Era segunda de manhã. Os treinos da equipa principal tinham acabado à cerca de meia hora. De facto, mais cedo no dia de hoje, tinha-me disponibilizado ao nosso mister, Jorge Jesus, para umas sessões à última da hora visto que o meu tempo de trabalho hoje era bastante tranquilo. No entanto, fora-me afirmado que hoje não seria necessário e, por isso, podia sair mais cedo.
Estava então a caminhar no parque de estacionamento da academia quando me senti alvo do chamamento de alguém. Ao desviar o olhar para onde raciocinei vir o som, vi o atleta andar em passo bastante apressado.
- Leonor, espera! - Palhinha pediu desesperadamente o que me fez rir por ver o estado dele.
- Calma João! O que se passa? - Assim que ele se aproximou o suficiente de mim coloquei a minha mão sobre o ombro do mesmo, coberto pelo tecido fino da sua t-shirt. Apenas me tinha sido possível porque, graças ao cansaço, ele tinha-se curvado um pouco. Eu era uma mulher não muito grande.
Vi o moreno respirar fundo antes de retomar a conversa.
- O Chico soube que ias embora e pediu-me para te perguntar se não querias ir almoçar. Ele estava um pouco atrasado porque esteve a ler e pediu-me para vir a correr só para te perguntar. E como eu corri bastante, por favor, Leonor não dês tampa. - João falou demasiado rápido e ofegante e não pude evitar que o meu riso um tanto mais alto se ouvisse.
- Ok.. Eu e mais vocês da equipa?
- Não. - O seu tom de voz tornou-se mais suave e ele olhou-me com um sorriso demasiado amigável, não podia vir nada de bom dali. - Só tu e o Francisco.
Arregalei um pouco os olhos, sem estar à espera de tal afirmação. Nem sabia como responder. Como é que eu ia almoçar sozinha com um rapaz logo na minha segunda semana em Portugal? Como é que seria visto aos olhos da equipa? Dos adeptos? Das fãs dele?
- João.. - Não demorou milésimas de segundo até ser interrompida.
- Sei o que estás a pensar. Não te preocupes. Vocês são só amigos, vá lá. Aceita.
Após demasiadas artimanhas comigo mesma, apenas decidi tomar o risco como uma oportunidade para criar uma amizade forte. Por isso apenas assenti.
- Espera por ele mesmo à saída do edifício, ok? Divirtam-se. - O médio piscou-me o olho, levando-me apenas a revirar os olhos animadamente. Não nos íamos divertir dessa maneira.
Os meus saltos faziam barulho no chão de alcatrão enquanto caminhava até ao sítio que João me indicara. O dia estava bonito. O brilho intenso do sol e a pouca existência de nuvens no céu azulado possibilitavam o uso de uma roupa mais fresca. E por isso, ao contrário do normal, hoje ia muito mais bem cuidada. O vestido que envergava, ainda que propositadamente largo, ajustava-se bem ao meu corpo até cerca da metade da minha coxa. Era de uma cor negra e as finas alças eram o único tecido que cobria minimamente os meus ombros. O decote era subtil e definitivamente nada exagerado. Já a minha maquilhagem, estava também extremamente bem arranjada.
Observei um rapaz loiro sair e mostrar uma expressão confusa quando me viu. Estava vestido com alguma merch da adidas, normal.
- Pensei que já te tivesses ido embora.
- Como assim embora? Convidaste-me para almoçar, como é que me ia embora? - A minha pergunta refletia completamente o quão confusa eu estava. Estava neste momento diante de Francisco. As nossas alturas eram perfeitamente semelhantes graças aos auxílios de altura que calçava.
- Eu não te convidei para nada para além da ida ao museu, Leonor. Deves estar a fazer confusão! - Geraldes mexeu no seu cabelo perfeitamente arranjado e o meu olhar pousou sobre o seu. Até que finalmente percebi o que se estava a passar.
- O Palhinha enganou-me.
- Enganou-te?
- Disse-me que tinhas pedido para ele vir a correr perguntar-me se queria almoçar contigo. E foi embora quando apenas lhe dei um sim como resposta. - Suspirei desiludida com a minha fraca capacidade de ler as intenções de João.
- Cabrão. Ele era a minha boleia.
Fiquei em silêncio durante uns breves segundos. O meu cabelo era alvo dos movimentos stressados das minhas mãos. Não sabia o que lhe dizer e ponderava entre ir embora ou ficar.
- Vou pedir boleia a um dos rapazes. Depois falamos, Leo. - Ouvi o seu suspiro que só levei como pouco agrado à situação. Chico virou-se e preparava-se para voltar ao interior e questionar um dos colegas por boleia, mas o meu instinto estúpido foi mais forte que eu.
- Ou podemos realmente ir almoçar. Depois levo-te a casa.
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Ok, é assim. Estou à alguns capítulos para vos perguntar se realmente têm alguma preferência no jogador que vai ser o foco?
Obrigado pelo apoio de qualquer maneira, meninas. Vocês são as melhores 💚
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therapeutic love,, sporting cp
FanfictionOnde Leonor concorre a uma vaga de trabalho no país que a viu nascer mas vê o seu destino ser atravessado por um grupo de rapazes que vão certamente mudar a sua vida.