Confession.

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Os passos apressados ecoavam pela rua deserta, o clima era frio e nem os pássaros ousavam cantar naquele alvorecer. Caminhou alguns minutos e logo estava em frente a pequena construção antiga, olhou em volta e não havia ninguém, nem um barulho se quer, apenas sua respiração ofegante. Ele subiu os degraus e abriu a grande porta de madeira maciça, que rangeu causando um eco no salão repleto de bancos. O silêncio voltou e ninguém aparecia, o garoto caminhou até o altar...

—Padre? Está aí? Eu preciso de ajuda padre. -Disse em tom alto, mostrando o desespero que o possuía. Um senhor saiu de uma pequena porta que ficava ao lado do altar, ainda nos trajes de dormir. -Me desculpe padre, mas eu preciso me confessar, o mais rápido possível. Por Deus me atenda. -O queixo chegava a tremer, e o padre notava o desespero e ansiedade dele, assentindo e apontando até o confessionário.

Agora ele se encontrava ali, sentado em uma cabine pouco iluminada, dentro da pequena igreja de seu bairro. O motivo da visita inesperada ao local santificado? Culpa, vergonha. As pernas estavam inquietas e as mãos segurando as coxas para não roer as unhas.
O padre, depois de alguns minutos, adentrou o pequeno confessionário e se sentou à sua frente.

—Padre, eu pequei... -Taehyung disse rápido. Tinha a cabeça baixa, embora o padre não pudesse ver seu rosto por completo. Sentiu que a vergonha o perseguiria até o final de sua confissão, mas contaria tudo, já que achava que se livraria dos sentimentos que o recriminavam.

—Todo pecado pode ser perdoado, meu filho, basta você se arrepender e pedir perdão. Conte-me o que houve, Deus irá lhe ouvir.

—Tudo bem, padre... -A garganta do menino secou. Não sabia que era possível se sentir tão envergonhado, tão julgado na vida. Mas se aquilo lhe ajudasse a tirar ele de sua cabeça, era isso o que faria. Tomou fôlego e continuou. -Já se passava das três da manhã e Yoongi insistia em compor mais músicas, mas ele sabia que não iria adiantar. A mente dele não conseguia focar ali. Os olhos não paravam sobre o papel, mas sim sobre mim. -O padre o ouvia atento, sem esboçar reação, mas tentando adivinhar o rumo da história. -Eu estava jogado no sofá, e ele se levantou inquieto, indo até a janela e a abrindo, sua testa suava, parecia que ele não se sentia confortável. Só havia nós dois naquele dormitório, então eu sabia que o incômodo dele era eu, minha presença causava aquilo nele. E não era a primeira vez. Eu também sentia um desconforto padre, mas o desconforto era por pensar em Yoongi da forma errada. Sabe quando você sente o clima? -O padre arqueou uma das sobrancelhas e Taehyung percebeu que ele não saberia, continuando com a confissão. -Então, havia um clima ali, eu fui irracional, agi por impulso. -As mãos começaram a suar, e a vergonha parecia aumentar. -Eu me levantei com calma e caminhei até ele... o abracei por trás, o corpo dele se contraiu em surpresa; coloquei a cabeça em seu ombro e não disse nada, seu cheiro era bom padre, e eu me arrepiei o desejando ainda mais. Permanecemos assim por alguns segundos, até que ele disse meu nome. Ele disse de forma tão forçada, eu sabia que ele pensava as mesmas impurezas que eu e estava com medo. -Agora ele tinha um pequeno sorriso nos lábios, se esquecendo por um segundo da culpa que carregava. -Eu tomei a frente padre... beijei-lhe o pescoço uma, duas, três vezes e ele se arrepiou também, o corpo relaxou e eu tive a certeza de que ele também precisava daquilo, de que queria tanto quanto eu. Yoongi se virou, e eu o beijei rapidamente, depois o olhei nos olhos e pareciam queimar de desejo por mim.-Sentiu um soco no estômago, lembrando-se do olhar intenso do Hyung sobre ele. -Desci minhas mãos até seu jeans e o membro dele já estava ereto, desabotoei com cuidado e abri o zíper, Yoongi se despiu das peças já entendendo o que eu faria. -As bochechas queimavam, e o cérebro parecia não querer compartilhar aquelas memórias com o padre, mas o faria. -Então eu me ajoelhei padre, não para rezar, mas sim para pecar. E eu fui. Beijei o membro ereto de Yoongi -"e que membro" pensou, arregalando os olhos e desviando o olhar para o lado. -Ele tinha os braços escorados na janela, e a cabeça jogada para trás, o vento batia nos seus cabelos e... O Senhor que me perdoe, mas era como uma imagem divina. Eu o beijei por mais duas vezes, enquanto ele suspirava pesado, por um segundo pensei em parar, as coisas já estavam indo longe demais. -Então se lembrou das exatas palavras de Yoongi: "Não pare" seguidas de mais um longo suspiro. -Mas eu não consegui. -O olhar do homem ficou vazio, como se uma sombra de culpa tomasse conta de sua alma. -Padre, sem ao menos ter consciência, eu fui em frente. A minha boca ia deslizando suavemente no membro dele, enquanto o mesmo jogava a cabeça para trás. Eu não nego que fiquei feliz, padre, por ter conseguido dar um pouco de prazer a ele. Eu sei o quanto ele tem se estressado. -O padre por dentro estava boquiaberto, mas decidiu que era melhor não falar nada, até por caridade. Se falasse, o menino se sentiria envergonhado(o que imaginava já estar) e pararia sua confissão. Porém, o religioso percebia o quanto confessar-se estava sendo importante para o pecador, e por isso decidiu que ouviria o que tivesse que ouvir, pelo bem estar do outro. Afinal, estudara para aquilo. -Depois disso ele me beijou, e não foi como da primeira vez, foi melhor. Yoongi me jogou no sofá. Agarrou-me pela cintura e não foi necessário fazer muito esforço com minha calça, porque era um pouco larga. Ele puxou-a de uma só vez, juntamente com a cueca e agarrou meu órgão, subindo e descendo as mãos, me fazendo gemer, até mais alto do que ele. Eu sabia que eu o queria, caso contrário não teria tomado a atitude. Mas eu não sabia que eu o queria tanto. Quase me desfiz nas mãos dele. Ao contrário do que pensei, elas eram suaves. O beijei de novo, era como tocar o paraíso que um dia pensei que iria. Terminamos de nos despir em meio a mais beijos. Eu fiquei por cima de Yoongi e nossos corpos nus eram como fogo e gasolina, se tocando explodindo emoções que eu nunca senti antes padre. -Ele se calou por um segundo, sentindo-se confuso ao lembrar das sensações com o Hyung. -Então eu comecei a prepará-lo. Enquanto minha boca descia da dele para provar novos lugares daquela pele clara, comecei a passar um dedo envolta da entrada. Eu nunca tinha visto alguém piscar tanto. Passei a boca por suas bochechas, indo para mandíbula até finalmente alcançar o pescoço. Tentei não marcá-lo mas foi quase impossível. Yoongi tinha a respiração pesada, e soltava pequeno gemidos. Até que eu me posicionei de forma correta, e o penetrei devagar, padre ele tentou segurar o gemido mas falhou, gemendo mais alto do que antes, fechando os olhos por prazer. Sua entrada era bem apertada, eu imaginei que estivesse sentindo dor, inclusive. Ele me mostrou o contrário quando eu estava parado, esperando que se acostumasse com o volume, começou a rebolar, pedindo pela movimentação lá dentro. Ele parecia sedento. -Agora Taehyung suava, pensando que poderia se perder em meio à confissão que sairá mais difícil do que imaginava, devido a vergonha que voltava a o possuir. O padre ouvia tudo com cuidado, pedindo para deus perdoar o garoto e que aquilo acabasse logo, estava tão constrangido quanto ele. -Padre, nada mais importava ao redor, estávamos dentro da nossa própria bolha, eu aumentava o movimentos, e gemia junto com Yoongi, havia sintonia e isso deixava a situação ainda melhor. Eu acelerava as estocadas e Yoongi o rebolado. A bolha que estávamos era repleta até o topo de luxúria. Eu metia cada vez mais fundo e os gritos dele ficavam cada vez mais altos, assim como meus gemidos. Até que eu atingi o ponto sensível e continuei acertando ali durante poucas estocadas, e Yoongi gozou. E eu também. Nós gozamos juntos, padre, em perfeita sintonia, como eu já disse. -O padre soltou um suspiro, aliviado pelo garoto ter terminado aquela parte da confissão. -Nós estávamos eufóricos, suados, e nos deitamos um ao lado do outro, permanecemos em silêncio por alguns segundos e meu Hyung disse com a voz rouca "Obrigada Taehyung" eu não tinha palavras padre, apenas sorri para ele que já tinha um olhar pesado pelo sono e cansaço.
Taehyung permaneceu em silêncio por um tempo, e o padre entendeu que a confissão chegará ao fim.

—Até essas situações, que demonstram de certa forma o amor, não precisam de perdão meu filho. -Disse o padre, que deixou o confessionário rapidamente.

Taehyung se desesperou e não conseguia entender a frase dita, começando a pensar que não teria o perdão, que seria crucificado no juízo final. Tentou chamá-lo mas a voz não saia, o corpo pesava, a visão escurecia e os olhos fecharam... Acordou com a visão embaçada. A mente confusa e o corpo suado pelo sonho que tivera aonde reproduzia de forma estranha à noite teve com Yoongi. O hyung dormia ao seu lado, imóvel e com a respiração serena; sorriu ao vê-lo e suspirou aliviado, não havia culpa, vergonha, desespero ou necessidade de perdão. Finalmente entenderá a fala final do padre. Estava em casa, junto dele, aquilo bastava e apagaria qualquer sensação ruim que sentia no sonho.

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⏰ Última atualização: May 08, 2017 ⏰

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Confession; Taegi One ShotOnde histórias criam vida. Descubra agora