Capítulo Único

1K 97 46
                                    

Estava sentado em um galho de uma árvore qualquer, pensando na loirinha que vira alguns dias atrás. A criança estava sentada em posição de lótus com os olhos fechados. Parecia em transe. O mascarado observou-a por horas e num determinado momento, a garotinha loira vinha em sua direção ainda com os olhos fechados. O geminiano estava escondido e ocultou seu coso, vendo a loira passar por si, indo em direção das doze casas. Foi nesse momento que Defteros foi tirado de suas memórias pelo gêmeo mais velho.

- Está dormindo sentado aí em cima Defteros?

- Irmão... - Ajeitou-se no galho – Queria saber que é aquela garota loira que mora numa das doze casas. Eu a vi um dia, meditando!

- Garota... Loira? É Asmita e é um menino! Porque?

- Menino? Mas é tão... Delicado!

- Gostou dele Defteros? Não é muito novinho pra você?

- Quer parar com isso? Eu pensei que fosse uma menina.

- Ei calma irmãozinho! Vamos voltar para Gêmeos. Esta ficando escuro. Sabe das regras!

O gêmeo mais novo pulou do galho em que estava, indo de encontro ao irmão que o esperava para voltarem para o Templo de Gêmeos.

_-_-_ Alguns Anos depois _-_-_

Asmita andava tranquilamente pelo Santuário procurando um lugar fresco para meditar. Acabou encontrando uma clareira com uma pequena cachoeira. O local perfeito em sua mente. Mesmo cego, procurou um lugar para se sentar e meditar, mas antes disso, apenas disse:

- Dá para parar de me seguir e aparecer?

Como o encontrou se tinha camuflado seu cosmo tão bem, e fora isso, não emitiu som algum? A pessoa que o seguia de longe não tem outra alternativa senão se revelar.

- Me desculpe! Não queria te assustar! - Defteros acabou por sair das sobras mostrando-se para o loiro.

- Tudo bem. Apenas não faça isso. Aproxime-se! - Ordenou o indiano. - Quero te ver.

- Me ver? - Debochado. - Não consegue me ver porque está com os olhos fechados! Que tal abri-los?

- Não posso! Mesmo que os abra, ainda não posso ver.

- Quer dizer que você é...

- Cego? Sim, eu sou cego! Uso meu cosmo para “enxergar”, mas só quando quero. Agora venha aqui! Por favor.

Defteros, um homem de 21 anos seguindo em direção a um adolescente de apenas 15 anos que jurava há alguns anos atrás ser uma garota, estava caminhando rumo ao mais novo que mandou fazer isso. Assim que chegou perto dele, ajoelhou-se em sua frente, pegando as mãos delicadas do indiano levando até o rosto. Ou o que dava para tocar de sua face.

- Você usa uma...

- Máscara? Uso para ocultar minha face. Ninguém pode ver meu rosto por eu ser o segundo! Meu irmão é o verdadeiro Cavaleiro de Ouro de Gêmeos

- Aspros me falou de um irmão gêmeo.. Defteros não é mesmo?

- Sim! Meu nome é Defteros. Perdoa-me por observa-lo de longe.

- Tudo bem. Eu sempre soube que alguém me observava. Só nunca tive a chance de conhecer.

- Hum... Muito arrogante para um menino de 15 anos, não?

- Arrogante? Não acho! - Asmita passava seus dedos por onde dava do rosto mascarado. - Posso tirar isso? - Seguiu com os dedos, a tira de couro que prendia a máscara no rosto do homem a sua frente, encontrando a fivela que prendia as tiras. O indiano soltou as tiras e logo a máscara ficou frouxa e ele retirou o objeto com as suas mãos, colocando sobre seu colo e voltou a tocar o rosto do mais velho.

Amor Inocente  Onde histórias criam vida. Descubra agora