Capítulo 7

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Uma escolha

No dia seguinte, quando cheguei à escola, Cassie havia guardado meu lugar, o que me fez pensar em como era bom ter alguém.

­­_Oi_ Falei sorridente, enquanto sentava.

_Olá! Vamos ao vestiário?_ Perguntou, passando seu pentinho rosa nos cabelos.

_Claro_ Aceitei o convite por pura educação.

Nos dirigimos em direção ao corredor que sempre estava absurdamente lotado ,sinceramente, não sei o que há de tão interessante num corredor cinza e apertado. Passamos o mais rápido possível, o que não impediu as pessoas de nos espremerem, por alguns minutos pensei que fosse morrer, nossos corpos pareciam átomos durante um processo de fissão nuclear.

Ao chegarmos ao térreo, percebi que Arthur estava próximo ao vestiário, como sempre lindamente lindo, seus cabelos pareciam fios de bronze, aqueles olhos negros que me faziam tremer (Omg),seu corpo atlético parecia esculpido por um artista renascentista e seus lábios tão perfeitos quanto os de um deus grego . Ele estava encostado numa das paredes da sala do grêmio, fiz o impossível para não olhar em sua direção, mas como não fazer? Sem dúvidas era muito difícil, porém, necessário. Sorri ao lembrar que ele já esteve em meu quarto (Que coisa pervertida!).

Continuei andando com Cassie até nosso destino final, estava quase num transe, fiquei por tantos minutos apreciando a beleza de Arthur (Nossa, que boba!), não percebi as coisas que estavam ao meu redor, acabei deslizando na rampa para deficientes que dava acesso ao vestiário, por fim, eu caí, e não foi uma quedinha boba, foi um belo tombo, (Alguém, por favor, me explica quando vou deixar de pagar mico?!). A última coisa que ouvi foram gritos, depois tudo ficou escuro, muito escuro ( Ok, admito! Pensei que fosse morrer, se não pelo acidente talvez pela vergonha!).

No tempo em que estive desacordada pensei em Arthur, no sonho, ele dizia "Tudo vai ficar bem, você precisa ser forte". Será que eu estava apaixonada? Por que aquilo não parecia uma fantasia normal?

Senti alguém afagando meus cabelos, tentei abrir os olhos, o que não conseguir na primeira tentativa, minhas pálpebras estavam pesadas, finalmente, consegui. Cheguei a pensar que podia ser ele, que idiota, por qual motivo ele estaria ali? Mas, minhas expectativas foram frustradas ao ver mamãe debruçada sobre meu corpo.

_Você está bem, querida? Eu e seu pai estávamos tão preocupados. _ Minha mãe estava aflita, seus olhos verdes e redondos lacrimejavam, nunca a vi naquele estado.

_Sim, agora estou, aliás onde estou?_ Minha voz estava sonolenta, endireite-me na cama até estar sentada, tentei disfarçar a decepção que sentia em não ter Arthur comigo, mas afinal, por que estaria?.

_Você está no hospital abelhinha, mas, o médico garantiu que se você acordasse teria alta. _ Meu pai surgiu atrás de mamãe, seus olhos castanhos tão preocupados, aos poucos sua expressão suavizou e deu lugar a um lindo sorriso.

_ Tive tanto de medo que você morresse._ Disse minha progenitora aos prantos.

_Ah, mãe, não exagera foi só um arranhão. _Ironizei, com objetivo de acabar com toda aquela melancolia.

O que Arthur estaria pensando naquele momento, será que estava preocupado?

Meus pensamentos foram interrompidos pelo som da porta se abrindo, parecia o médico.

_Já posso ir para casa? _ Perguntei entusiasmada.

_Sim, são impressionantes os resultados, está totalmente curada, não há sequelas._ Disse o Dr. Charlles enquanto enfiava um palito em minha boca. Por que raios os médicos faziam isso?_ Desculpa pela sua cara isso deve incomodar bastante.._ Finalizou.

Uma hora depois, estava no estacionamento, mamãe me fazia companhia, para o caso de eu desmaiar, (Risos), tive a estranha sensação de estar sendo observada, meu corpo tornou-se rígido, como se estivesse congelado, que maldita agonia!

_O que foi, meu bem?_ ela estava em minha frente, segurando meu rosto, suas mãos quentes, tão protetoras, mordiscou os lábios e me abraçou.

_Não foi nada._ Finalmente, saí do transe e pude lhe responder, o que trouxe alívio para seu bondoso coração. Nossa! Como eu tinha sorte, seja quem for a força misteriosa que escolheu meus pais, obrigada,.

Já no meu quarto ,meu celular vibrou, rapidamente o peguei, havia uma notificação em minha caixa de mensagem, cliquei no ícone em forma de carta, um número desconhecido havia mandado um "oi", respondi e iniciamos uma conversa.

_olá_ Respondi.

_Você está melhor?_ Perguntou.

_Quem é?_ Indaguei

_Arthur_ Respondeu

_Preciso dormir, estou sonolenta por causa dos remédios J._ fugi

_certo._ finalizou

Então, fechei meus olhos e resolvi esquecer aquele dia terrível.

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361° As Faces De AuroraOnde histórias criam vida. Descubra agora