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Uma casa deveria ser um ambiente familiar, e isto significava que haveria um lugar cheio de esperança e carinho. O amor era a base de tudo, acompanhado pelo companheirismo. Isto não se aplicava apenas em uma ¨família tradicional¨; este sentimento não escolhe forma, o lugar, e muito menos, gêneros. Os rapazes deixaram de se importar com a ignorância das pessoas em busca da felicidade.
Felicidade. O que isso era, afinal? Satisfação? Fortuna? Ou talvez, sorte? Podemos concluir que varia de acordo com cada indivíduo. E, para Jeon Jungkook, a felicidade era estar com seu amado Kim Taehyung.
Passaram por inúmeras surpresas e momentos ruins para conseguir finalmente, viverem juntos. Neste momento, o mais novo lembrava-se do primeiro encontro, e o nervosismo na hora. Havia momentos em que entregava um buquê de flores ao Taehyung toda semana, ou a vez em que cuidara do mesmo enquanto estava doente.
Ao mesmo tempo que lembranças boas passavam pela sua mente, outras cenas, desta vez, negativas, atormentava-o. Como todo casal, brigavam por coisas idiotas. Discussões sem sentido, as ofensas que saíam por fato de os ambos não pensarem racionalmente. O tempo em que ficaram sem falar durante semanas, onde dormiam em camas separadas. Sem contato visual, muito menos, físico. Ah, isso era horrível.
Palavras machucavam. Entretanto, curavam também.
Estes conflitos sempre foram resolvidos de uma maneira fácil, mas que adultos não costumavam fazer. O tempo passa, e os mais velhos se esquecem de ser sinceros. Guardam sentimentos à si mesmo. Então, só naquele instante, os dois homens voltavam a ser adolescentes — olhavam fixamente nos olhos, segurando as mãos e no final, junto com um pedido de desculpas simples, a declaração de amor faziam-os esquecer as mágoas.
Mas desta vez, foi diferente. Mesmo que voltassem ao normal, o mais velho não esquecia. A cada briga, ele guardava ressentimento.
O rapaz estava cansado. Não do seu marido, e sim, de sentir assim.
Então Jeon Jungkook viu-se em uma situação desesperadora. Havia compreendido finalmente o quanto Kim Taehyung era importante.
Era tarde demais.
Naquela casa onde existia o amor, o calor dos ambos e um ambiente aconchegante, apenas era possível de se observar algumas coisas fora do lugar ou que foram levadas pelo moreno.
Jungkook não fez nada. Ele não conseguiu. Ficou sentado no canto da sua cama — na qual, dividia com seu namorado — , pensando no que havia feito.
Passaram-se mais de duas semanas desde que Jeon estava sozinho. Ainda não conseguia esquecer o último dia dos dois. Ou melhor: do dia em que Kim fora embora.
— Não aguento mais — Taehyung havia dito com amargura. Não foi à toa: aguentara há muito tempo para reunir a coragem e dizer a verdade.
Nos momentos de perdão, apesar de ter sido sincero, havia algo que estava prendido na sua garganta. Queria dizer sobre a sua frustração. Queria saber se o seu esforço valia a pena. Queria saber se o seu amor era recíproco, na mesma intensidade.
