yeoja chingu¡

534 102 42
                                    

— Yerin você deve falar pra ela, que na minha opinião é o melhor modo de contar do que ela descobrir e ficar com raiva de você. — Yuju avisava pela centésima vez consecutiva só naquele dia que Yerin precisava se assumir.


Ja iam completar quatro meses de namoro, mas ninguém (pelo lado da Yerin) sabia desse relacionamento, principalmente sua mãe. Ela amava sua mãe e tinha medo de que ela não aceitasse e elas começassem a brigar e depois nunca mais fazerem as pazes.

— Yuju, eu vou contar. Mas não agora. — Mentiu. Sempre falava a mesma coisa e nunca contara para a mãe. Uma bela desculpa não é? Mas Yuju não caiu dessa vez tão facilmente.

— Você todo dia fala isso. Durante quatro meses você sempre me diz a mesma coisa, e mesmo assim nunca contou. — Calou-se. Yuju já estava farta disto. Não aguentava toda vez fingir ser apenas uma colega de sala de Yerin para tapear a mãe. As milhões de vezes que Yuju não pode demonstrar nenhum tipo de carinho pela namorada, pois pelo medo de Yerin, ela nunca permitia. Yuju então se cansou desta encenação. — Você tem até meia noite para contar à sua mãe. Espero que amanhã na faculdade venha correndo me contar que foi aceita e que está tudo bem. — Levantou-se e foi em direção à sua casa.

— Meia noite? E se eu não cumprir? O que será que ela vai fazer? — Yerin comentava sozinha. — Meu Deus o que eu vou fazer? Não posso contar para minha mãe! Aargh Choi Yuna você me enlouquece! Olha só o que estou fazendo por você. — Levantou-se do banco e pôs-se a caminhar em direção à casa.

E foi chutando as pedrinhas e contando as poças que havia na rua que Yerin conseguiu refletir. Já estava decidida. Não podia mais viver uma mentira. Ela ia contar, podendo sofrer ou não com isso.

Entrou na casa, logo a procura da mãe; "Mãe? Onde estás?". Sem resposta alguma, foi olhar no quarto. Assim que entrou, se deparou com a cena de sua mãe se matando de trabalhar no computador, escrevendo e escrevendo coisas.

— Mãe? Precisamos conversar. — Yerin falou e respirou fundo. Sua mãe virou com o melhor sorriso que podia dar.

— É urgente? — Yerin fez que sim com a cabeça. — O que você tem minha filha? Está doente? Está com problemas na faculdade? Brigou com sua amiga denovo? — Falava uma mãe preocupada com a filha, mas ela apenas entrou no quarto e fechou a porta.

— Então mãe... Eu não sei como você vai reagir a isso. Espero que para você não tenha nenhum problema, pois antes de tudo o importante é a felicidade. — Fez uma pausa e respirou fundo, claramente nervosa com a resposta da mãe. — Yuju não é somente uma colega de classe mãe. Eu sou lésbica e eu namoro com Choi Yuna a aproximadamente quatro meses. — Fechou os olhos com medo da reação. Que no caso foi totalmente o contrário do que Yerin pensava.

Sua mãe começou a rir.

— Yerin minha querida. Eu achava que era algo mais sério. Pensei que estava com alguma doença grave. Estava sofrendo bullying ou algo de tamanha grandeza. Mas filha... você acha mesmo que eu ia ficar brava por causa de sua sexualidade? Isso não é algo que escolhemos. É algo que descobrimos. E se você está feliz com ela, quem é que vai te impedir de ser feliz? — Sorriu limpando as lágrimas de Yerin — Ser lésbica, gay, transexual, bisexual, nada disso é errado. Nada disso é uma doença que pode ser tratada. Ser lésbica não é o errado. O errado é você ser o que não é. Eu te amo muito Yerin, e como mãe minha obrigação em primeiro lugar, é te fazer viver feliz. — Fez uma pausa e as duas se abraçaram. — Feliz quatro meses com ela filha. E que venham dez e mais dez anos, e com eles uma família e muito amor. Agora me deixe voltar ao trabalho pois você me fez perder bastante tempo.

Yerin saiu do quarto e foi deitar. Nunca imaginara que esse era o pensamento da mãe. Esbanjava felicidade e não via a hora de contar para Yuju. Deveria ligar? Não não. Mandar uma mensagem? Não... Acho melhor contar amanhã.

Na manha seguinte, Yerin saía de casa com um sorriso enorme. Caminhava alegremente nas ruas de Seul à caminho da faculdade. Chegando, foi logo procurar Yuju, que se encontrava sozinha desenhando em seu caderno, coisa que adorava fazer. Se aproximou correndo.

— Bom dia Yerin. — Yuju falava sem tirar a atenção do desenho. — Veio correndo. Aconteceu​ algo? — Yuju levantou a cabeça e sorriu para Yerin.

— Fui aceita e está tudo bem. — Sorriu abraçando a namorada e deu um beijo. — Eu te amo Yuju.

homophobiaOnde histórias criam vida. Descubra agora