Capítulo 6

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Ele acendeu o cigarro e me olhou, fiz uma expressão de desaprovação. Ele apagou.

T: Por que tudo, menos isso?

L: Porque meu pais fumavam muito, foi assim que minha mãe teve câncer de pulmão.

T: Mas ela está bem.

L: Porque ela parou.

Ele balançava os pés.

T: Mas o álcool poderia causar danos tão graves quanto.

L: É que-Peguei sua mão. -Eu não quero te privar de tudo, afinal tu é a lei.

T: Você é minha lei. –Empurrou meu livro para o lado e me deu um beijo.

Um beijo intenso e carinhoso. Minhas mãos estavam em seu rosto e as suas no meu pescoço.

Ouvimos os policiais invadirem com gestos brutos.

T3ddy arregalou os olhos e sorriu lindamente. Ele parecia gostar de sentir medo, ou de arriscar sua vida.

L: T3ddy que merda!-Sussurrei querendo gritar.

Ele riu e fez sinal que eu ficasse em silêncio.

T: Eu tenho um plano. -Sussurrou.

Fiz que sim com a cabeça.

Seus dedos brincavam com seus lábios, ele estava flertando. Mordi meus lábios e ele sorriu para mim.

L: T3DDY! –Gritei em sussurros.

T: O que?!

L: O plano, qual é?

T: Ah sim..Precisamos descer.

L: O que? Os policiais estão lá!

T: Você prefere sair daqui escalando?-Falou com ironia, mas seus olhos acabaram apontando para algo-Com aquela corda ali?

Ri de nervoso.

L: Ta falando sério?

Ele fez que sim com a cabeça.

T: Mas nós não precisamos sair do nada.

Policial narrando

Eu os procurava, com passos lentos e cuidadosos, nós nos dividimos para procurar.

-Adolescentes idiotas. –Resmunguei andando.

Levei um susto ao ver um vulto, ao colocar a lanterna na direção, vi que era um homem moreno, uniforme preto como o meu, um topete de cantor sertanejo e uma barba bem feita, sua expressão era séria.

Mesmo estando perto de mim ele me fez atender o rádio.

-Não tem nada por aqui, câmbio.

-Você está do meu lado, não precisa do rádio.

Novamente meu rádio tocou.

-Me desculpa, câmbio. - E voltou a circular.

Diminuí os olhos e fiz que não com a cabeça.

Ele estava caminhando para a saída.

-Ei!

Ele virou.

-Eu não conheço você, por que não veio com a gente?

Ele abriu a boca para responder mas seu rádio tocou. Ele falou e desligou.

-Preciso ir, câmbio.

Ergui as mãos com a arma enquanto ele estava de costas, uma mão forte abaixou meu braço e uma arma apontava para minha cabeça.

Eu não me movi, ele pegou minha arma, e colocou algemas nas minhas mãos que doíam com a pressão que ele colocava para juntas elas nas minhas costas, me derrubou no chão com um trupeçar, e saiu. Tudo em pleno silêncio.

Ele saiu andando devagar, era loiro, e mais alto que o moreno, que já estava mais próximo da saída, de costas para o amigo, rodopiou a arma e o loiro soltou uma risada besta.

T3ddy narrando

L: Acho que eu ainda tenho jeito. –Ouvi sua voz convencida dizer.

Ele girou a arma com o indicador e atirou no vidro da porta. Recuei com tudo para trás.

Estendi a mão para ele me dar a arma, ele a jogou para dentro do shopping.

T: Eu poderia precisar, babaca.

L: Tu tem à mim.

Os outros policiais ouviram o barulho e vinham correndo na nossa direção, nos mandando ficar parados.

Peguei a mão de Luba e entramos no carro.

L: Eu sou a lei, babacas!

Sorri.

T: Da última vez que fiz isso perdi meu carro blindado.

Os dias passaram, e o Luba não voltou para casa.

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T: Isso é um assalto, todo mundo no chão! –Gritei com firmeza.

Peguei os salgadinhos, as bebidas e o dinheiro. Sai.

Entrei no carro com Luba e tirei a balaclava. Ele começou a dirigir.

Gemi de cansaço.

L: É chato precisarmos especificar que é um assalto, tu tá com uma arma.

Ri.

T: Tem razão, da proxima vez eu envio uma carta antes de assaltar, marcando o horário e descrevendo os assaltantes.

Ele riu.

L: Talvez seja melhor manter o bordão.

T: Talvez pudéssemos criar uma lei, eu entraria gritando "Eu sou a lei!"

L: Não deixaria claro que tu é um assaltante.

T: Ah, obrigado pela balaclava. Preciso esconder minha beleza estridente para entrar no modo assaltante.

Ele estava cantando a música do rádio, e eu o interrompi.

T: Você quer fugir da cidade, e tentar recomeçar uma vida?

Ele me olhou com olhos curiosos.

Depois de um breve silêncio, ele sorriu.

Olhei para a estrada, um caminhão vinha tentando se equilibrar. Uma pressão muito forte. Uma dor, e eu apaguei.

Eu tenho um plano - L3ddyOnde histórias criam vida. Descubra agora