P.O.V Jane
Estávamos voando. É, no sentido literal da coisa mesmo. Annie estava em minhas costas, certamente com os olhos enquanto murmurava que se eu a deixasse cair, iria voltar para puxar o meu pé à noite. Não entendi bem essa parte, mas acho que já me acostumei em não entender Annie Waolken.
Nós precisávamos especificamente de uma câmera. Um noticiário que estivesse cobrindo a catástrofe de Clinton. Ao que parece a maioria dos jornalistas estão fugindo, e isso realmente é o que me assusta. Jornalistas sempre são os últimos a abandonar o barco.
- Já encontrou? - Ela perguntou. Na verdade gritou em meu ouvido.
- Não consigo achar nenhum. - Devolvi na mesma altura. Na latitude que estamos, nossos ouvidos estão entopidos. Já estou acostumada com isso.
Voltei a olhar para baixo procurando uma câmera. No final da rua Muriel há um incêncio, e onde tem incêndio com certeza tem um deles, por isso voei pra lá ignorando os gemidos de nervoso da minha irmã histérica.
O meu dever seria salvar as pessoas do incêncio, e realmente doeu não poder fazer isso. Tenho que seguir o meu plano. Haviam câmeras lá, ao todo eram quatro de quatro jornais diferentes. Um deles não era de Clinton. Era para esse que seria o nosso show.
Fui até uma rua relativamente vazia e deixei Annie sair das minhas costas. Ela estava pálida, provavelmente o enjoo de voar, também me acostumei com isso.
- Você tem certeza que esse plano vai funcionar? - Annie perguntou. Eu realmente não queria fazer isso, não queria a expor dessa forma, mas é a nossa única chance.
- Vai dar tudo certo, confie em mim. - Eu sorri mesmo que por dentro estivesse morrendo de medo. Se algo acontecer com ela, vai ser minha culpa, entretanto não há outra forma, tem que ser assim. - Sabe o que fazer, certo? - Ainda com a carinha de quem queria fugir, ela assentiu.
Tudo bem, hora do show.
Eu voei mais uma vez deixando-a lá. Havia um prédio enorme, mais ou menos uns cinquenta andares, acho que vai servir.
Annie correu até perto das câmeras e começou a gritar palavras de ódio contra mim. Agora ela estava vermelha ao invés de amarela. É, acho que ela é uma pessoa de cor. Isso me fez rir por um momento que durou pouco ao ver que outras pessoas se juntavam à ela. Eles não tinham motivos para me odiar, nem mesmo Annie me odeia.
Ela gritava que a Veneno havia abandonado Clinton, que ela tinha o costume de deixar quem eles amavam perecer, nesse momento eu realmente me perguntei se ela estava apenas fingindo. Talvez ela me culpe pela morte de Amanda.
Ignorei isso e respirei fundo. Tá bem, hora do pouso de herói.
Corri até a borda do prédio e simplesmente pulei. Eu sei que posso voar, mas o frio na barriga é impossível de se acostumar. É como andar numa montanha russa, só que não há um carrinho.
Literalmente caí. Quando estava próxima ao chão, fiz o famoso pouso do herói. Isso é pra quem entende de referências.
Meu punho estava ao chão, assim como o meu joelho esquerdo, um perfeito pouso de herói.
As pessoas que se juntaram á Annie rapidamente recuaram. Não sei muito bem o porquê, estou bem aqui para ouvir as reclamações deles. Mas isso não faz parte do plano.
- Então, o que uma riquinha mimada de merda estava dizendo mesmo? - Coloquei toda a minha ironia. Só ironia para fazer esse teatro parecer real.
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Clinton
AdventureClinton, uma cidade harmoniosa até que pouco a pouco é tomada por inimigos além de indestrutíveis, são extremamente nocivos. A cidade está perdida, até que ela surge. Uma heroína capaz de retomar Clinton com êxito. Porém, antes de ser a heroína Vene...