Domingo, 01 de janeiro
Mais um ano se inicia, milhares de possibilidades, milhares de chances de ser feliz, de conquistar a felicidade, de viver, de crescer, mudar, evoluir. Para realizar tais feitos e preciso além de tudo ter coragem, arriscar, deixar o medo e o passado e tudo que te prende e te deixa pra trás. Guardar no peito as lembranças boas, os momentos bons, e manter por perto as pessoas boas, que nos fazem bem. A vida nos presenteia de diversas maneiras, com um dia lindo, uma noite bela, com um calor para nos aquecer, uma chuva pra nos refrescar, flores, animais, tantas beleza nesse mundo, tantos presentes para nos, e nem sempre valorizamos, vivemos e aproveitamos cada um deles.
Uma das primeiras coisas que lhe dei, foi um bombom, em agradecimento pelo favor de me passar o que perdi na aula, mas também uma desculpa para me aproximar de você e puxar papo. Sempre fui uma pessoa tímida, meio travado, cheio de vergonha medos e inseguranças, mas dei meu primeiro passo, quebrei o gelo. O segundo presente significativo foi o ursinho de pelúcia, sim, vou relembrar esse acontecimento o qual ainda não superei. Não preciso dizer que errei feio no presente, mas a intenção fora das melhores possíveis, mas além do ursinho te dei um colar com um grão de arroz cravado nossos nomes, com um significado. Um grão de arroz representando um grão de areia, que se assemelha aos bilhões de pessoas que existe no mundo, os nomes significando a conexão com o outro, o encontro. Em meio os incontáveis grãos de areia no mundo, as milhões de possibilidades e desencontros, eu te encontrei, e isso trouxe um novo significado a minha vida.
Embora o ursinho de pelúcia escrito eu te amo fosse um meio de demonstrar o quão apaixonado eu estava por você, o presente não lhe agradara, foi escondido em meios as suas coisas, perdido em meio a memórias, e a uma data, o colar que não usaste, partira meu coração em pedaços, não fizeste questão do presente, embora tenha de fato agradecido pelo mesmo. Entreguei-me ao medo de errar outra vez, me limitei a gestos, carinhos e atenção, não mais a presentes.
Planejamos uma comemoração diferente, algo só nosso, mas devido alguns imprevistos optamos por outra programação no meu aniversario ano passado, e foi sem duvida uma ótima programação. Nossa primeira noite juntos, dividir uma cama, os lençóis, assistir umas series, que series vimos? Não sei, não recordo, só me recordo que foi uma noite mágica, linda e perfeita, e única, a primeira juntos.
Demorou aproximadamente um ano para você conseguir me apresentar aos seus amigos, não sei se por medo da rejeição, por vergonha de me assumir, ou de se assumir, embora eles já estivessem sabendo que estares namorando. Todavia não sei se o medo de me perder apareceu após eu ter ficado com D. e esse acontecimento tenha lhe causado um grande efeito, te levando a me apresentar as pessoas do seu outro mundo depois de longos meses me deixando de fora, mas e certo de que gostei desta inclusão, de fazer parte da sua vida real.
Certa vez me disseste que sentira duvida quanto a perspectiva de durabilidade de nosso relacionamento, não acreditara que duraria por muitos dias, pois já se apaixonara anteriormente e simplesmente perdendo o interesse em posteriormente, e não descartou desta possibilidade, nem da possibilidade deu me afastar de você, e devido a isso se privou de apresentar aos seus amigos, pois queria ter uma certa certeza que seria alguém pra ficar.
Foi uma grande conquista poder estar ao seu lado e dos seus amigos, e familiares, fazer parte da sua vida depois de um ano namorando, demorou mas em fim consegui subir mais um degrau. Claro que o medo de ser rejeitado me assombrou por longos dias, mas logo arrisquei, afinal de contas era o que queria, por que temer. No dia que estava prestes a me apresentar a eles, houve o incidente, você lembra qual? Mencionei em uma das cartas anteriores, mas vou retomar a memória. Nesse dia paramos para conversar sobre a relação, o tema da conversa era, me apresentar como namorado hoje, e o medo de terminarmos amanha, depois de longos minutos conversando, decidimos ir a encontro com eles, quando fomos abordados por dois sujeitos e assaltados, mas ocorreu tudo bem, recuperamos o que foi levado. Passamos de fatos por muitas coisas, muitos momentos, muitas decisões, vivemos duas décadas em dois anos.
Embora a tentativa e o primeiro passo tivesse sido tomado, no dia não deu para conhecê-los, mas abriu portas para novas possibilidades, novas oportunidades, e isso foram de bom agrado, eu já não era mais isolado em um mundo que existia paralelamente ao mundo real o qual vivia. Fui aceito por eles, fomos aceitos por eles, e pudemos viver o nos, sem medo, sem receio, mas com suas limitações, essas as quais estavam se libertando nesse meio tempo. Já conseguia trocar carinhos comigo perto deles, a me tratar como namorado, não como amigo que outrora me tratava diversas vezes. Os passeios em grupos ocorreram diversas vezes, podemos viver juntos, em paz, e certa harmonia. Festas, passeios, trilhas, ate cinema, ao meu ponto de vista, estávamos vivendo a melhor fase.
Ganhei alguns presentes seus também, embora poucos e raros, ganhei muitos momentos, muitos encontros, muitos passeios. O primeiro presente que me deste (creio eu) foi uma caixa azul de bombom, que dividira comigo após uma longa discussão de relacionamento, confesso que ainda tenho um pedaço da caixa com a data ate o presente momento, pois foi o "primeiro", não lembro se havia terminado comigo no dia, antes ou depois, mas lembro que terminaste comigo no mesmo mês, Novembro, há um ano, relatando não agüentar as pressões, alegando não dar conta do que o namoro demanda, do que um relacionamento requer, e por não saber o que queria comigo, no caso definir um status, uma meta um objetivo. Não éramos nada, sem rumo sem status sem definições, nem se quer sabia se iríamos continuar amigos, mas mantivera uma promessa de manter as coisas pacificas pelo menos no âmbito escolar.
Em dezembro do mesmo ano em que terminamos, estávamos juntos novamente, sem status mas juntos, e definido por você como namorados, apesar que pra mim continuávamos separados pois não houvera nenhum pedido, apenas voltamos a nos envolver. Nesse mês natalino, me presenteaste com livros que eu mesmo escolhi junto a você em uma livraria em um shopping nobre, livros os quais ainda não terminei de ler, ( sim já tem um ano e não terminei de ler) sendo este o primeiro presente físico o qual pude levar pra casa, guardar como lembrança.
Houve outros presentes, como colar que me desde ano passado, alguns que não me recordo, outros marcantes, e inesquecíveis como o dia que saímos para um parque, e me presenteaste com uma caixa que tenho ate hoje, contendo um CD de um cantor que eu gostava muito, além de uma linda carta que contava nossa trajetória. Ainda há presentes que me prometeste e ainda não me deste, mas não obtenho de esperança de que se lembre nem cobranças, apenas me lembro.
Uma coisa que você não tem que se queixar e do quanto eu dediquei a nos, o quanto eu fui presente, o quanto carinho atenção te dei, sempre me dispus a te ajudar, te ouvir, e estive lá quando precisou nas maiorias das vezes, assim como também esteve presente alguns dos momentos em que precisei. Em momento nenhum disse que não dedicara também, pois sei que você se esforçou e fez seu melhor em vários momentos, (nem todos). Contudo as coisas seriam melhores, se não se apegasse as limitações ao invés de superá-las ou aprender uma nova forma de vivermos sem que os mesmos nao nos atrapalhasse.
Desde o momento que você não conseguia descrever o que sentia por mim, sie que sentia algo naquela época, eu acordei de certa forma, e percebi que não era nenhum conto de fadas, você não era bem um príncipe apaixonado que me resgataria desse sofrimento, mas me apeguei a esperança de que se apaixonaria e me salvaria. e de fato me salvou de algo, me fez sentir novamente, amar, me apaixonar, sentimentos os quais já havia me abdicado, e acreditado que jamais iria senti-los novamente por alguém. Talvez você tenha se apaixonado, ou se apegado a minha presença, ao convívio. Mas de fato não sei, isso e uma história/relado que somente você poderia dizer. Talvez eu nunca vá saber o que de fato sentia, muito menos o que sucedeu, mas e certo que o que vivemos foi não só marcante como bem real.
Certos acontecimentos são como presente, que nossurpreende, nos enche de alegria, marcam o momento e entra para historia.
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30 Cartas para Elx - Um quase Adeus
RomanceA historia de amor entre Álex & Fêr, dois jovens que acabaram de terminar o namoro marcado de muitos conflitos, medos, inseguranças, embora tenham terminado, ainda mantiveram um certo contato, muitas das vezes apenas por cartas, cartas as quais ess...