Prólogo - Elena

46 12 28
                                    

Olá querido leitor(a), fico feliz que você tenha tirado um pouquinho do seu tempo, para ler a minha história.
Obrigada! Seja bem-vindo (a).
_________

Sou acordada com o insistente barulho do despertador. Seria maravilhoso poder dormir mais um pouquinho. Porém, não posso, pois tenho que ir para a escola infelizmente. Você deve estar pensando que não gosto de ir para a escola, certo? Lamento dizer, mas você está errado meu bem. Sou uma aluna exemplar e adoro estudar. O que não gosto são às pessoas com quem tenho que conviver lá, na escola.

Há mais ou menos dois anos e meio atrás, descobrir que a melhor escola particular da cidade estava com inscrições abertas, para uma espécie de processo seletivo. Através desse processo seletivo, dez adolescentes de baixa renda, teriam a oportunidade de cursar todo o ensino médio lá, de forma integral e gratuita.

Eu fiz minha inscrição e fui uma das aprovadas no processo. Eu estava tão feliz, que nem havia parado para pensar no preconceito, que mais tarde eu iria sofrer. Eu não imaginava o quão horríveis e maldosas, as pessoas poderiam ser com quem era menos favorecido econômicamente.

Nos primeiros dias eu só sabia correr para o banheiro da escola e chorar, devido às ofensas que me faziam. Era difícil para mim ouvir tudo aquilo. Mas com o tempo, percebir que se eu quisesse me formar naquela escola, eu teria que aprender a conviver com aquilo.

Saio do meu devaneio, quando o despertador volta a tocar. Assim, que o desligo, vou para o banheiro tomar um banho para espantar o sono e começar o novo dia.

Após estar de cabelos penteados e vestida, saio do quarto com a minha mochila pendurada em um dos ombros. Assim que termino de descer as escadas, já consigo sentir o delicioso cheiro de café. Sou fanática por café, e por isso, ando mais depressa até a cozinha.

Ao adentrar no pequeno cômodo, encontro a minha mãe de costas arrumando a mesa para o café da manhã. Quando ela percebe a minha presença, sorrindo, diz:

- Bom dia, querida! Vejo que já estar arrumada, então sente-se aqui, para tomar o seu café.

Antes de sentar-me à mesa, a abraço e digo:

- Bom dia, mamãe! Saiba que a senhora é a melhor mãe do mundo. Eu te amo, mãe!

- E você é a melhor filha do mundo! E eu também te amo, meu bem. - disse sorrindo.

Após tomar o meu maravilhoso café da manhã, me despeço da minha mãe com um outro abraço e vou para escola.

São aproximadamente 15 minutos de caminhada até a escola. Eu o faço com alegria. Pois, além de ser saudável, é uma ótima maneira de preparar o meu psicológico, para as humilhações do dia a dia na escola.

Assim que chego na escola, já posso ver os outros alunos olhando-me com caretas de desaprovação. Também já posso ouvir, o som das famosas piadinhas diárias que me fazem.

- A quatro olhos chegou, galera. - diz rindo um garoto.

- Nunca vi uma garota tão esquisita como essa. - comenta outro garoto, debochando.

- Ela não é esquisita, e sim, brega! Credo! - dessa vez exclama uma menina.

Todos os dias são deste modo. A minha chegada na escola é um motivo de inúmeras piadas. Com o tempo me acostumei a lidar com tudo isso. Dou a eles, o meu silêncio. A minha indiferença, em uma tentativa de que os façam parar, mas de nada adiantou, de nada adianta.

Caminho para a sala de aula, sem nada dizer a ninguém. Minha primeira aula é história, minha matéria preferida. O professor Júlio César, é o melhor professor de história que já tive. Ele ensina com tanto amor a matéria, que é difícil não gostar da sua aula.

Idas & Vindas da VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora