Capítulo 7

160 14 1
                                    


-Ele vai precisar usar cadeiras de roda, mas será temporário.

Meu coração batia forte.

T: Ele vai ficar bem, né?

-Sim, mas até lá, recomendo que vocês adiem a viajem. Pra onde iam mesmo?

T: Ah, não sabemos. Mas temos dinheiro suficiente. –Sorri educadamente.

O médico fez que sim com a cabeça sem entender.

-E seu braço também precisa de descanso, sugiro que não faça nenhum esforço com ele.

Fiz que sim com a cabeça.

Ele analisou o estado de Luba.

-Ele está bem, está acordado, vou deixa-los a sós.

Esperei ouvir a porta fechar.

T: Oi amor. – Sorri triste.

Ele estava pálido, lábios secos, eu nunca o vi assim antes.

L: Bom, eu sempre quis andar em uma cadeira de rodas.

Engoli a vontade de chorar e entrelacei nossos dedos.

T: Sabe, coisas boas podem acontecer quando se bate o carro, eu reencontrei você.

Ele sorriu fraco. Eu acariciei seus cabelos e ele estranhou ser o braço esquerdo, sentou na cama e me olhou com preocupação.

T: Shii! –Sussurrei antes que ele dissesse alguma coisa- Eu vou ficar bem-Sorri de lábios colados.

Ele fez que sim com a cabeça e relaxou na cama.

L: Nós ainda vamos viajar?

T: Com certeza, quando você melhorar. Por enquanto nós vamos para casa dos seus pais.

L: Droga! Como vou explicar isso pra eles?

T: Eu tenho um plano. -Falei baixinho.

Ele sorriu. Agachei e cheguei e apoiei os braços cruzados na cama.

T: Você perdeu a memória, e eu te encontrei no hospital.

Eu o olhava com paixão, ele era tão puro antes de mim. Ele era tão lindo, e misterioso, e ...Eu o amava, e trataria minha sede de aventura, por ele.

Ele mordeu os lábios, preocupado.

L: Minha mãe vai enlouquecer se me ver assim.

T: Eu enlouqueço só de te ver.

Ele riu.

T: Ela precisa saber que você está vivo. –Falei me aproximando para beijá-lo.

Dei um beijo em sua bochecha e sai.

Eu o aguardava no banco, ele desceu, sendo levado por uma mulher.

Meu coração doeu, ao pensar que aquilo foi culpa minha, e que ele não merecia.

Entramos no carro e ele dirigiu, já que eu estava sem um braço.

L: Eu te falei que sempre que algo marcante acontecia, eu marcava em mim, e fazia uma tatuagem, certo?

T: Sim.

L: Eu fazia as tatuagens...

Seus olhos ficaram vermelhos.

Segurei sua mão.

L: Quando o carro foi roubado, meu pai sumiu junto, nem ele, nem o carro voltaram. Eu fazia tatuagens, quando eu pensava em me cortar. –Respirou fundo e continuou- Roubei um carro igual o do meu pai, pra ter algo que me lembrasse dele. E menti pra minha mãe dizendo que havia encontrado o carro

Ficamos em silêncio.

L: Eu não queria chorar, eu me sinto um idiota chorando.

T: Eu me sinto um idiota o dia inteiro.

Ele sorriu.

L: Eu gosto que seja idiota.

Entrelacei nossos dedos e sorri olhando para o chão.

Fiquei olhando a estrada até chegar na casa.

L: Minha mãe quis se mudar depois do ocorrido...

T: Mudanças são boas, por isso nós vamos mudar.

Luba narrando

Ele saiu e foi até a porta da casa.

L: T3ddy...

Ele virou e depois de perceber riu.

Eu ri.

Ele pegou a cadeira, me ajudou a sair do carro e nós entramos.

Foram perguntas e perguntas no jantar, sobre até aonde eu me lembrava, e pra onde nós iríamos.

T: Então vamos pra São Paulo, né amor? –Falou de boca cheia.

Eu ri.

T: O que foi?

L: Sim, vamos pra São Paulo então! Nós partimos amanhã.

C: E suas pernas, filho?

L: Nunca pensei que te ouviria fazer uma pergunta assim, mas eu levo elas, elas vão ficar bem.

T: Eu cuido delas. -Falou dando batidinhas na minha coxa.

Sorri.

Eu tenho um plano - L3ddyOnde histórias criam vida. Descubra agora