Capítulo 8

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Não importava as perguntas que eu fazia a mim mesmo, nem por quanto tempo tentava prolongar o sono pesado, o peso que parecia cair sobre o meu corpo era sufocante, quando eu estava com ele era sufocante, mas depois do que acontecera era muito pior estar sozinho com as perguntas. Abri os olhos, era pior mantê-los fechados enquanto tinha consciência, porque nas paredes das pálpebras sempre encontrava os olhos de Hayden, quase podia sentir seu toque. Levantei em um rompante e fui tomar banho, vestindo o roupão branco antes de sair do quarto. Hayden estava parado próximo a pia, e aparentemente não percebeu quando me aproximei. Era domingo, ele estava distante e parecia despreocupado em seu comum penhoar. Chegava a ser um pouco estranho.

Eu poderia chamar seu nome, me irritar com sua atitude ou fazer-lhe muitas perguntas que se acumulavam em minha garganta, mas não importava, não naquela manhã. Eu sabia o que queria. Queria terminar o que havia começado.

Andei rápido e puxei seu braço com cuidado, virando-o para mim. Fechei os olhos e o beijei, sentindo a hesitação em seus lábios e nos dedos que batiam devagar nas mãos deitadas contra meu peito. Conforme conseguia aprofundar o beijo pus as mãos em sua cintura logo antes de, de repente, Hayden me empurrar para trás. Senti o balcão em minhas costas e acabei confuso por um segundo. Nesse segundo Hayden se aproximou e segurou minha nuca, devolvendo o beijo de um jeito muito mais apressado, como se estivesse brigando, se afastando e voltando para mim, era o conflito que seu corpo me revelava. O virei contra o balcão e segurei em suas pernas para erguer seu corpo, sentando-o na madeira esbranquiçada. Hayden suspirou enquanto emaranhava os dedos em meus cabelos, e reprimiu sua voz quando, ainda com as mãos firmes em suas coxas, deslizei-as para trás e o puxei para mais perto. Continuei a subir meus dedos por sob o tecido, e em momentos estava segurando firme em sua cintura. Meus lábios tocaram seu pescoço e me demorei ali, sentindo a maneira perfeita como suas pernas abarcavam meu corpo, o deslizar de seus pés que silenciosamente me incitavam a retirar o roupão.

A campainha tocou.

Olhei atônito em direção a porta. Quem poderia ser? Não podia acreditar que fomos atrapalhados quando finalmente parecia que eu iria conseguir ir até o fim. Já não aguentava mais. A pessoa tocou a campainha novamente e eu suspirei.

— É melhor o senhor ir atender – Hayden disse baixo.

Fitei seus olhos por um tempo e o abracei, afundando minha boca na sua. Poderia esquecer o mundo.

— Dylan! – escutei.

Droga! Era a voz de Willam. O que faria? Eu precisava urgentemente de um banho com água fria. Falei alto, pedindo que ele esperasse, e larguei Hayden, indo direto para o banheiro. Foram os segundos mais longos e imperceptíveis que tive, tendo pressa em parecer apresentável e ir para a porta como se nada tivesse acontecido. Hayden já havia sumido quando passei pela sala. Abri a porta.

— Bom dia – forcei um sorriso.

Willam não tinha a melhor das expressões.

— Está com alguma mulher? – perguntou ranzinza.

— Não – minha garganta secou – Estou sozinho. Quer dizer... Hayden deve estar no quarto.

— Por Deus, Dylan – ele suspirou – Já está quase na hora do almoço. Chame seu guarda-costas e se vista, nós temos um compromisso.

— É domingo, Willam – respondi – Dia de folga.

— Hoje não – fez algo rápido no celular e o guardou no paletó – Te vejo em trinta minutos lá em baixo. – me deixou sem direito a contestar.

Me apressei a bater na porta de Hayden, avisando sobre o repentino "pedido" de Willam, mas quando em segundos ele me atendeu percebi que só devia me preocupar comigo mesmo. Meu guarda-costas estava completamente pronto para sair.

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