Ele parece derrotado quando termina de falar e o meu coração se encolhe dentro do peito. Não esperava por isso. Não esperava que ele fosse se abrir tanto. E corro para perto dele e me ajoelho na cama, agarrando sua mão. Matthew fica em um silêncio desconfortável, mas não afasta o meu toque e eu fico muito grata por isso.
— Obrigada por ser abrir comigo, Matthew. Você não tem noção do quanto isso significa para mim. — Eu deito minha cabeça em seu colo, sentindo suas mãos frias e suadas. Ele permanece em silêncio e meu coração se aperta ao imaginar o quanto Matthew tem sofrido durante todos esses anos. A dor de perder uma pessoa; uma pessoa que amamos muito, é incurável. Não há tempo, palavras, momentos, que a impeçam de nos machucar. Ela simplesmente se neutraliza com o tempo, mas continua lá, tão cconstante como o nosso piscar de olhos e eu sei de disso mais do que ninguém. O problema, é que diferente de mim, Matthew convive com a culpa de algo que ele não fez e isso corta o meu coração.
— Você não teve culpa. — Eu sussurro baixinho e ele solta uma risada sinistra se levantando bruscamente e deixando minha cabeça pender na cama. Eu arregalo os olhos e respiro fundo antes de levantar e encará-lo.
— Eu estou falando sério. Você...
— Nunca mais repita isso. — Ele me corta, passando por mim e saindo do quarto pisando duro. Eu não deveria, mas vou atrás dele porque ele acabou de dizer algo muito importante para mim e eu sinto uma necessidade sobre humana de confortá-lo.
Desço as escadas e o encontro na sala de estar enchendo um copo de vidro com o que parece ser uísque. Como se sentisse minha presença ele se vira para olhar para mim e sua expressão se suaviza, mas ele ainda respira pesadamente e seus olhos parecem injetados por uma fúria fora do normal.
— Vem cá. — Sua voz é neutra e ele estende a mão para mim. Eu dou minha mão a ele que me puxa para um abraço apertado. Largando o copo sobre a bancada do bar, ele me aperta ainda mais forte e eu me sinto aliviada por ele estar buscando uma distração e estar encontrando-a em mim.
— Eu não queria ter falado daquele jeito com você. Me desculpe... por favor. — Ele diz com a voz cada vez mais suave e seu hálito quente no meu ouvido me faz suspirar.
— Eu só queria confortá-lo. Ninguém nunca me tratou tão mal como você. Eu deveria ir embora. — Digo chateada, mas ainda continuo abraçando-o. Ele se afasta para olhar em meus olhos e eu vejo um certo desespero neles, dissipando a fúria anterior.
— Por favor, não vai. Me desculpe, Sammy. Você é a melhor coisa que eu tenho, não me deixa. — Ele diz e me aperta de novo com ainda mais força do que imaginei ser possível. Ele nunca demonstrou precisar de mim antes. Nunca se mostrou tão vulnerável para mim. Por que isso é suficiente para eu deixar de lado o modo como ele me tratou?
— Eu te desculpo, mas não vou aceitar esse tipo de tratamento nunca mais. Ou você me ama ou me odeia. E se me ama, me trate bem. — Eu murmuro séria, mas assim que as palavras saem de meus lábios quero voltar atrás. O que eu acabei de dizer? Tento me afastar, mas ele me segura e eu afundo o rosto em seu peito.
— Olha pra mim. — Sua voz é tão autoritária, mesmo quando ele fala baixinho, como agora. Engulo seco e aguardo a grosseria ou ironia que ele vai dizer e olho para o seu rosto, que está mais sério do que nunca.
— Eu não quis dizer q-que...
— Shh! — ele me interrompe. — Eu sei o que você quis dizer e está certíssima. Eu te amo se é isso que você quer saber. Mais do que eu gostaria, sinceramente. E vou tratá-la bem. Só não prometo ser um príncipe encantado porque sei que sou humano e eu erro. O fato de que te amar, não quer dizer que não vou ser um filho da puta de vez em quando, mas eu só peço para você não desistir de mim. Entenda que você é a primeira pessoa que eu deixei entrar, se é que você me entende, estou pisando em ovos comigo mesmo. — Matthew se abaixa até alcançar meus lábios e me beija amorosamente. Porra, meu coração está tão disparado! Não acredito que ele disso isso primeiro do que eu. Ele me ama! Uso minhas mãos para agarrar os seus cabelos e me concentrar no beijo antes que eu agite os braços no ar e crie uma coreografia de comemoração. Ele explora minha boca com suavidade e o seu gosto é muito, muito bom. Sinto-me amolecer, literalmente, em seus braços. Matthew caminha comigo enquanto nos beijamos até encostar na parede fria. Suas mãos grandes sobem pelo meu corpo fazendo-me suspirar baixinho. Ouço um pigarreio atrás de nós e o afasto como se estivesse sido queimada.
Uma senhora de meia-idade nos olha uma expressão tímida com o rosto corando furiosamente. Nós estamos no mesmo barco porque mal consigo olhar em seu rosto de tão envergonhada. Olho para Matthew que ajeita o volume em suas calças sem um pingo de constrangimento e tenho vontade aterrar minha cara no tapete macio.
— Desculpe, sr. Drake, não queria interrompê-lo. — Sua voz soa quase trêmula e me pergunto se Matthew usa algum sistema de tortura contra os seus funcionários que parecem temê-lo além do normal. Matthew olha para ela com um erguer de sobrancelhas e antes que ele seja rude me apresso em respondê-la.
— Está tudo bem. A senhora não o interrompeu. Sou Samantha Lincoln, prazer. — Eu escondo minha vergonha e estendo minha mão para ela que abre um pequeno sorriso e me olha como se me conhecesse.
— Olá, sou Ana. Prazer em conhecê-la. — Sua voz é tão suave e eu sorrio para ela também. Matthew se aproxima de nós e acrescenta:
— Ela é minha namorada, Ana. Estou avisando porque ela esqueceu. — Ele comenta mal-humorado e eu reprimo a vontade que meu pé tem de viajar até a sua canela.
Ela sorri, surpresa e realmente acredito quando Matthew diz que sou a primeira a entrar de verdade na sua vida.
Ana veio perguntar a Matthew o que ele quer para o almoço e ele passa a decisão para mim. Como preciso emagrecer, digo à ela para preparar algo leve como salada e grelhado e ela assente, deixando-nos a sós. Matthew me agarra novamente e com o meu receio de ser pega de novo, ele me leva até o seu quarto.
— Quer que eu tranque a porta e apague a luz? — ele zomba quando chegamos no andar de cima.
— Tranque a porta, mas pode manter a luz acesa. — Eu digo rapidamente e ele solta uma gargalhada gostosa. Como ele muda de humor tão rapidamente?
— Ninguém ousaria abrir a porta. ¬— Ele diz tão sério que realmente acredito em suas palavras, mas mesmo assim ele a tranca.
— Eu não acredito que vamos fazer sacanagem num quarto tão doce como esse. Tem certeza de que quer arruinar o seu quarto de infância? — Eu murmuro deixando as sapatilhas no chão e subindo na cama. Seus olhos escurecem e ele sorri antes de responder:
— Quero trepar com você aqui desde que te conheci. Só estamos realizando um sonho meu. — Ele diz tranquilamente, tirando a camisa e deixando minha boca seca.
— Matthew! — Ralho para ele, tirando o foco de seu corpo gostoso. Ele tem uma boca tão suja. Você adora. Aponta minha consciência e eu concordo com ela.
— O que foi? Você não gosta de ouvir sacanagem? — ele pergunta subindo na cama e se aproximando de mim. Ele sobe meu vestido e o arranca de mim em segundos e mal tenho tempo de respondê-lo porque sua mão já está dentro da minha calcinha. — Então por que você já está molhadinha? Você não gostaria de ouvir que eu estou louco pra chupar sua boceta agora mesmo?
— Matthew! — Dessa vez minha voz sai num longo gemido. Minha calcinha é arrancada com desespero e enquanto tento formar um pensamento coerente, sua língua está na minha... boceta. Sua língua está áspera, mas é quente e habilidosa. Eu seguro os lençóis com força, mas não é suficiente então mudo para os seus cabelos. Ele geme contra minha pele quando faço isso.
— Eu sei, baby. Você gosta. — Ele sussurra e de seus lábios saem um ar quente fazendo-me gritar alto. Ele observa essa reação e alterna entre um chupar forte e assoprar de levinho. Sua língua faz estalos quando ele me suga e depois solta e esses sons são demais para o meu corpo já tão tensionado de prazer. Estremeço incontrolavelmente sentindo o orgasmo descer em espiral pelo meu corpo e se concentrar exatamente onde está a língua de Matthew. Quando a euforia passa, me dá uma certa agonia tê-lo me chupando ainda. Eu tento empurrá-lo, mas ele continua lá até que o prazer retorna ainda mais forte, deixando-me pronta para mais um, mas acho que essa quem vai concretizar é o seu pênis, já que ele se ergue rapidamente e tira a calça com tanta pressa que fico com medo dele cair e fraturar o pau. Começo a rir de meus pensamentos e ele me encara como se fosse me comer viva.
— Você está rindo de mim, Samantha? — Ele encaixa o preservativo em seu membro sem olhar para o que está fazendo. Pergunto-me internamente por que ele está usando já que estou tomando pílula, mas não presto muita atenção nesse assunto. Eu começo a falar, mas ele faz um gesto para que eu me silencie e gira os meus quadris de modo que eu fique de quatro na beirada da cama. Estou arfante.
— Não precisa se explicar, só grite agora. Quando eu meter em você. Adoro ouvi-la gritar. — Ele se encaixa atrás de mim e eu passo a língua para molhar os meus lábios secos. Com um movimento rápido Matthew está dentro de mim e eu esqueço que não estamos sozinhos e começo a gritar todas as formas do nome de Matthew.
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MAKTUB - RENDIDO POR ELA
ChickLitSamantha e Matthew finalmente chegam a um entendimento. Ele parece estar disposto a ir contra todos o seus conceitos e entrar em um relacionamento. Ela, mesmo receosa, acredita que juntos podem ser fortes suficientes um para o outro. Veja o desfecho...