Mathematics and Music

Capítulo Único;

Sempre fui um prodígio em matemática.

Então é irônico não conseguir decifrar o sistema equação que tens no teu olhar.

Ninguém me deu um manual de instruções para matemática, aprendi sozinho. Talvez por isso ninguém tenha me falado que eu, Min Yoongi, teria como mais difícil equação os traços; fios castanhos; sorriso e olhos de Jeon Jeongguk.

Mas pudera, como um prodígio conseguia suportar alguém tão acéfalo na matéria? Pudera, pois como um cantor – como Jeongguk – poderia suportar alguém tão acéfalo em músicas românticas – como eu?

Lembro-me bem quando você chegava de mansinho, sorrindo tímido, e dizia:

“– Pode me explicar a matéria de novo?”

Eu o olhava incrédulo. Não sabia como alguém não entendia aquilo que me parecia tão simples de ser resolvido.

E nós ficávamos a tarde inteira na biblioteca. Eu realmente não me importava, você precisava de ajuda e eu de algo pra fazer. Uma troca justa.

Você fazia piadas com a matéria, você era realmente bom nisso.

Aproveitava para divagar sobre como matemática e música eram coisas parecidas.

– Preciso me esforçar para que consiga resolver a equação assim como preciso me esforçar em uma música para que ela fique boa! Não é, hyung?

Você sorriu com os dentes branquinhos perfeitamente alinhados. Eu lhe respodi:

– Não só na matemática, Jeongguk.

Então seu sorriso se alargou.

– Eu me esforço para deixar o Yoongi hyung feliz.

E não importava quanto tempo passasse; você chegava de mansinho, sorrindo tímido, e dizia:

“– Pode me explicar a matéria de novo?”

Eu não te olhava mais incredulamente, apenas sorria de canto e assentia.

Até que chegou o dia; eu cheguei de fininho, pus minha mão sobre a sua, e disse:

“– Pode me explicar sua música de novo?”

Você sorria e me explicava.

Quem diria que algum dia eu entenderia as músicas românticas que faziam as garotas chorarem. Eu certamente riria da cara da pessoa que me dissesse isso e voltaria minha atenção às equações.

Então nós continuamos aquela rotina; eu lhe ensinava matemática, você me ensinava música.

Eu cheguei de fininho, pus minha mão sobre a sua, e disse:

“– Pode me explicar sua música de novo?”

E você me explicava reflexões profundas sobre suas próprias letras.

– Eu junto minha canção com tua melodia, tornando-nos numa música muito melhor que as de John Lenon.

Certa vez você disse. Eu o xinguei, mas você só riu da minha cara.

– Por que não temos uma história de amor como o valor de pi: sem fim?

Eu lhe xinguei mais ainda com o rosto corado, mas não ouvi sua risada.

Nós passeávamos com as mãos entrelaçadas, você cantava para mim e eu lhe passava cantadas sobre matemática só para ver você sorrir.

Sorria para mim.

Só para mim.

Eu sorria para você

Só para você

Você deitava a cabeça sobre minhas pernas pedindo-me manhoso um pouco de carinho.

Você continuava chegando de mansinho, sorrindo tímido, e dizendo:

“– Pode me explicar a matéria de novo"
E eu continuava chegando de fininho, pondo minha mão sobre a sua e dizendo:

“– Pode me explicar sua música de novo?”

Lembro-me de quando isso aconteceu. Parecia um sonho. Mas tão rápido quanto começou foi como terminou.

Eu queria tanto que você voltasse a chegar de mansinho, sorrindo tímido, e dissesse-me:

“– Pode me explicar a matéria de novo?”

E sorrir.

Mas isso não vai acontecer mais.

Queria tanto chegar de fininho, por a mão sobre a sua e dizer:

“– Pode me explicar sua música de novo?”

Mas não posso mais fazer isso.

Não posso sorrir.

Nossa história infelizmente não foi como o valor de pi: sem fim.

Devo desculpar-me Jeongguk?