Por favor, não se assuste, mas desde aquela - nem tenho palavras pra descrever - noite com Liana em que nos reconciliamos e decidimos ficar juntos, passaram-se três anos. Sim, três anos. Como? Bom, nem eu sei.
Acabei indo morar com ela e meio que assumi a criação da Estela. Definitivamente tenho uma família. Nós não casamos, apenas namoramos e está tudo muito bom, obrigado.
Meu tio Marcus e Márcia estão ótimos com o casamento e parece que isso só ajudou mais ainda a empresa a crescer. Agora nós temos uma filial no Espírito Santo que está indo muito bem.
A Lara continua morando com a gente. Na verdade, eu que fui morar com elas. O André joga algumas piadas para eles morarem juntos também, mas ela não gosta muito da ideia. O que é uma pena. Não que eu não goste dela, só que às vezes não nos damos muito bem. Meus sogros vêm nos visitar no fim do ano e passamos todos juntos. O Lucas e a Luna passaram a ser simpáticos comigo, o que é um bom sinal.
Posso dizer que tudo estava indo bem.
***
Os moradores de Brasília reclamam de muitas coisas sobre a cidade, mas uma delas, com certeza, não é o céu. O céu dessa cidade é lindo. Essa tarde estava bonita. Estava azul com nuvens bem brancas e um sol brilhante demais para as seis horas da tarde, sendo que não era horário de verão. Eu só queria chegar em casa e tirar o terno.
Quando cheguei em casa lembrei que minha namorada estava de folga. Lia estava deitada no sofá lendo a última música, seu livro favorito, e parecia um pouco emburrada. Provavelmente Estela ainda não tinha chegado da escolinha, já que não vi o carro de Lara na garagem. Aproximei-me da Liana e fui beijar sua boca, mas ela virou o rosto, o que foi bem estranho, mesmo assim sentei na pontinha do sofá para ficar perto dela.
- Oi, gatinha. Como foi seu dia?
- Ótimo!
E parece que o bico que ela estava fazendo ficou muito maior.
- Tá brava?
Ela me olhou incrédula, como se eu fosse obrigado a saber o que era. Não tive resposta porquê Lia voltou a olhar seu livro e me ignorar. Avisei que ia subir para tomar banho e fui para o quarto. Assim que entrei para debaixo do chuveiro escutei a porta se abrir e soube que era ela.
- Sabia que você esqueceu seu celular em casa hoje?
Concordei com um murmúrio. Eu não tinha nada a esconder dela no meu celular. Abri meus olhos enquanto a água quente escorria pelo meu rosto e a encarei esperando para saber onde isso terminaria.
- Quem é Célia, Christian?
Juro que tentei me conter, mas eu estava segurando a risada. Liana me encarou incrédula como se eu tivesse ficando louco.
- O que ela queria?
Lia respirou fundo e havia uma ruguinha entre suas sobrancelhas a deixando mais linda ainda.
- Seu tio ligou falando que você esqueceu dela hoje. Vocês, aparentemente, tinham um encontro muito importante. Aí, como se não bastasse, ela te mandou muitas mensagens e ligou. Me tratou como se fosse sua secretária.
Dessa vez eu não aguentei e cai na risada. Desliguei o chuveiro e encostei na parede e segurando minha barriga que doía de tanto rir. Lia abriu a porta do box e começou a me bater, ardia onde sua mão encostava por conta da minha pele molhada.
- Será que você pode ser homem e parar de rir da cara da corna?
Eu a segurei pelos braços para que prestasse atenção e a olhei sério antes que começasse a chorar.
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Depois do Para Sempre
RomanceChristian ficou 5 anos longe de sua cidade. Agora que está de volta precisa recomeçar sua vida profissional e, principalmente, amorosa. Ele, então, decide ir atrás da única mulher que amou e deixou pra trás, porém, nada mais está como antes.