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LIVRO DOIS DA TRILOGIA MELODY.
No compasso da vida, Blair Cooper encontrou-se imersa em notas de melancolia após o abrupto fim de seu relacionamento com o rapaz dos seus sonhos. Theodore Youngblood, incansável em sua busca pelo...
"Ontem é história E amanhã é um mistério." Justin Timberlake (Mirrors)
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Horas mais tarde, eu estava na entrada do hospital, parecendo uma estátua no meio do caminho, uma vez que estava indecisa entre entrar ou não no recinto.
Eu dirigi à noite inteira porque o hospital que Theo estava ficava na cidade vizinha – no caso, na Filadélfia. Eu poderia ter pedido aos meus irmãos que me ajudassem na viagem, eles tinham o avião da empresa. Porém, até que eu explicasse tudo a eles, eu perderia bastante tempo. Isso se eles concordassem, pois meus irmãos eram protetores demais.
Resumindo: meus familiares não sabiam que eu estava bem longe de casa. Ninguém, na verdade. Em tal caso, era bem capaz que, quando eu voltasse, minha cabeça estivesse rolando para prêmio.
Refreei meus pensamentos e decidi entrar logo no hospital, pois se eu cheguei até ali, poderia ir além. Isso se meu coração sobrevivesse, pois estava acelerado demais apenas por eu estar no mesmo ambiente que Theodore, e eu ainda nem tinha o visto.
Theo estava praticamente escondido. Para todos os efeitos, ele estava num hospital em Nova Iorque mesmo, onde havia ocorrido o acidente. Só assim para ter um momento de paz numa situação delicada como a dele, pois, se os jornalistas soubessem a verdade, nunca que aquele hospital estaria com a entrada tão em paz como estava.
Caminhei até a recepção, divagando sobre isso só para não pensar muito no que realmente me levou até ali.
Depois de anos, eu devia estar me preocupando tanto com um cara que não via pessoalmente há séculos? Tentei enfiar na minha cabeça que sim, que era normal me preocupar com alguém que um dia tinha sido muito importante para mim. Mas estava ciente de que não passava de desculpas.
Assim que cheguei à recepção, mandei mensagem para Michelle dizendo que estava no hospital, pois sabia que sem a ajuda dela, eu não conseguiria ir vê-lo fora do horário de visitas.
— É da família? — questionou a recepcionista quando a informei o paciente que queria visitar.
Por insistência dela! Eu fiquei parada na recepção e ela ficou desconfiada, por fim, perguntou o que eu queria.
Abri a boca para responder, mas alguém disse no meu lugar:
— Ela é a noiva dele.
Virei-me de supetão e me deparei com Michelle Youngblood, a bruxa má que Theo chamava de mãe.
Os anos se passaram e a mulher ainda parecia uma boneca Barbie morena. Fanática por beleza como era, Michelle já havia feito tantas plásticas que eu não me surpreenderia em descobrir que a única coisa natural que lhe restava era a esclerótica.
Engoli em seco, pensando se deveria desmenti-la ou não. Achei melhor ficar quieta. Se Deus castigasse alguém por mentir num ambiente hospitalar, esperava que fosse o projeto mal feito da Kim Kardashian.
