We"ll Get Home Soon

44 9 0
                                    


Clarke Griffin's Point of view

Ao ouvir passos no corredor, Clarke percebeu que estava perto de ver sua irmã. Seus olhos se fixaram nos sapatos do guarda, e invés dela sentir medo ou pânico ela se sentiu ansiosa após desgrudar sua camisa da cama encharcada por suor.
Ela tinha sido transferida para uma cela individual depois de tentar atacar um guarda, para Clarke aquilo não era um problema mas viver desse jeito era demais. Clarke imaginou sua irmã sozinha em uma cela no escuro, uma vez quando Clary era menor ela tinha contado a Clarke que ouvia vozes de todos os lugares e que ela não desejava a morte, mas se isso fosse a única forma de silenciar as vozes, estaria preparada para tal.Clarke foi confinada por egoísmo, tinha arriscado a vida de toda uma nação por causa de sua irmã mais nova, Clary estava presa desde que nasceu por causa de uma doença estranha que ninguém quis lhe falar oque causava, sempre que Clarke tentava conversar isso com sua mãe ela desviava o assunto, as vezes até a via chorar escondida.
O som de sua cela abrindo a despertou dos seus pensamentos, O guarda limpou a garganta enquanto transferia o peso de um pé ao outro:

-Prisioneira número 320, por favor, levante-se.

Ele era mais novo do que ela tinha esperado, cabelos escuros, pele clara, e seu uniforme folgado em seu corpo magro, entregando seu status de recruta recente. Alguns meses de rações militares não foram suficientes para sumir o fantasma da subnutrição que assombrava as pobres naves externas da Colônia, Walden e Arcadia.

Clarke respirou fundo e se colocou em pé.

-Estique seus Braços - disse ele, tirando um par de algemas do bolso de seu uniforme azul.

Clarke tremeu quando a pele dele roçou na sua. Ela não via outra pessoa desde que a tinham trazido para uma nova cela a 3 semanas atrás, muito menos tocado numa

- Desculpe, estão muito apertadas? - Seu tom nervoso abrandado por uma gota de piedade fez o peito de Clarke doer. Há muito tempo nenhuma pessoa além de Thalia, sua antiga companheira de cela e única amiga no mundo, lhe mostrava alguma compaixão.

-São treinados para sentir pena dos confinados? - Perguntou Clary esperando uma resposta brusca do guarda.

-Bom é o meu primeiro dia e se não gostam de ser tratados assim vou anotar para na próxima vez não fazer igual- Respondeu ele enquanto se levantava para olhar direto nos olhos de Clarke depois de folgar as algemas, Clarke se permitiu esboçar um sorriso. -Também não é permitido falar assim com suas prisioneiras senhor guarda.

-Você não está com medo ou algo do tipo?

- Isso fez o sorriso de Clarke fechar.

-Como assim?

-Eu vi sua ficha, tem 17 anos... - Ele não precisou terminar para que Clarke soubesse do que ele estava falando, caminharam por mais uns 10 segundos antes de Clarke perguntar:

-Você sabe?

-Sei que de acordo com a lei da colônia todos os adultos são imediatamente executados após uma condenação e menores são confinados até completarem 18 anos, quando recebem sua última chance de se defenderem e que por acaso essas chances não estão sendo dadas nos últimos anos para cá. - Disse o guarda olhando para frente como se tivesse medo desse assunto, como se fosse um alvo da colônia e que podia ser jogado ao espaço por qualquer erro bobo.

-Não acha que eu não sou grandinha de mais para saber das leis da colônia? Não era disso que eu estava falando. -Oque uma confinada sabe que eu não saberia? - Disse ele enquanto a levava a outra espécie de cela.

Clarke parou enquanto passaram pelo hospital onde passou tanto tempo durante seu estágio médico. Ela imaginou se essa era a última chance de vivenciar algo familiar, mesmo que fosse apenas o cheiro do desinfetante e o zumbido do sistema de ventilação. O guarda falou sem olhar em
seus olhos

 Bad BloodOnde histórias criam vida. Descubra agora