Capítulo 16

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Por favor, não se assuste, mas desde aquela - nem tenho palavras pra descrever - noite com Liana em que nos reconciliamos e decidimos ficar juntos, passaram-se três anos. Sim, três anos. Como? Bom, nem eu sei. 

Acabei indo morar com ela e meio que assumi a criação da Estela. Definitivamente tenho uma família. Nós não casamos, apenas namoramos e está tudo muito bom, obrigado.

Meu tio Marcus e Márcia estão ótimos com o casamento e parece que isso só ajudou mais ainda a empresa a crescer. Agora nós temos uma filial no Espírito Santo que está indo muito bem.

A Lara continua morando com a gente. Na verdade, eu que fui morar com elas. O André joga algumas piadas para eles morarem juntos também, mas ela não gosta muito da ideia. O que é uma pena. Não que eu não goste dela, só que às vezes não nos damos muito bem.  Meus sogros vêm nos visitar no fim do ano e passamos todos juntos. O Lucas e a Luna passaram a ser simpáticos comigo, o que é um bom sinal. 

Posso dizer que tudo estava indo bem.

***

Os moradores de Brasília reclamam de muitas coisas sobre a cidade, mas uma delas, com certeza, não é o céu. O céu dessa cidade é lindo. Essa tarde estava bonita. Estava azul com nuvens bem brancas e um sol brilhante demais para as seis horas da tarde, sendo que não era horário de verão. Eu só queria chegar em casa e tirar o terno. 

Quando cheguei em casa lembrei que minha namorada estava de folga. Lia estava deitada no sofá lendo a última música, seu livro favorito, e parecia um pouco emburrada. Provavelmente Estela ainda não tinha chegado da escolinha, já que não vi o carro de Lara na garagem. Aproximei-me da Liana e fui beijar sua boca, mas ela virou o rosto, o que foi bem estranho, mesmo assim sentei na pontinha do sofá para ficar perto dela. 

- Oi, gatinha. Como foi seu dia? 

- Ótimo! 

E parece que o bico que ela estava fazendo ficou muito maior. 

- Tá brava? 

Ela me olhou incrédula, como se eu fosse obrigado a saber o que era. Não tive resposta porquê Lia voltou a olhar seu livro e me ignorar. Avisei que ia subir para tomar banho e fui para o quarto. Assim que entrei para debaixo do chuveiro escutei a porta se abrir e soube que era ela. 

- Sabia que você esqueceu seu celular em casa hoje? 

Concordei com um murmúrio. Eu não tinha nada a esconder dela no meu celular. Abri meus olhos enquanto a água quente escorria pelo meu rosto e a encarei esperando para saber onde isso terminaria. 

- Quem é Célia, Christian? 

Juro que tentei me conter, mas eu estava segurando a risada. Liana me encarou incrédula como se eu tivesse ficando louco. 

- O que ela queria? 

Lia respirou fundo e havia uma ruguinha entre suas sobrancelhas a deixando mais linda ainda. 

- Seu tio ligou falando que você esqueceu dela hoje. Vocês, aparentemente, tinham um encontro muito importante. Aí, como se não bastasse, ela te mandou muitas mensagens e ligou. Me tratou como se fosse sua secretária. 

Dessa vez eu não aguentei e cai na risada. Desliguei o chuveiro e encostei na parede e segurando minha barriga que doía de tanto rir. Lia abriu a porta do box e começou a me bater, ardia onde sua mão encostava por conta da minha pele molhada. 

- Será que você pode ser homem e parar de rir da cara da corna? 

Eu a segurei pelos braços para que prestasse atenção e a olhei sério antes que começasse a chorar. 

Depois do Para SempreOnde histórias criam vida. Descubra agora