Prólogo

12 1 0
                                    

Já era tarde, Baekhyun sentia seus olhos pesarem, como se de repente o sono revolvesse golpeá-lo de uma hora para a outra, mas ele não poderia dormir, não naquele momento.

— Certo, o que eu tenho que fazer? — perguntou para a mulher em sua frente enquanto piscava os olhos repetidamente em uma tentativa de despistar o sono.

— Por enquanto nada, porém, tem certeza de que quer mesmo isso? — a mulher, um pouco menor que Baek o fitou com aqueles olhos azuis que esbanjavam mistério, como se avisasse que depois do que faria, não teria volta.

— Sim, eu tenho. — respondeu com a voz firme.

Mas não, ele não tinha.

Entraram em  uma espécie de bar escuro e vazio, borboletas imaginárias brincavam com o estômago do garoto, o que aconteceria afinal? Essa dúvida era o que corroía sua mente.

— Chegamos. — avisou a mulher, pela qual Baekhyun não teve coragem o suficiente para perguntar seu nome.

Estasiado, ele não conseguiu pronunciar uma palavra sequer, aquele lugar era muito diferente dos bares que costumava visitar. Mas algo em específico chamou sua atenção, um corpo imóvel sobre uma mesa, Baekhyun se aproximou, ficando horrorizado quando encarou o rosto pálido daquele corpo, era Sehun.

— Que porra é essa? — questionou ao voltar a sua plena consciência, com a voz demonstrando medo e com os olhos encarando a pessoa que amava.

Seu estômago agora não embrulhava por conta das borboletas imaginárias.

Era possível ouvir o barulho dos ratos, sentir o clima pesado. Havia livros empilhados em um canto, o corpo sem vida de Sehun deitado sobre uma mesa, totalmente banhado com sangue. A primeira coisa que Baekhyun pensou em fazer foi correr, mas suas pernas não se mexiam. A dúvida que não deixava o menor em paz era a seguinte: Como Sehun foi parar ali? Já fazia um tempo que havia sido enterrado, mas agora está sobre a mesa de mármore, sem nenhum indicio de decomposição, além de que seu corpo estava coberto de sangue.

Baekhyun virou um pouco a cabeça do mais novo, tentando encontrar a marca da bala que matou a pessoa que tanto amava. 

Na verdade, a bala que o próprio Sehun havia disparado contra si.

A marca não estava ali, não mais. Baekhyun olhou para a mulher que o levou até ali, totalmente aterrorizado.

— O que... Como... — ele não conseguia organizar seus pensamentos para que seu cérebro raciocinasse e formulasse a devida frase.

— Poder, Baekhyun, isso é poder. — começou a mulher, encarando de volta o jovem. — O poder faz coisas inimagináveis, e eu estou aqui para te oferecer esse poder. — E a propósito, meu nome é Cassandra. 

— P-poder? — gaguejou, engolindo cautelosamente sua saliva, ainda olhando para Cassandra com temor. — Como assim poder?

— Como eu disse,  posso trazer Sehun de volta a vida, porém, não de graça. Toda magia tem seu preço, e todo preço deve ser pagado. — os olhos de Cassandra brilharam mais do que o normal.

— E que preço seria esse? — conseguiu perguntar um pouco mais estavelmente.

— Eu não sei... Mas para uma magia desse tipo, o preço geralmente vem muito alto, então, perguntarei novamente, tem certeza disso? 

Baekhyun já havia se recuperado do choque, então pensou um pouco, deixando o silêncio e a tensão pairarem sobre o local.

— Sim, eu tenho certeza. — respondeu enquanto fitava os intensos olhos de Cassandra, parecendo ter absoluta certeza em sua voz.

Os olhos azuis de Cassandra tomaram uma tonalidade acinzentada, um clarão invadiu o pequeno bar e Baekhyun perdeu a consciência.

Mal sabia Byun que aquela poderia ser a pior decisão de sua vida. Todos sabemos que a paz dos mortos jamais deve ser perturbada.

Ashes of a Broken LifeOnde histórias criam vida. Descubra agora