Capítulo 1

12.8K 752 22
                                    


Amanda

Minha vida fica cada vez mais difícil. Há um mês que não pago a conta de energia e fico às escuras, claro que fui demitida do meu trabalho como diretora das Edições Paulina.
Sabe, eu nunca entendi Editora Paulina. Eu sempre fiz tudo o que estava ao meu alcance para poder agradar, mas mesmo assim a dona da empresa e minha chefe sempre tiveram , sei lá, talvez um ódio por mim que nunca consegui explicar e nem entender.
E não foi ela quem me contratou ,mas sim o seu marido, o querido Senhor Marcus.
Ele sempre foi bom comigo, pena que não durou muito neste mundo. Porém, tudo o que eu tenho conquistei graças a ele, o considerava como um pai e sinceramente não sei como ele aguentava aquela mulher. Graças à Deus pelo seu Marcus ter me concedido aquela oportunidade, porque se dependesse dela eu nem seria contratada e isso eu posso garantir a vocês . E dias antes de eu ser demitida, de repente ela foi até mim e ordenou-me que eu deveria ensinar meu trabalho à Karolina. Karolina era recepcionista, a mais procurada devido ao seu corpo esbelto. No entanto, eu agora estou sem emprego e ela foi contratada para meu lugar... E olha que eu nunca faltei, infelizmente o lema é esse, isto é a vida.
A desculpa que ela arranjou é de fazer o corte de funcionários, no entanto, fui a única funcionária demitida.
Segundo o Victor, um dos funcionários, ela precisava que me fosse, para colocar em meu lugar uma moça magra e bonita, então foi onde a Karoline entra, foi nesse instante que juntei as peças.
Quando o Victor me disse que a dona Paulina nunca quis que eu trabalhasse lá e que me chamava de gorda pelas costas fiquei muito destroçada porque, ser gorda até afetava o meu trabalho, agora eu estou mais que ferrada ,sou gorda, sem trabalho e com contas a pagar, ai meu Deus todo esse desastre para uma pessoa só.
Hoje vou sair mais uma vez à procura de um emprego, está é a luta diária que tenho que lidar,na semana passada  havia deixado meu currículo em alguns sítios, mas duvido que eme aceitem(sei que sou bastante pessimista, mas não têm como encontrar algo positivo de tudo isso)porque eu sou uma mulher PLUS size enquanto que eles querem uma mulher "magra" corpuda e tal.
Levantei da cama e fui ao banheiro, liguei o chuveiro tomei banho com água fria mesmo já que não pago a água quente, saio de lá de toalha, já limpa me visto. Uso uma calça jeans, uma blusa e um salto 15, faço uma maquiagem e um coque bagunçado.
Saio do meu quartinho e vou até a minha pequena cozinha, ligo o fogão pondo o bule e faço café... depois de tomar, vou mais uma vez para o espelho para ver se desta vez estou apresentável para conseguir um emprego, levo a minha pasta de documentos e saio de casa.
As ruas estão movimentadas, afinal de contas eles vão trabalhar, vou andando apressadamente quando esbarro com alguém.

-Desculpa! - Digo apanhando os papéis que havia deixado cair.

-Não, eu é que peço desculpa eu estava distraído. - Diz me entregando alguns papéis e voltando a apanhar os outros.

-Obrigada mesmo e mais uma vez peço imensas desculpas, é que estou muito apressada. - Digo muito envergonhada.

-Você tem um bom currículo literatura e direito, trabalhou nas edições Paulina, tens um ótimo currículo. - Diz.

-É, obrigado! Pena que só você vê isso porque as outras pessoas não.-

-Você está à procura de emprego? - Pergunta.

-Como??-

-Sim, você está à procura de emprego! Porque seria irônico alguém andar com currículo enquanto está trabalhando. - Diz pensativo, mais para si do que para mim.

-Sim, estou procurando emprego. Desculpa, mas tenho mesmo que ir. Prazer, o meu nome é... - Sou interrompida.

-Amanda, eu sei. Li no seu currículo, o meu é Elliot Elgort e se quiser posso ajudar você. - Diz sugestivo.

-Jura?- Pergunto meio que sem acreditar.

-Claro, porque não?-

-Talvez seja porque sou uma desconhecida.-

-Deixa disso. - Diz como se isso não importasse, eu queria muito aceitar sua ajuda mas meu sentido diz que não devo aceitar, mas não sei como negar a sua ajuda sem ser rude.

-Está aqui o meu cartão. Se você precisar de alguma ajuda.-

-Claro, muito obrigada.-

Sai da li fui até o Subway apanhei o Trem e sentei no banco ao lado tirei o fones da carteira comecei suscitar uma música da Fergie (Big Girls Don't cry), olho na pequena janela e vejo como Manhattan é linda, como é maravilhosa agora eu penso e vejo que quando caminhava no meio destas pessoas é como se eu não existisse. Minha vida sempre foi difícil no colégio eu sempre sofri bullying, mas eu me fingia de forte porém dentro de mim tudo estava em pedaços ainda por cima.
Quando alguém dizia "Olha aquela gorda feia" ou algo do gênero eu me sentia muito mal, mas afinal eu nunca me encaxei em nenhum padrão fãs 30, 35, 29 ou sei lá o que, eu sempre fui a 53 PLUS size, até porque a Branca de neve, Barbie e qualquer outra animação sempre foram magrinhas. E digo ainda que sou virgem até porque é coisa que prezo muito, mais ninguém iria querer tirar minha virgindade, vocês podem ficar indignados por uma mulher de 32 anos ser virgem mais a minha vida não pára por causa disso. Sou tirada dos meus pensamentos quando alguém me chacoalha.

-Senhorita, você não vai desembarcar aqui? - Pergunta um moço.

-Sim vou, muito obrigada por perguntar!-
Levanto rapidamente, vou até a porta e a mesma estava aberta mais fecha quando chego perto, corro até a outra porta e vejo que está aberta e então vou até a mesma rapidamente antes feche.

"Ufa! Não foi dessa vez que eu fiquei" diz o meu consciente.
Vou andando à procura do prédio LOYAL PARKER INC quando vejo o mesmo, ando apressadamente para lá me organizando, abro a porta Giratória indo até a recepcionista.

-Boa tarde senhorita, em que posso ajuda-lá? - Pergunta com delicadeza.

-Boa tarde, eu estou à procura de emprego e queria deixar o meu currículo para avaliarem. - Falo com receio tentando não mostrar desespero.

-Senhorita, creio que hoje seja o seu dia de sorte. Não tem problema, pois você poderá falar com o próprio Senhor, siga-me. - Fala dando a volta na mesa.

Ela saiu de sua mesa e fomos até o elevador, ela marcou o número 12, o elevador subiu e abriram-se as portas, saímos fomos até uma sala e a recepcionista foi falar com uma mulher acredito que seja a secretária do Senhor Parker.
Quando a recepcionista volta e avisa-me que posso entrar, indicando outra sala que parecia ser do Senhor Parker, vou até lá bato à porta e ouço um 'entre'.

............

O emprego |Onde histórias criam vida. Descubra agora