-Ele vai precisar usar cadeiras de roda, mas será temporário.
Meu coração batia forte.
T: Ele vai ficar bem, né?
-Sim, mas até lá, recomendo que vocês adiem a viajem. Pra onde iam mesmo?
T: Ah, não sabemos. Mas temos dinheiro suficiente. –Sorri educadamente.
O médico fez que sim com a cabeça sem entender.
-E seu braço também precisa de descanso, sugiro que não faça nenhum esforço com ele.
Fiz que sim com a cabeça.
Ele analisou o estado de Luba.
-Ele está bem, está acordado, vou deixa-los a sós.
Esperei ouvir a porta fechar.
T: Oi amor. – Sorri triste.
Ele estava pálido, lábios secos, eu nunca o vi assim antes.
L: Bom, eu sempre quis andar em uma cadeira de rodas.
Engoli a vontade de chorar e entrelacei nossos dedos.
T: Sabe, coisas boas podem acontecer quando se bate o carro, eu reencontrei você.
Ele sorriu fraco. Eu acariciei seus cabelos e ele estranhou ser o braço esquerdo, sentou na cama e me olhou com preocupação.
T: Shii! –Sussurrei antes que ele dissesse alguma coisa- Eu vou ficar bem-Sorri de lábios colados.
Ele fez que sim com a cabeça e relaxou na cama.
L: Nós ainda vamos viajar?
T: Com certeza, quando você melhorar. Por enquanto nós vamos para casa dos seus pais.
L: Droga! Como vou explicar isso pra eles?
T: Eu tenho um plano. -Falei baixinho.
Ele sorriu. Agachei e cheguei e apoiei os braços cruzados na cama.
T: Você perdeu a memória, e eu te encontrei no hospital.
Eu o olhava com paixão, ele era tão puro antes de mim. Ele era tão lindo, e misterioso, e ...Eu o amava, e trataria minha sede de aventura, por ele.
Ele mordeu os lábios, preocupado.
L: Minha mãe vai enlouquecer se me ver assim.
T: Eu enlouqueço só de te ver.
Ele riu.
T: Ela precisa saber que você está vivo. –Falei me aproximando para beijá-lo.
Dei um beijo em sua bochecha e sai.
Eu o aguardava no banco, ele desceu, sendo levado por uma mulher.
Meu coração doeu, ao pensar que aquilo foi culpa minha, e que ele não merecia.
Entramos no carro e ele dirigiu, já que eu estava sem um braço.
L: Eu te falei que sempre que algo marcante acontecia, eu marcava em mim, e fazia uma tatuagem, certo?
T: Sim.
L: Eu fazia as tatuagens...
Seus olhos ficaram vermelhos.
Segurei sua mão.
L: Quando o carro foi roubado, meu pai sumiu junto, nem ele, nem o carro voltaram. Eu fazia tatuagens, quando eu pensava em me cortar. –Respirou fundo e continuou- Roubei um carro igual o do meu pai, pra ter algo que me lembrasse dele. E menti pra minha mãe dizendo que havia encontrado o carro
Ficamos em silêncio.
L: Eu não queria chorar, eu me sinto um idiota chorando.
T: Eu me sinto um idiota o dia inteiro.
Ele sorriu.
L: Eu gosto que seja idiota.
Entrelacei nossos dedos e sorri olhando para o chão.
Fiquei olhando a estrada até chegar na casa.
L: Minha mãe quis se mudar depois do ocorrido...
T: Mudanças são boas, por isso nós vamos mudar.
Luba narrando
Ele saiu e foi até a porta da casa.
L: T3ddy...
Ele virou e depois de perceber riu.
Eu ri.
Ele pegou a cadeira, me ajudou a sair do carro e nós entramos.
Foram perguntas e perguntas no jantar, sobre até aonde eu me lembrava, e pra onde nós iríamos.
T: Então vamos pra São Paulo, né amor? –Falou de boca cheia.
Eu ri.
T: O que foi?
L: Sim, vamos pra São Paulo então! Nós partimos amanhã.
C: E suas pernas, filho?
L: Nunca pensei que te ouviria fazer uma pergunta assim, mas eu levo elas, elas vão ficar bem.
T: Eu cuido delas. -Falou dando batidinhas na minha coxa.
Sorri.
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Eu tenho um plano - L3ddy
FanfictionSentados na beira daquele prédio, de frente ao pôr do Sol, eu perguntei se ele queria voltar. Ele quis ficar e aceitou viver o risco de que sua vida poderia ser destruída à qualquer momento, ele gostava de estar comigo, e prometeu não desistir de mi...