Secret

Capítulo 1

 -Filho da puta. -Sussurro semicerrando meus olhos enquanto desvio o olhar.

Ele estava me encarando enquanto comentava sobre a segunda guerra mundial no trabalho que recebeu e por sorte, conseguiu pegar da internet. Henry era meu melhor amigo desde meus dez anos, ele se mudou pra minha rua e logo começou a frequentar minha casa diariamente pra brincar de enterrar minhas bonecas. Sim, eu as enterrava. Problemas mentais? Me pergunto isso até hoje. Ele pronuncia as palavras tão facilmente, e eu não tenho coragem nem pra abrir a boca e falar duas, afinal, sinto um enjoo quando ficam me encarando ou quando sou obrigada a fazer um trabalho na frente de trinta alunos. E depois dele, era eu. Eu estava torcendo pra porcaria do sinal tocar, mas como a vida é injusta Henry vem se sentar atrás de mim enquanto um barulho chato ecoava pela sala, palmas pra ele. Rolo meus olhos por impulso e logo escuto um belo "Madison" da professora cujo a voz era incrivelmente chata pra cacete. Levo minhas mãos a carteira onde me apoio enquanto fico de pé, solto um suspiro pesado andando até a frente da sala sentindo meu estômago revirar pelo nervosismo que a essa altura dominava meu corpo inteiro.

-A segunda guerra mundial foi um conflito militar global que durou de 1939 a 1945, envolvendo a maioria das nações do mundo (incluindo todas as grandes potências) organizadas em duas alianças militares opostas: os Aliados e o Eixo. - Começo falando baixo enquanto encarava meus tênis. 

-Fala mais alto. - Grita uma voz lá do fundo sabendo que era apenas pra me provocar, rolo meus olhos abrindo meus lábios para responder mas logo os fecho ficando calada por uns segundos.

- Foi a guerra mais abrangente da história, com mais de 100 milhões de mobilizados. Por isso todos começaram a pro... - Quando estava continuando no mesmo tom o barulho do sinal toca e meus olhos se fecham enquanto a ponta de meus lábios se curvam em um sorriso aliviado. Graças a Deus. 

-Continuamos na próxima aula, até segunda. - Pronuncia a professora me fazendo andar rapidamente a minha carteira pegando minha bolsa de lado, enfiando meus cadernos dentro enquanto acelero o passo pra sair logo daquela aglomeração de adolescentes cheios de hormônios prestes a explodirem. Quando estou pronta pra colocar meu pé pra fora da sala sinto uma mão grande e fria segurar meu braço coberto por meu moletom escuro, que também cobria minha cabeça pela touca maravilhosa.

-Onde pensa que vai, prometeu ir a festa comigo - Diz uma voz rouca e em tom alto me puxando pra virar contra ele, me fazendo olhar seu peito já que era muito mais alto que eu.

-Irei pra casar se permitir eu me jogar na minha cama enquanto chocolate e choro com minha série. - Digo erguendo meu olhar pra olha-lo e pressiono meus lábios em seguida. A última coisa que eu quero é ir pra essa maldita festa onde vou ter que sentar em um sofá e beber a única merda que vai ter lá. Bebida alcoólica.

-Não senhorita, você me prometeu quando furou semana passada. Então pode preparar essa bunda maravilhosa pra rebolar lá. - Sim, meu melhor amigo era gay. Um gay maravilhoso.

-Porra, semana que vem eu vou. -Digo tentando sorrir mas mais parece que eu estava engasgada. Ele semicerra os olhos e sorri duma maneira que me assustou. Já tinha entendido o que iria fazer. -PUTA QUE PARIU, de novo não Henry. - Murmuro dando dois passos pra trás tentando fugir do moreno a minha frente, mas claro, ele se abaixa rodeando seus braços em volta de minhas pernas enquanto me ergue e logo me joga pra seu ombro na frente de todos. - ME SOLTAAAAAAA. -Solto um grito não muito alto debatendo minhas pernas.

-Irei te levar assim até sua casa se não ir pra festa. - Fala ele me segurando com facilidade enquanto começa a andar pelo corredor, segurei com uma mão minha bolsa prestes a cair no chão. 

-Não não não. - Digo choramingando enquanto vejo os olhares a mim e a ele, algumas risadas e também o riso de Henry misturado. Ele sempre fazia isso comigo pra conseguir o que queria. - Eu te odeio. Agora me coloca no chão que eu vou nessa merda. - Murmuro perdendo a batalha enquanto ele volta a me colocar no chão, suas mãos seguram meu rosto e logo seus lábios a minha testa.