Saí da casa e percebi que tudo estava como se fosse de noite. Andei alguns quarteirões até chegar à casa de Manuel. Bati á porta e esperei impacientemente por resposta.
- O que aconteceu no bairro? - Perguntou Manuel enquanto abria a porta.
- Minha tia sumiu e quando fui ligar para a polícia, isso aconteceu. - Falei enquanto chorava.
- Por que você está chorando, Bruxinha?
- Eu tô desesperada! - Falei dando um abraço nele.
- Fica assim, não. Nós vamos achar a sua tia e tudo vai voltar ao normal.
- Mas e se não voltar? E se a gente não achá-la?
- Tudo vai dar certo. Fica calma.
Distanciei-me do abraço, estava estranhando aquela calma do meu amigo. Mas, pouco me importei com isso, se ele estivesse disposto a ajudar, não iria recusar.
- Eu queria que tudo isso fosse um sonho! - Falei.
- Um sonho? Não tá mais pra pesadelo, não?
- Pesadelo, sonho, tanto faz! Só queria que não fosse real.
- Pode não ser. Você pode acordar e descobrir que foi tudo um pesadelo.
Olhei fixamente para Manuel. Ele podia estar certo. Eu só tinha que acordar, mas duvidava que fosse apenas um pesadelo.
- Você vai ajudar? - Perguntei.
- Vou sim. Eu e uns amigos. - Manuel respondeu.
- Amigos? - Eu conhecia todos os amigos dele, pois ele só tinha UM, eu.
- Sim. Acho que não te contei. Estou fazendo estágio na polícia. Tenho amigos que trabalham lá e podem ajudar.
- Mas não tem nenhum telefone funcionando.
- Não tem problema, eles moram aqui perto, principalmente a Ruth.
- Quem é Ruth? - Perguntei com um pouco de raiva. Eu era a melhor amiga de infância dele, ele não podia me trocar tão facilmente!
- Uma boa amiga. Ela vai ajudar bastante, tenho certeza.
- Você tem quantos amigos policiares?
- Três. A Ruth, o Vicente e o Éverton.
- Você não acha que quatro pessoas ajudando já não é bom o suficiente?
- Quem que não iria?
- A Ruth.
- Você está com ciúmes?
- Não, não estou.
- Está sim. Eu te conheço.
- Vamos chamá-los ou não?
- Vamos. Nos espere na sua casa.
- Ok.
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Cheguei em casa e fui para a cozinha para tomar meu café da manhã. Enquanto abria a geladeira, para pegar alguma coisa lá dentro, Mariana, ou simplesmente Mari, me perguntou o que aconteceu na casa e no bairro.
- Não sei. - Respondi.
- Sabe como resolver?
- Também não.
- Quer ajuda?
- Sim.
Depois que percebi que pelo fato da geladeira não estar funcionando, alguns alimentos lá podia estragar, ou até já terem estragados.
- Droga. - Sussurrei.
Peguei a primeira coisa que vi e comecei a tomar um rápido café da manhã.
- Mari, você sabe como ajudar ou o que aconteceu? - Perguntei.
- Ingrid, eu sei TUDO o que aconteceu. Sei o porquê, como e até como fazer tudo voltar ao normal. - Mari respondeu.
- Me conta.
- Não sei se você vai gostar de saber quem foi a razão de tudo, nem sei se está pronta para a solução. Às vezes a solução é apenas mais um problema.
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A Melodia do Enigma - O Que Parecia Ser Apenas Uma Música
Misterio / SuspensoIngrid vivia na casa de Solange, sua tia que era uma grande musicista. Todo dia ela tocava várias músicas preenchendo a casa com suas lindas melodias. Solange vinha compondo uma nova melodia, porém essa melodia não era como as outras, aos ouvidos...