Tortura
Doentia e lenta tortura.
Não se espera nada dessa desventura.
O ar do porão abafado satura,
Não haverá qualquer soltura!
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Olhos cravados em minha pobre escultura,
Na parede desbotada uma enorme rachadura.
O clamor da fúria e do ódio tritura,
Destrói minha alma sofrida e imatura.
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Pobre ser humano, apenas uma caricatura,
Como uma música esquecida sem partitura,
Como um corpo inútil em sua sepultura,
Não haverá qualquer soltura!
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O amor, nosso amor. O meu amor era uma assinatura.
Foi instinto, aniquilado, numa ação prematura.
Sem pretensões, sem nenhuma abreviatura.
Sem paixão, sem qualquer ternura.
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Só escuridão, porta sem fechadura.
Busco coragem, esperança... tudo loucura.
Não há como escapar dessa escravatura!
Rápido chegou minha ruptura.
Jamais viverei outra aventura!
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Tortura
PoetryA tortura é assim... não se espera mais nada depois da dor. Apenas o fim!