Chapter 29

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Matthew Espinosa P.O.V.:

Woodbridge, Virginia.
27 de março de 2015, 9h35min p.m.

Como as pessoas vão embora tão rápido de nossas vidas?! A gente pode estar brincando e cinco minutos depois você ir embora de uma forma inesperada, como um tiro ou um infarto.

Eu já tive traumas sérios na infância, mas por incrível que pareça eu não tenho medo da morte. Eu tenho medo de sofrer enquanto eu morro, e não de morrer. Apenas sinto pena pelas pessoas que ficariam e sentiriam a perda, assim como eu estou sentindo agora.

Eu devo ter algum imã com morte, ou com tragédias, porque não é possível isso, eu já tive que lidar com mais mortes ao meu redor do que qualquer pessoa pode aguentar.

Quando todos perdemos Dylan, a dor parecia que não iria acabar nunca, o coração parecia que nunca iria parar de doer. Apesar de eu nunca ter derramado uma lágrima na frente dos meus pais, eu sentia que eu não iria aguentar aquilo tudo. As pessoas nem imaginam como é perder seu irmãzinho de quatro anos.

A partir dali nossa casa, que antes era colorida, cheia de brinquedos e feliz, se tornou cinza e conturbada. Minha mãe enlouqueceu e entrou em depressão profunda, meu pai começou a trair minha mãe e nunca estava em casa. Kristen começou a tomar conta de mim e Ryan nem morava mais com a gente. Eu tinha onze anos.

Nunca falamos sobre Dylan, mesmo já se passando seis anos, minha mãe nega totalmente a existência dele, e meus irmãos a ajudam a não lembrar. O médico diz que pode ser pior se ela lembrar.

- Talvez você esteja realmente em um lugar melhor que aqui. Acho que qualquer lugar é melhor que aqui. - respirei fundo - Só existe dor e sofrimento, você mais do que ninguém sabe disso. - falei com Alice - Sei que onde quer que você esteja, você está me escutando.

Eu estava no seu lugar, estava sentado em baixo da sua árvore, estava olhando as suas flores, eu sempre fui o intrometido que ficava aqui.

Estava no lugar dela, com tudo dela, mas eu não tinha ela. Nunca mais iria ter.

Senti uma lágrima escorrer pela minha bochecha após algum tempo. Eu não aguentava mais, eu não sabia o que fazer. Eu estava tão perdido e isso me machucava tanto.

- Matt. - ouvi uma voz e me virei.

- O que você ta fazendo aqui Kristen? - perguntei indiferente e olhei para frente novamente.

- Você só poderia estar aqui, todos estavam igual loucos atrás de você, papai já falou até em chamar a polícia. - ela sentou ao meu lado.

- Eu só quero ficar quieto e sozinho. - respirei fundo.

- Mas você não pode sumir desse jeito, depois do que você postou Aeryn não para de chorar achando que você vai fazer alguma coisa, e seu celular se tiver cem ligações perdidas vai ser pouco. - ela começou a falar e eu a olhei.

- Tem como você me deixar em paz? Por favor? Já sabe que eu tô vivo e tô bem, agora por favor. - apontei de uma forma como se dissesse para ela ir embora e ela apenas assentiu e se levantou.

- Não demora pra ir pra casa, daqui a pouco vai começar a chover. - pôs a mão em meu ombro e sorriu - Eu te amo, todos te amamos, lembre-se disso. - assenti e ela se virou para sair.

(...)

- Matt! - Aeryn gritou e correu em minha direção, pulando em meu colo, assim que entrei pela porta.

[HIATUS] Tracking The Destination | C.DOnde histórias criam vida. Descubra agora