Capítulo Trinta e Dois

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Após o banho relaxante e de ver tudo que precisava ser feito na casa, me arrumei para me encontrar com a Pam e o Rick, sempre tentávamos nos ver, era uma obrigação nossa, pois éramos muito unidos e não podíamos deixar a vida e os afazeres domésticos e de trabalho nos afastar, pelo menos uma vez ao mês marcávamos uma saída.

Demorei para ficar pronta, mas finalmente estava tudo certo então fui atrás das minhas chaves para ir embora, estava no mínimo dez minutos atrasada, Pamela vai me matar. Quando cheguei na garagem lembrei que Daniel havia levado o meu carro, e ninguém achou as chaves do carro dele. Que merda!

Peguei meu celular e liguei para o serviço de táxi, falaram que em três minutos haveria um carro na minha porta, sinceramente espero que estejam certos. Eles não sabem como a Pam é com horários.

Como imaginei, cheguei dez minutos após o combinado e a Pâmela já estava nervosa, junto com o filho dela no colo. Rick tentando apaziguar a situação. Estávamos em um restaurante bem aconchegante no Central Park. Papai comprou um excelente apartamento para o Rick quando ele entrou para a faculdade, e a Pâm mora no meu primeiro apartamento, o qual ela havia ganhado.

–Desculpa, o Daniel levou meu carro. Fiquei o dia sem carro hoje, estou a base de táxi. – falei afim de que ela me perdoasse.

–Uou, aquele cara não tem noção mesmo. Por que não me ligou? – Rick perguntou.

–Desculpa, só lembrei quando já estava na garagem. – sentei junto deles a mesa, Pâm estava amamentando o Michael no peito.

–Está perdoada, como você está? – Pâmela por fim falou.

–Estou bem e vocês?

–Estou cansada, prefiro ser CEO de dez empresas a ter mais um bebê.

–Minha irmã, imagina eu que tive duas de uma vez só.

–Não quero nem imaginar, me cansa só de pensar.

–Por que você não contrata uma babá Pâm? – Rick perguntou.

–Porque quero cuidar do meu filho, mas realmente acho que não darei conta.

–O Nathan ajuda? – perguntei por curiosidade, já que o Daniel nunca passou nem perto.

–Nossa, graças a Deus, Nathan é um cara maravilhoso, ele me ajuda com tudo quando está em casa.

–Minha irmã, você teve sorte então, pois o Daniel não chegava perto de uma fralda cheia de cocô.

–Imagino, aquele cara é cheio de não me toque. – Rick a medida que foi crescendo e vendo minha situação, ele começou a destetar o Daniel e eu nada podia fazer para mudar a sua opinião.

–Mas mesmo com toda ajuda ainda acho que não sei o que estou fazendo.

–É assim mesmo, até hoje eu não sei o que estou fazendo, é sempre uma novidade, mas você se acostuma Pâm. E a satisfação paga tudo. – passei a mão na cabecinha do meu sobrinho que estava dormindo como um anjo no colo da mãe.

–Assim espero! – ela falou e sorriu.

–E você Rick? Está namorando?

–Eu lá namoro, eu apenas pego. – rimos.

–Uma hora você irá se apaixonar e deixará de ser um safado. – Pâmela falou.

–Espero que essa hora demore.

–Está pronto para assumir a empresa? – perguntei.

–Nasci pronto. Eu estou empolgado. – ele começaria em menos de um mês a trabalhar definitivamente na empresa, ainda não seria CEO, pois esse cargo era da Pâmela, mas quando ele tivesse mais experiência, ela passaria para ele.

–Que bom meu irmão, você será ótimo CEO. – Pâm falou e sorriu para ele.

Não tínhamos inveja um do outro, sabíamos os nossos lugares, Pâmela sabia que a pessoa certa para o cargo de CEO da empresa era o Rick, ela assumiria a vice-presidência, quando a hora chegasse. Meu pai se tornaria apenas consultor e poderia viver a vida dele tranquilamente. Eu torço para que um dos meus filhos possa assumir um dia e dar sequência a nossa empresa. Apesar de não ter vocação, eu amo aquele lugar, ali estão minhas raízes, tudo que meus avós lutaram, depois meu pai conquistou, está um pouco da alma deles ali então faz parte da nossa história e da nossa vida.

–Desembucha dona Olívia! – Pâm falou.

–O que foi? – falei surpresa.

–Você está alheia ao mundo, aconteceu alguma coisa.

–Nada demais.

–Quero saber esse nada demais minha irmã. – Rick falou, pegou minha mão e a beijou. Ele é muito carinhoso.

–Apenas vi o John, aquele meu amigo do colégio lá de Eden Prairie.

–Aquele que você era apaixonada? – Pâm perguntou, totalmente indiscreta e com um sorrisinho no rosto.

–Sim, esse mesmo. – falei e mostrei a língua para ela como se fôssemos crianças.

–Não sabia que você era apaixonada naquela época mana.

–Rick, você era um pirralho, claro que não lembraria.

–Realmente – rimos.

–E como ele está? – Pâmela ataca novamente.

–Um gato! – suspirei sem querer, mas realmente aquele homem era o ator do Thor em pessoa, quem não suspiraria?

–Perigo. Perigo. – Rick falou sorrindo.

–Calma, não foi nada demais. Sei que sou casada, então não farei nenhuma besteira.

–Minha irmã você é realmente feliz no seu casamento? – Um Rick sério se fez presente.

–Sou feliz com a minha vida no geral, menos no meu casamento. Eu e o Daniel cada vez nos vemos menos, vivemos menos juntos.

–Para que continuar nesse casamento?

–Não sei, mas sempre achei que casamento fosse eterno, acho que seria assinar um atestado de derrota terminar.

–Não pensa assim minha irmã, estamos em pleno século vinte e um, não deveria estar pensando assim.

–Pois é, mas foi a educação que eu tive e está enraizada, mas vou tomar uma atitude.

–Tome mesmo – Rick por fim falou. E mudamos de assunto.

Passamos mais um tempo conversando amenidades, mas cada vez mais tenho pensado no meu casamento, mas falta coragem para tomar decisões definitivas, e se meus filhos me acusarem de não ter feito nada para ficar com o pai deles? Tenho tantos medos que não cabem em mim. Sempre converso abertamente sobre isso tudo com minha psicóloga, mas ainda me faltam atitudes, principalmente para mudar minha vida de doméstica. Não estou feliz com essa situação, definitivamente não quero mais. Será que terei coragem de mudar isso também?

Como Nelson Mandela dizia "coragem não é ausência do medo, mas sim o triunfo sobre ele", tenho que mudar as coisas, mudar minha vida.

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Oi galerinha linda... coloquei a foto da Amy Adams pq acho que ela tem tudo haver com a Olívia, o que vocês acham??

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Decisões (In)corretas: segundas chances são possíveis.Onde histórias criam vida. Descubra agora