliza não chegou ainda? – emendou, procurando-a com os olhos.

- Passei no prédio dela, mas ela não estava no apartamento. – respondeu, Mathews. Seu corpo repousou-se na frente de sua mesa.

- Que estranho. – disse Erica, enquanto se ajeitava em sua mesa. Rapidamente pegou seu celular e discou o número da amiga.

- Está desligado. Já tentei ligar. – Mathews comentou com ar cansado.

Franzindo o cenho Erica suspirou e sentiu sua cabeça latejar um pouco mais.

- É provável que tenha passado a noite na farra e resolveu se aventurar com algum desconhecido. – comentou ela, massageando as têmporas.

- Garota irresponsável. – esbravejou Mathews, rodeando sua mesa e sentando-se em seguida.

- Esquece isso agora. – Erica pediu. – Vamos trabalhar. Como está nosso cronograma para o dia de hoje? – quis saber ao ligar seu laptop.

Mathews abriu a boca para falar, porém o telefone na mesa de Erica o interrompeu.

Um Cafajeste no meu pé (Livro 2 da série Cafajestes_ APENAS DEGUSTAÇÃO )Onde histórias criam vida. Descubra agora