Fragmentado - JiKook

1° Capítulo

JungKook

Eu ainda consigo sentir o cheiro da fumaça em meus pulmões, aquela maldita fumaça. Quatro meses depois do acontecido aqui estou eu, indo para o meu novo lar. Tudo começou quando meu pai ganhou uma promoção no seu trabalho, ele, depois de 20 anos tinha se tornado sócio do escritório onde era advogado. Minha mãe ficou muito feliz, claro. Logo planejou um jantar para amigos e família, ela dizia que era para comemorar, mas não era, minha mãe era soberba e gostava esfregar na cara dos outros, principalmente da família, seu "Poder".

— Omma, eu não vou usar isso!

Quando cheguei em casa depois da escola naquele dia encontrei um horrível terno lilás na minha cama.

— Por que não Jeon? — Minha mãe parecia perplexa.

— Por que não? — fico boquiaberto — É lilás! Quem usa terno lilás? — Questiono.

— Calma querido, você vai ficar lindo— Minha mãe nesse momento verifica a lista de convidados, ela usava um óculos que estava caído na ponta do seu nariz.

— Ótimo, vou ficar parecendo uma berinjela! — exclamei frustado.

— Berinjelas são roxas meu amor! — Exclama minha mãe ainda olhando para lista de convidados — Seu terno é lilás, e aliás o do seu Appa é da mesma cor!

— Lilás, roxo, tanto faz! — Suspiro ainda frustado — E o que meu Appa acha disso?

— Ele não tem que achar nada, eu que mando nessa casa! — Minha mãe tira óculos e olha diretamente para mim — Agora vá para o seu quarto!

Não questionei ela, não adiantava retrucar coisas com minha mãe, ela sempre dizia que estava certa. Dei meia volta e fui em direção ao meu quarto, me perguntando se eles não podiam apenas pedir uma pizza para comemorar igual a uma família normal.

— Ah, a Yoona vai estar aqui hoje — Minha mãe cantarola.

— Eu odeio essa garota, e você sabe muito bem disso — falei do meu quarto.

— Por isso mesmo que eu convidei a família dela — Minha mãe riu.

— Ai Omma, você não presta — Falei rindo também.

— Olha a boca garoto! — Eu ainda consigo ouvir a risada dela — O pai dela é bem rico, seria ótimo juntar nossa famílias — Minha mãe fala venenosa.

— Se depender de mim não vai rolar!

— E se depender de mim vai! — o telefone toca e minha mãe vai atender.

Parecíamos a família perfeita, e éramos. Todo mundo se espelhava em nós, pena que tudo aquilo estava prestes a acabar. Quando chegou a noite, a casa se encheu de convidados. Gente falsa para todo lado, aquilo me enojava tanto, nunca suportei pessoas falsas. Depois que jantamos, a noite começou a ficar um porre. Minha mãe ficava empurrando a Yoona para mim, como um pedaço de carne. Eu não aguentei muito tempo, disse que não estava me sentindo bem. Você leitor deve estar pensando "ótima desculpa". Porém eu estava realmente me sentindo mal. Quando cheguei no meu quarto mal conseguia tirar a roupa, tudo estava em câmera lenta. Com muita dificuldade eu consegui tirar aquele terno horrível de mim, e é a última coisa que me lembro.

— Ele acordou!

Quando abri meus olhos estava cercado por enfermeiras, não demorei muito para descobrir que estava em um hospital. Eu fiquei assustado, claro. E a todo momento perguntava como tinha ido para ali. Ninguém me respondia, era perturbador.  Depois de algumas horas sem resposta, um famoso detetive veio me ver, se tratava de Chung-Ho, famoso em toda Coreia por ter revelado o mistério do desaparecimento de um integrante de um famoso grupo musical anos atrás. Ele me perguntou como eu estava me sentindo, e eu disse que estava bem, mas logo perguntei o que tinha acontecido para eu e ele estarmos ali. Chung-Ho disse que minha casa havia pegado fogo, e meus pais tinham morrido. As lágrimas começaram a rolar, eu chorava desesperadamente. Porém algo me era estranho, todos me olhavam como seu eu fosse louco. Então perguntei como a casa tinha pegado fogo, e a resposta do detetive foi como uma lâmina no meu coração.