Capítulo 4

15 4 0
                                    

  Saí da casa e percebi que tudo estava como se fosse de noite. Andei alguns quarteirões até chegar à casa de Manuel. Bati á porta e esperei impacientemente por resposta.

  - O que aconteceu no bairro? - Perguntou Manuel enquanto abria a porta.

  - Minha tia sumiu e quando fui ligar para a polícia, isso aconteceu. - Falei enquanto chorava. 

  - Por que você está chorando, Bruxinha?

  - Eu tô desesperada! - Falei dando um abraço nele.

  - Fica assim, não. Nós vamos achar a sua tia e tudo vai voltar ao normal.

  - Mas e se não voltar? E se a gente não achá-la?

  - Tudo vai dar certo. Fica calma.

 Distanciei-me do abraço, estava estranhando aquela calma do meu amigo. Mas, pouco me importei com isso, se ele estivesse disposto a ajudar, não iria recusar.

  - Eu queria que tudo isso fosse um sonho! - Falei.

  - Um sonho? Não tá mais pra pesadelo, não?

  - Pesadelo, sonho, tanto faz! Só queria que não fosse real.

  - Pode não ser. Você pode acordar e descobrir que foi tudo um pesadelo.

  Olhei fixamente para Manuel. Ele podia estar certo. Eu só tinha que acordar, mas duvidava que fosse apenas um pesadelo.

  - Você vai ajudar? - Perguntei.

  - Vou sim. Eu e uns amigos. - Manuel respondeu.

  - Amigos? - Eu conhecia todos os amigos dele, pois ele só tinha UM, eu.

  - Sim. Acho que não te contei. Estou fazendo estágio na polícia. Tenho amigos que trabalham lá e podem ajudar.

  - Mas não tem nenhum telefone funcionando.

  - Não tem problema, eles moram aqui perto, principalmente a Ruth.

  - Quem é Ruth? - Perguntei com um pouco de raiva. Eu era a melhor amiga de infância dele, ele não podia me trocar tão facilmente!

  - Uma boa amiga. Ela vai ajudar bastante, tenho certeza.

  - Você tem quantos amigos policiares?

  - Três. A Ruth, o Vicente e o Éverton.

  - Você não acha que quatro pessoas ajudando já não é bom o suficiente?

  - Quem que não iria?

  - A Ruth.

  - Você está com ciúmes?

  - Não, não estou.

  - Está sim. Eu te conheço.

  - Vamos chamá-los ou não?

  - Vamos. Nos espere na sua casa.

  - Ok.

                                              %+~~+~~+%

  Cheguei em casa e fui para a cozinha para tomar meu café da manhã. Enquanto abria a geladeira, para pegar alguma coisa lá dentro, Mariana, ou simplesmente Mari,  me perguntou o que aconteceu na casa e no bairro.

  - Não sei. - Respondi. 

  - Sabe como resolver? 

  - Também não.

  - Quer ajuda?

  - Sim.

  Depois que percebi que pelo fato da geladeira não estar funcionando, alguns alimentos lá podia estragar, ou até já terem estragados.

  - Droga. - Sussurrei.

  Peguei a primeira coisa que vi e comecei a tomar um rápido café da manhã.

  - Mari, você sabe como ajudar ou o que aconteceu? - Perguntei.

  - Ingrid, eu sei TUDO o que aconteceu. Sei o porquê, como e até como fazer tudo voltar ao normal. - Mari respondeu.

  - Me conta.

  - Não sei se você vai gostar de saber quem foi a razão de tudo, nem sei se está pronta para a solução. Às vezes a solução é apenas mais um problema.



  



A Melodia do Enigma - O Que Parecia Ser Apenas Uma MúsicaOnde histórias criam vida. Descubra agora