— Foi uma breve ruptura. — Volta a me encarar. — O sobrenome de meu avô era Johnson, mas o de minha vó era Darmanys, o certo é o reino ser chamado pelo sobrenome do rei, não é? — Assinto, a esperando prosseguir. — Porém meu avô amava tanto minha vó, que colocou o sobrenome dela, ao invés do dele em seu reino. Minha vó também o amava bastante, e decidiu que o nome dele seria passado para as próximas gerações, e ficou sendo assim: reino Darmanys, mas nosso sobrenome Johnson. Naquele tempo não havia tantas regras como agora, então eles podiam usufruir de alguns privilégios.
— Entendo, e acho isso interessante. Realmente bem diferente. — Admito.
— Também acho. — Sorriu simpática. Ela tinha um belo sorriso, o que deixou-me encantado.
— Está sabendo do baile que o príncipe fará? — Mudou de assunto.
— Sim, as notícias se espalham rápido. — Afirmo.
— Você irá? — Pergunta agora um pouco mais interessada no assunto.
— Mas não são só para garotas irem? — Faço-me de desentendido.— Não, é para todos. Mas acredito que todas as garotas dos reinos próximos e até dos mais distantes irão, só para serem escolhidas pelo príncipe. — Ela diz indiferente.
— E você... — Engulo seco. — Quer ser escolhida? — Ela parece um pouco encomodada com a pergunta. — Tudo bem se não quiser responder.
— Não, está bem. Eu... — Respira fundo. — Eu não sei.
— Como não sabe? — Fico confuso.
— Como posso ser escolhida por alguém que nem sequer conheço ou já vi. Meus pais é que estão animados. Minha mãe quer muito que eu seja escolhida pelo príncipe. — Revira os olhos.
— Você diz como se não gostasse do príncipe, mas nunca o viu. — Ergo a sombrancelha.
- Não é que eu não goste. Eu nem sequer o conheço, então não sei se ele é uma boa pessoa. - Explica.
- E se ele for? - Rebato.
- Então a pessoa a qual ele escolher, terá sorte. - Admite. - Mas por que tanto interesse nesse assunto? - Cruza os braços.
- Por nada. Eu só fiquei curioso. - Sorrio de lado.
- Olhe os músicos já chegaram. - Avisa. - Vamos. - Se levanta.
- Ah sim, vamos. - Num impulso seguro em sua mão. Ela parece um pouco desconfortável, mas não hesita. Está muito animada para os ver tocar.
O guarda que estava com ela, dança com uma garota, muito alegre. Acho que pela sua reação, é a primeira vez que ele se diverte assim. Ela observa os músicos tocarem, encantada.- Nunca foi em um baile ou algo do tipo? - Chamo sua atenção para mim.
- Não. - Parece envergonhada. - Meus pais são muito rígidos e só permitiram que eu viesse, porque é véspera do meu aniversário. - Explicou.- E quantos anos fará? - Pergunto interessado. - Perdoe-me o atrevimento.
- Tudo bem. - Sorrir simpática. - Farei dezoito anos.
- Dezoito? - Fico perplexo. Ambos sabemos o que isso significava.
- Sim. - Responde animada.
- Você sabe o que isso significa? - Voltamos para o banco e nos sentamos, enquanto ouvimos os músicos tocarem.
- Como assim? - Parece confusa.
- Seus pais não te contaram? - Surpreendo-me. Todas as meninas dos reinos sabem o que acontecem, ao chegarem nos dezoito.
- Sobre o quê? - Ela realmente não sabe. Como os pais dela não disseram isso a ela?
- Quando uma garota faz dezoito anos, ela tem até o final do mês que ela fez aniversário, para arrumar um noivo ou então seus pais tem que arrumarem um para ela. Caso contrário... - Engulo em seco.
- O que acontece? - Fica preocupada.
- Não sei se devo dizer. - Respiro fundo. - Digo, é algo que os pais devem ensinar a suas filhas desde pequenas.- Diz logo, por favor. - Ela está tensa e ao mesmo tempo impaciente.
- Os conselheiros do reino da jovem, tem um mês para arrumarem um príncipe que queira se casar com ela ou então ela será exilada ou obrigada a se casar com um dono de algum vale e ser dona de casa a vida inteira. Mas o problema é que ela terá que se casar, com quem quiser ela e não o contrário. - Ela fica boquiaberta.- Por que os reinos são tão cruéis com as mulheres? - É tudo o que consegur dizer.
- Não sei. Mas são as regras. - Afirmo.
- Essas estúpidas regras! - Bufa. Sorrio com sua expressão de garota mimada. - Quando elas vão mudar?
- Como assim? - Fico um pouco confuso.
- Digo, quando alguém pode mudar as regras? - Ergue a sombrancelha. - Elas podem ser mudadas, não podem?
- Até podem, mas ninguém nunca ousou fazer isso. - Explico.
- Mas por que elas valem para todos os reinos, sendo que cada um é dono de seu próprio reino? - Entrelaça as mãos uma na outra, encarando-as. Pelo visto ela está chateada. Não sei por que, mas me sinto encomodado ao vê-lá assim.
- Sim. Mas eles mesmos adotaram as regras, pois lhes pareciam a melhor escolha. - Suspiro desanimado. Também não entendo o porquê de tudo isso.
- Não compreendo como meus pais também aceitaram isso. - Suspira. - Será que eles não pensaram em mim? - Encara-me com os olhos brilhando. Provavelmente está segurando as lágrimas.
- Talvez seja por isso que eles aceitaram isso. - Afirmo.
- Por quê? - Parece confusa.
- Imagina que durante anos as pessoas vivem sobre essas regras e de repente alguém tenta mudá-las? - Tento fazê-la entender, mas na verdade nem eu entendo. Como as pessoas conseguiram viver assim durante anos? E as pessoas que não conseguiram ninguém no tempo certo? Se casar sem amor deve ser uma das piores coisas na vida de alguém.
- O que poderia acontecer de mais? - Desvia o olhar e encara as pessoas dançando um pouco mais a frente da gente.
Elas parecem muito felizes. Será que nesse vale as coisas são diferentes dos reinos? Acho que a diferença é que não se tem reis e rainhas, já que são lugares mais simples, onde vivem os camponeses, mas as regras devem ser as mesmas.
Hesitei antes de responder.- O máximo que pode acontecer... - Aperto os lábios.
- É o que estou pensando? - Volta a encarar-me e apenas assinto com a cabeça. É ruim pensar nisso, mas também não é uma ideia descartável, ao contrário, é bem provável que isso aconteça de fato.
Hum, o que vocês acham que aconteceria? Não percam os próximos capítulos e não se esqueçam de deixar sua estrelinha, caso gostarem. Espero que estejam gostando da história e desculpem a demora para postar mais capítulo é que também estou escrevendo outros livros e tento atualizar os capítulos de todos.
Beijos 😘
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Até que A Vingança Nos Separe
RomanceEle só tinha doze dias para escolher a mulher perfeita para se casar, antes que tivessem que escolher para ele, ou pior, ele tivesse que sofrer graves consequências. Ela jurou que jamais se apaixonaria, e que iria se vingar daquele que a comprasse...