30 Cartas para Elx - Um quase Adeus

Carta 1 - Pequeno resumo de nos

Segunda 19 de Dezembro

Oi, Fêr tudo bem?

Venho por meio desta, esclarecer os fatos, para então recomeçar uma nova vida, talvez esse seja a maior de todas, ou não, isso veremos com o tempo, mas sei que é apenas uma das varias que lhe irei escrever. Te enviarei cartas contendo resumos breves e não tão breves de nossa trajetória até o presente momento de um outro ponto de vista, o meu, de uma forma o qual não duvidosamente você conhece. Eu também estarei fazendo algumas revelações do passado e do presente.

Nosso Relacionamento foi marcado por muitos conflitos, lutas, de momentos bons e inesquecíveis, meio cliché eu sei, mas estarei falando das peculiaridades do nosso relacionamento também, temas como, início, o que mudou, como se desenvolveu o nosso caso indefinido posteriormente definido, até seu aborto prematuramente, tudo ou quase tudo será descrito por mim ao meu olhar, no meu ponto de vista, e sei que não irá gostar do que irá ler, mas é a verdade, pelo menos a minha verdade.

Então vamos começar falando de como eu era antes de te conhecer, eu era um Pobre (continuo sendo), sem trabalho, apenas cursando a faculdade sem ao menos saber se iria dar certo, estava ansiosx, animadx, por estar iniciando o tão sonhado curso, me abdicando de relacionamentos para que os mesmos não atrapalhassem minha vida acadêmica, e me mantendo livre para sair, me divertir, era meu propósito, minha "meta". Iniciando a faculdade, sem conhecer ninguém, a mercê da sorte senhora do destino, nas mãos de Deus, coração fechado, duro feito rocha, já não acreditava mais em no amor, na bondade das pessoas, mas isso mudou quando te conheci.

Acabando de iniciar a vida adulta (maioridade), meninxleigx, tímidx, ingênux e insegurx com o mundo, com sua própria sexualidade e com uma visão "deturpada da família", e uma "visão ilusória sobre amizade". Acreditando nas pessoas, em todo mundo, idolatrando a amizade, acreditando na bondade do mundo, esse era você. Além da sua inteligência, dedicação, carisma, e beleza, você foi meu colírio. Você era apenas sombra do que hoje se tornou, pois você mudou, "melhorou" todavia sua essência se manteve, e embora a teimosia de querer fazer o mundo andar da sua forma persistir e lhe trazer dores, você mudou, agora sabe como o mundo é, como as pessoas são, e assim como eu tem medo de se entregar e sofrer.

Meio difícil de acreditar mas tudo começou com trocas de olhares seguido de uma solicitação de amizade no Facebook, onde pude então lhe cortejar, expressar meus desejos outrora adquiridos. Comecei a frequentar as aulas na segunda semana de após se iniciar o ano letivo, pois estava passando mal na semana anterior, (azar meu eu sei), dentre olhares, sorrisos, corpos, eu te avistei sorrindo feito uma hiena, corpo magro pele e osso, e altx feito poste (risos). Você sempre foi lindx pra mim. Eu não sei quando me apaixonei, se foi quando vi seus olhos, seu sorriso, seu corpo, boca ou tudo isso, se foi quando comecei a conversar com você, talvez seja no momento em que te beijei ou encostei em você, não sei quando, mas uma coisa e certa, você despertou em mim o que estava morto, o que achei que jamais iria sentir novamente por outro alguém, sentimentos, borboletas no estômago, esperança de ser amado e poder amar sem medo, esperanças. Nascera um sentimento que jamais senti por alguém.

Em meios olhares, observações, admirações e desejos, que se mantinha em segredo, havia algo diferente rolando, não era somente comigo que isso acontecia, com você também, era o "nos" ali nascendo. Em meios a mensagens quase que diárias, passamos para conversar incansavelmente, perdi a conta de quantas vezes madrugando conversando sobre nos, sobre você, sobre mim, nos conhecendo. Nosso único inimigo era o tempo que nos limitavam, mas lutamos contra diversas vezes. A vontade e o desejo de conhecer o outro era mais forte que o sono, que a distancia.

O tempo foi passando, eu me apaixonando cada dia mais, me entregando aos poucos sem que você se desse conta, pois o medo de ser usado era presente, medo de ser desprezado, dentre outras coisas, pois para mim, demonstrar e ou se entregar era uma fraqueza que poderia ser usado para me machucar, assim como já fora usado anteriormente nos meus outros "romances".