A menina

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Caminhava devagar, era tarde as flores estavam calmas, o vento assobiava nas folhas das árvores, ao meu lado ela estava, falava coisas da sua vida e coisas alegres, pelos menos me soavam alegres, seu sorriso não negava, seus olhos eram castanhos e vivos, pareciam as portas do céu, de certa forma o céu estava sempre mais próximo quando estava com ela.

  Era impressionante como ela conseguia me prender com tão pouco, um olhar, um sorriso, bastava para me fazer de prisioneiro, agora entendo o que Camões quis dizer quando escreveu “É estar-se preso por vontade…” pois eu me prendo a ela voluntariamente.

  Ela morava na rua de baixo, todos sabiam quem era ela, mas ninguém a conhecia. Esse mistério era o que mais me atraía, seus olhos me diziam tudo e me diziam nada, eles eram fortes e meigos, pareciam conquistar qualquer um que os cruzassem. Eles eram mágicos, como uma sereia sem canto, não, ela não precisava de canto, ela só precisava dos olhos.

    “A menina da rua de baixo”, era assim que que eu a chamava, não por não saber seu nome, mas pelo medo que meu coração sentia da paixão pela repetição do seu nome. “a menina da rua de baixo” já bastava para me arrancar suspiros.

  Lembro que ela adorava me convidar para ir ao bosque a tarde, ela parecia ganhar mais vida quando estava com a natureza, o bosque era sempre florido e vivo, até nos dias mais escuros e nublados, a simples presença dela, alegrava o ambiente, como se a natureza fizessem sempre uma festa para uma filha a muito perdida  

  Perdida, sim perdida, por que até a natureza reconhecia isso, mas meu coração demorou para descobri.

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⏰ Última atualização: May 12, 2017 ⏰

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