Heejin observava a si mesma refletida naquele espelho tão grande e elegante, enquanto isso, o silêncio dominava todo o quarto. O quarto em que se encontrava era ornamentado por grandes cortinas que iam do teto ao chão, acompanhados de lindos bordados, e janelas de tamanha beleza incomparável, grandes como as cortinas. A cor das paredes eram da cor branca, nessas paredes se apoiavam quadros com belíssimas pinturas, verdadeiras obras de artes. A cama era enorme, Heejin ao olhar para ela, deduziu que caberia várias de si mesma. Haviam informado a ela que esse era o seu novo quarto, ela custou a acreditar de que um quarto tão luxuoso como aquele seria só para si.
A última criada já havia saído do cômodo, após Heejin ordenar um momento sozinha. Passou as mãos em seu vestido de costura tão detalhado, sentido o quanto o tecido era macio ao toque. Logo foi a vez de tocar em seu cabelo que estava em uma trança bem trabalhada, ele estava sedoso ao toque. As jóias de pedras preciosas e o vestido que parecia tão caros, era o que ela parecia reparar com um olhar fascinado, diante do espelho. Ela não sabia que pedras poderiam brilhar tanto, havia visto somente em seus livros tais pedras preciosas. Depois de ter sido presa em uma torre sem nenhum contato com o mundo exterior, Heejin leu vários livros sobre tudo durante seu cárcere, mas nunca viu o que os livros tanto tratavam dizer. Ela presumia que havia muito para ver e conhecer.
Um arrepio cruzou sua espinha ao se lembrar dos tempos sombrios que passou aprisionada em sua vida e a crueldade que fez para se livrar das mãos de quem havia lhe aprisionado. Ela balançou sua cabeça como se esse gesto fizesse com que as memórias fossem embora. Heejin deveria saber melhor que tudo o que aconteceu naquele dia iria ficar por um bom tempo refrescado em sua memória, perseguindo.
Ela poderia jurar sua vida de que se arrependia por tudo o que fez, Heejin não queria que tudo fosse para esse caminho, acabando de tal modo, mas infelizmente, esse era o custo da sua liberdade. Essas palavras passavam em sua cabeça durante todo o dia, afim de fazê-la se sentir menos culpada, mesmo assim, isso não significava que faziam efeito. Heejin esperava um dia pudesse se perdoar por tudo o que fez.
Três batidas na porta foi o suficiente para Heejin saísse dos seus pensamentos profundos.
"Entre." Heejin disse após um último olhar para o seu reflexo e se virar em direção a quem bateu na porta.
Ao ouvir o comando de Heejin, a criada entrou em seu quarto, com passos lentos, se curvando amedrontada em seguida. A criada sabia muito bem os rumores que rodeavam Heejin, não queria ser motivo de sua fúria e acabar com o mesmo destino do último.
"Majestade, se estiver pronta, devemos ir para a cerimônia de vossa coroação." A criada falou com sua cabeça baixa diante da figura de Heejin, receosa por ter atrapalhado a futura jovem rainha.
Heejin decidiu ignorar o medo na voz da criada e se concentrou em suas palavras ditas. Parecia estar em um sonho, ela sempre soube que seria rainha um dia, mas nunca achou que esse dia chegaria tão cedo.
Por mais que ainda sentisse que não estava confiante o suficiente para governar, ela deveria seguir em frente com tudo isso. Seu povo precisava dela, se recusava a ser uma covarde e não fazer o que havia se preparado por toda sua vida. Prometeu a si mesma que não iria decepcionar ninguém, depois de ter decepcionado o seu pai. Suspirou e determinada, se voltou ao espelho, olhando no fundo dos seus olhos que pareciam apagados e frios como o gelo que havia fora daquelas janelas.
"Estou pronta."
