Capítulo 3

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L: Foi há muito tempo, algum idiota roubou o carro do meu pai, eu roubei um igual, e fingi ter encontrado. -Falou tremendo o queixo.

T: Você é bom em fingir.

L: Para de insinuar coisas.

T: Você tá com frio.

L: Foda-se. Eu estou perto de casa.

O analisei, tentando lutar com a tremedeira.

T: Não mente pra mim.

Ele respirou fundo.

L: Eu não moro no mesmo lugar que...

T: Que eu te deixei da última vez que nos vimos?

L: Para de falar do nosso passado, eu vou socar a sua cara.

T: Entre, por favor. -Abri a porta do carro.

Ele suspirou, entrou e colocou o cinto.

Sorri de lábios colados.

T: Relaxa, eu vou devagar.

L: Ok, segue reto e vira a terceira direita.

Liguei o rádio.

T: Sim senhor.

Ele sorriu. Eu realmente gostaria de saber o motivo, era porque ele gostava da música, porque gostou da minha atitude, ou porque sente falta de pegar a estrada comigo?

Ele apoiou o braço na janela e deitou a cabeça, estava quieto, e pensativo.

Ele virou o rosto para mim quando percebeu que eu estava o analisando, e eu continuei encarando, afinal, eu podia encará-lo por horas, e admirar seus detalhes. Em que ele estava pensando?

Eu desci os olhos aos seus lábios, e seus olhos encontraram os meus. Estávamos completamente ligados, podia sentir seu coração bater na mesma velocidade da minha.

Ele desceu os olhos para o chão e voltou a encarar a estrada. Engoli seco e olhei para frente.

Ele estava sonolento e não respondeu quando fui pedir as segundas instruções de como chegar em sua casa, depois de ter virado a direita. Decidi pegar o caminho que nos levava à um penhasco, bem longe da onde ele morava. Ele acabou dormindo.

Passei pelo posto de gasolina e circulei pela lojinha, procurando bebidas, as escondi debaixo da camisa e sai, meu dinheiro todo estava com Luba.

O senhor gritou para nomes ofensivos, eu parei e apontei minha arma quando ele ameaçou chamar a polícia, ele recuou. Não atirei, sai da loja com as bebidas e a gasolina no carro.

Nós havíamos chegado. Abri a porta e sai. Verifiquei se Luba estava bem e em fim subi em cima do carro, deitei e abri a garrafa.

Eu podia ver as luzes da cidade inteira daquele penhasco, a frieza do carro já não me incomodava, eu devia estar bêbado, de novo.

Peguei a arma e mirei com as duas mãos contra o céu. Pensei atirar, mas não queria acordar Luba. Tentei acender o cigarro, mas a fumaça prejudicaria ele, não queria o drogar. Eu era fraco com ele, eu era forte por ele.

Senti algo escorregar da minha mão, mas eu não tinha nada que quisesse proteger de tal queda, adormeci olhando o céu estrelado e deixei o que quer que fosse cair.

Ouvi um quebrar de vidro seguido de outros e acordei com um susto. Minhas garrafas.

L: T3ddy...? –Ouvi uma voz fraca e sonolenta.

T: Luba- Tentei levantar, mas não conseguia- Não sai do carro.

Ele saiu do carro.

L: O que...?-Bateu a porta- Merda, você quer ser matar ou o que?

T: Quero que me mate de amor.

Eu tenho um plano - L3ddyOnde histórias criam vida. Descubra agora