Harry's Girl

Nada De Romance Victoria...

Na manhã seguinte, acordei com um barulho intenso na cozinha. Troquei de roupa e saí pra ver o que era, o som ia se tornando mais intenso e audível a medida em que eu me aproximava. Abri então a porta que dava para o cômodo e encontrei Harry, Zayn, Louis e Simon discutindo.

Eles pararam no instante em que perceberam a minha presença.

-Viu? - Zayn exclamou - Eu não disse, ela está lá!

Harry me olhou confuso.

-Todos os quartos de cima serão ocupados...?- ele perguntou confuso para Simon.

-Essa casa é enorme!- Louis respondeu.

-Teremos que criar um estúdio de mídia, um estudio de criação, a equipe de marketing já está a caminho, ainda teremos que montar um pequeno estúdio de gravação também para quando não pudermos ir a gravadora. Vocês tem noção disso? Não. Porque vocês preferem ficar agindo como um bando de garotinhos mimados fazendo pirraça quando não conseguem algo que querem...

Harry arfou, e saiu da cozinha num rompante com a cara amarrada.

Simon continuou com seu discurso.

-Vocês não tem a minima noção da logística envolvida... - ele recomeçou mas antes mesmo do carrasco do Simon terminar a  frase Zayn se levantou da bancada de granito onde estava encostado e entrou no meu quarto batendo todas as portas pelo caminho. Simon e Louis fizeram a menção de segui-lo mas antes mesmo de chegarem a  porta Zayn  já estava de volta.

-Acho que você se esquece de  certas coisas Simon, como por exemplo como tratar uma garota- Zayn respondeu frente ao olhar cortante que seu empresário lançava, pegou o meu pulso num gesto bruto e impulsivo e me puxou rumo ao segundo andar, quase tropecei nas escadas enquanto o seguia.

Ele parecia pura raiva numa seção chocante de descontrole emocional, senti um pouco de medo mas sua pressão no meu pulso era mínima.

Seguimos até o fim do corredor bagunçado pelos garotos até o  último cômodo, ele abriu então a portinha, deixou a minha mala no canto e caiu na poltrona, parecia cansado.

O quarto era de um rosa claro, quase pêssego. A cama era a maior que eu ja tinha visto, estava cheia de armários e móveis que eu consideraria inúteis para alguém como eu com tão pouca bagagem. Sentei-me então no outro sofá de frente pra ele.

Cutuquei receosa seu braço e ele abriu os olhos num sorriso que mostrava um misto de vergonha com orgulho.

-Me desculpe pelo show.- ele respondeu a minha pergunta silenciosa.

-Você está bem? 

Ele riu, mas mecheu a cabeça assentindo.

-Que bom, eu...

-Não precisa dizer nada.- Zayn disse me interrompendo- o Simon passou completamente dos limites te colocando no quarto das empregadas, você é nossa acessora e como os quartos devem ser usados pelos nossos funcionários nada mais natural do que você ficar confortável também. Ele foi um idiota, sempre querendo controlar as coisas como ele acha que elas devem ser. Ignore-o, ele e as coisas que ele diz. 

-Ele não fez nada. -respondi olhando para as minhas mãos.

-Não minta. - Zayn respondeu levantando o meu queixo, e fazendo com que eu o olhasse nos olhos - Eu conheço o meu empresário muito bem mas não se preoucupe... vou cuidar de você. Impedir que ele a torture.

Ele terminou e se levantou me deixando sozinha no quarto gelado.

Não se preocupe, vou cuidar de você... - repeti comigo mesma me lembrando da vez que Harry me disse as mesmas palavras.

Onde ele estaria agora?!

2 HORAS DEPOIS

Uma batida nervosa na porta do meu novo quarto fez com que eu saísse  da distração de arrumar as roupas no armário. Abri a porta e encarei o par de olhos verdes a frente. Era ele,sorrindo de um jeito ansioso.

-Posso entrar? - ele perguntou.

Assenti. A casa nem era minha, ele podia ir a onde quisesse. 

Harry entrou e se sentou na mesma poltrona onde Zayn estava duas horas antes, ele suspirou e colocou os cotovelos em cima do joelho numa posição confortável.

-Bom ter você por perto, aqui em cima, meu quarto é o primeiro no corredor o seu é o último mas se eu estiver em perigo vou gritar pra você. Ok? - ele disse rindo, estava brincando é claro e sua pergunta era retorica.

Esboçei um sorriso de resposta mas assenti mais uma vez.

-Então, eu queria te fazer um convite...- ele começou mas sua voz foi sumindo, ele  sorria mas parecia tentar esconder um nervosismo intenso por baixo da fachada de comediante.

Quando percebeu que eu não iria dizer nada ele continuou.

-Você sabe a nossa gravadora vai dar uma festa...

Continuei em silêncio embora eu não soubesse de nada, apenas sorri instigando-o a continuar.

-E nessa festa eu serei o anfitrião e naturalmente precisarei ir acompanhado de alguém...

-Aham...- respondi- então os garotos vão também?- perguntei.

-Sim - ele disse- mas quando eu digo acompanhado, tem de ser por uma pessoa do sexo oposto... 

Ele estava quase gaguejando, parecia que estavamos montando um quebra-cabeça mental onde cada um encaixava uma parte do que ele queria dizer.

-Uma garota?

-Sim!- ele exclamou- Uma garota...naturalmente...

Assenti.

-Entendi.

-E então? - ele perguntou tornando a me encarar.

-O que? - perguntei.

-Você quer ir a festa como minha acompanhante. - ele disse por fim pausadamente, palavra por palavra, num sufoco considerável, logo a unica resposta que eu poderia dar a ele seria:

-Não.

-Não!

-Não...-reafirmei- Ah você sabe Harry, eu não sou adequada pra esse tipo de coisa, me peça para passar o seu terno ou te trazer um cafézinho mas...essas festas de gente rica. Eu? Um garota do interior...Tem certeza?

-Tenho, é claro que sim.Não é um capricho Victória, eu preciso de você pra isso.

-Mas você pode arranjar qualquer outra menina pra te acompanhar....- tentei argumentar mas ele me interrompeu.

-O que? Uma fã, não funcionaria tem que ser uma pessoa que trabalhe pra mim e não possa me colocar em uma situação dificil depois. Alguém da minha equipe, assim se me perguntarem quem é ela? Vai ser fácil dizer: Minha acessora. E não vão pensar nada de mim. Você quer que eu fique em uma situação dificil? Hã? - ele perguntou,quase fazendo um bico.

-Não, eu não quero. Está bem eu vou com você Harry só não exploda... - completei rindo.

Ele não pareceu gostar muito do meu comentário mas assentiu.

-Quando vai ser? - perguntei tentando desviar a atenção do que eu disse.

-Sexta, depois de amanhã.

-Está bem...mas você sabe né que eu vou ter que ir de jeans...espero que seja adequado...

Ele riu.

-Não se preocupe, a gente vai comprar algo pra você.

Assenti.

Até porque aquela seria uma parte do meu trabalho.Sair com ele não era diversão e sim compromisso. Manter o foco era essencial. Nada se sentimentos bobos que podem estragar a sua chance de mudar de vida. Trabalho é trabalho.

E aquela seria parde da minha nova vida...

Uma nova vida cheia de aventuras e nada... nada de romance!

Assim eu espero...