Eram sete horas quando o despertador tocava, levanto-me da minha cama dez minutos depois com o rosto sonolento. Meu nome? Nez. Tenho dezoito anos de idade e estudo Anatomia na cidade de Cascavel localizada no estado do Paraná, Brasil. Sou negro e de origem nordestina, o que por aqui é um tipo de preconceito em algumas pessoas mas não todas pelo fato de estarmos em constante avanço intelectual, tenho um metro e setenta e oito de altura, cabelos pretos, lisos e olhos castanhos claros e sou um amante de viagem sem tempo.
Entrando no banheiro sem mais delongas lavo meu rosto e escovo os dentes enquanto penso no quanto minha vida é uma merda e qual o motivo de estar aqui, afinal, estudo anatomia em uma faculdade meia boca e sem pessoas interessantes que não merecem minha presença e inteligência que sem Sombra de dúvidas é superior a maioria dos alunos, porém, como diz o grande Mattayahu: "A vida continua".
Descendendo como escadas da parte de cima da casa, vou para a cozinha onde encontro minha mãe e minha irmã, as duas únicas pessoas que tornaram meu dia um pouco melhor. Sentada na mesa de café encontro Duda, minha irmãzinha caçula, nove anos de idade, pele branca, olhos azuis e cabelos loiros, um exemplo de menina que nasceu com uma beleza característica européia já que havia puxado mais as características por parte do meu pai. qualidade de uma pessoa que facilmente se casaria com um rico sem futuro e assim poderia se livrar desta cidade pobre e miserável. Além de tudo isso, Duda também destacava-se por ser uma criança não irritante e isso é uma música para os meus ouvidos, afinal, odeio crianças barulhentas.
No fogão, preparando o café, estava minha mãe, um exemplo de mulher batalhadora que eu admiro e amo todo o meu coração. Negra, cabelos enrolados e um sorriso lindo, olhos castanhos claros assim como os meus e tinha 42 anos. Sempre me apoiou e me deu carinho nas horas mais difíceis, ela só tem um defeito, um único defeito que me deixava extremamente puto ... ELA FALAVA MERDA PRA CARALHO, claro que todo mundo fala palavrão hoje em dia mas a cada cinco palavras que ela dizia, quatro eram palavrões dos mais sujos possíveis, porém, isso ao mesmo tempo eu não sei por que via nela uma qualidade pois ela não se limitam a politicamente correto e fazia piadas de humor negro que me faziam rir pra caralho sendo os mesmos de negros, brancos, asiáticos, Pardos.
- Nez, vai tomar café antes de sair meu filho? - Disse minha mãe enquanto fazia aquele café maravilhoso.
- Não não, vou enfiar no cu para depois sair pela boca - Respondendo-a.
- Que porra é esse menino, tenha mais respeito por sua mãe filho da puta - Refutou-me com um tom de voz perto de um grito - Quantas vezes disse pra voce não falar palavrão caralho.
- Ei, onii-chan, pare de brigar com a mãmãe - Disse duda com aquela insuportável vós fina.
- Cala a boca aí otaka seboza do caralho, tá achando que aqui é os desenhos japoneses que voce assiste?
- Eu sou uma Otome seu idiota, não sei como conseguiu entrar na faculdade sendo tão burro - Respondeu Duda de forma rude.
- Na verdade, Otome foi um termo criado por brasileiros para o feminino de Otaku que significa fãs de animes e mangás em um grande excesso. Otome significa donzela, que não condiz com o feminino de otaku, já que Brasileiro ama ser escravoceta. - refutando-a.
Mesmo com minha explicação detalhada, aquela desgraçada ainda ousou mostrar-me o dedo do meio e me ignorar. Quando estava prestes a xinga-la com todas as forças existentes no planeta, minha mãe gritou:
- CALEM A BOCA VOCES DOIS PORRA, COMAM LOGO A MERDA DO CAFÉ E VÃO ESTUDAR E SER ALGUÉM NA VIDA PORRA.
Mais uma manhã normal do meu cotidiano, tomei meu café saí de casa a caminho da faculdade.
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Cronoquebra
Science FictionNez é um rapaz de 18 anos que convive "normalmente" com sua família. Em um de seus dias cotidianos, Nez vai para a faculdade onde estuda e na volta para casa percebe uma espécie de brilho verde vindo diretamente do terreno baldio abandonado próxi...